Senhora Rita de Souza, filha do casal Antônio Bernardo e Joaquina de Souza, naturais da cidade de Jericó na Paraíba, nasci no dia 26 de junho de 1933, o meu marido João Almeida de Araújo conhecido por João do Ó, era um padeiro fino de muito conhecimento na arte do pão e o seu Cirino contratou ele para trabalhar em sua padaria na cidade de Campos Sales, eu já tinha dois filhos com ele e ele se transferiu para trabalhar em Iguatu, numa padaria também pertencente ao Seu Cirino. O senhor Pedrosa, um paraibano que possuía caminhão, inventou uma viagem para as bandas do Maranhão, mas iria passar pelo Iguatu, eu não contei conversa, disse que vinha com ele nem que fosse no platinado do pneu, e assim subi com meus filhos Joilson e Joíra na carroceria do caminhão, e assim chegamos ao Iguatu. Quando aqui, fui convidada pela Matilde, mulher do carreteiro Zé Camilo, para ir lavar roupa no rio, roupas das casas de família, lavei roupa da Maria de Nelson, da Terezinha de Zé Correia, da Lindalva do Zé Adolfo do Dr. Antônio Alcântara e de sua mãe dona Consuelo, do Vereador João Rabelo. Saía do Tabuleiro em direção a uma dessas residências, depois de colocar a trouxa de roupa na cabeça seguia para a ladeira do Bugi, para os torrões, atravessava o rio e lá naquele areal colocava as roupas para quarar, depois de secar começa uma outra luta para engomar, às vezes passava a noite engomando para no outro dia cedinho estar com as roupas prontas para os patrões, aí recebia meu dinheirinho para diminuir as dificuldades dentro de casa. Aqui nasceram 12 filhos meus, mas a maioria deles foram enterrados quando criança, quem fazia o caixão para o anjo do momento era o velho Evaristo e sua esposa Lídia, aqui do Tabuleiro, dos nascidos aqui só se criaram quatro, com os dois nascidos na Paraíba foram seis, o Joilton, o Josivan, a Joelinha e Joelma, mas já estão com Deus no céu. Meu filho é meu companheiro e meu amigo, é uma graça maior que Deus me deu, meu filho primogênito e meu companheiro na velhice. Minhas últimas palavras são estas, se eu estiver viva vou estar lá para ouvir estas histórias, agradeço demais, eu nunca pensei, quem é que vai pensar que o povo de hoje em dia vai ter essa preocupação com a gente? Um dos sonhos que eu ainda tenho é poder rever o monsenhor Queiroga, esse padre e um grande amigo.
É esta a
minha história.