JOSÉ CORREIA BRAGA FILHO

8 de ago. de 2010

JOSÉ CORREIA BRAGA FILHO

“ E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vô-lo farei , para que o Pai seja glorificado no filho.”
( Jesus de Nazaré )


Primogênito varão do casal Correinha e Conceição, nasceu numa terça-feira 03 de maio de 1927, na antiga rua do Angico, atual José de Alencar, casou-se em 1950 com a senhorita Teresinha Ferreira Lima , sendo pai de 09 filhos, dentre eles, uma mulher.É de minha mãe este depoimento : Teu pai fazia serenata, juntamente com Antonio Davi , Paulo Davi em frente a casa dos meus pais ( Cícero Ferreira Lima e Maria Adotiva de Jesus ), nos morávamos na Eduardo Lavor, próximo ao Colégio São José, um dia a Teresinha do Sr. Alvino Gato disse:

_ Menina, estas serenatas que o Zé Correia anda fazendo é pra você.
_ Tu conhece ele, Teresinha?
_ Conheço, ele trabalha na delegacia, é Escrivão.
_ Pois, me mostra.
Dias depois , estavam sentadas na calçada do velho Alvino, quando a Teresinha sua filha, aponta:
_ Lá vem Teresinha, é aquele rapaz, todo de brim branco, com chapéu de massa preto na cabeça.
Ficaram na expectativa. Quando passou por elas, cumprimentou-as, com um toque no chapéu, é se dirigindo a mamãe, fez este galanteio.
_ Você parece, Nossa Senhora a paisano.
***
Em setembro de 2004, em campanha para vereador, visitando famílias da Assis Vasconcelos, no Tabuleiro, colhi este depoimento do octogenário, Francisco jacinto da Silva:
_ O senhor, é filho de quem?
_ De José Correia Braga.

_ Ah ! O senhor estar em casa. A sua avó, D. Conceição, eu trabalhei com ela , lá nos campos do Cruiri. O seu pai, Zé de Correinha , trabalhei com ele no seu armazém . Lá não chegava não era um , nem dois , não . Era o dia inteiro chegando gente precisada. Chegava, sentava em frente ao seu pai , no birô e começava a contar as dificuldades, um caixão para um filho morto, um remédio para a filha doente , uma dificuldade de trabalho, de alimentação. Ele só fazia abrir a gaveta do birô, é pronto, resolvia ali, na hora. Um dia eu disse:

_ Seu Zé, não faça isto não, e no final do dia, o apurado!?
Ele abrindo a gaveta, e apontando com o dedo lá pra cima.
_ Ele manda , lá de riba e cai , aqui dentro.
****

No dia 22 de janeiro de 2010, depois de fechar o comercio, as 5hs da tarde, seguir para a cidade dos mortos, em visita ao meu pai, fazia naquele data, 24 anos do seu desenlace carnal. Cheguei, me dirigi ao tumulo de minha família , entrei, ajoelhei-me, rezei um pouco, acendi algumas velas, sentei no chão e comecei a conversar com os meus mortos , nisto sou bem mulçumano , trato-os como se estivessem vivos , conto dos meus sonhos, de minhas decepções , de algum problema na família , alguma dificuldade. Ao me retira, a hora do crepúsculo , o Zé Coveiro me esperava no portão daquela necrópole , quando se aproximou de nos , uma senhora;

_ O senhor, é filho de seu Zé de Correinha, né?
_Sou.

Pois eu vou lhe contar uma historia, que eu nunca contei a ninguém. Quando papai morreu , eu era uma moça muito nova , muito bonita, eu tinha 16 anos. Meu pai, tinha uma barraca debaixo daqueles Benjamin da Floriano Peixoto, quando o comercio era naquela rua . Nos , eu e mamãe ficamos passando muita dificuldade. Um dia, um comerciante próximo a papai, chegou lá em casa, nos morávamos numa casinha da barro, lá no final da 7 de setembro, e disse a mamãe que tinha um emprego para mim, que eu ia ficar despachando, bolo, abacatada , cocada estas coisas . Eu fui no dia seguinte, fiquei trabalhando, quando deu perto de 11hs. da manha , ele mandou que eu pegasse a louça suja e entrasse lá dentro , para lavar. Quando eu entrei , tive um assombro , era um monte de homens e mulheres bebendo era um ambiente. Teu pai me viu, se levantou donde estava, veio ate mim, e falou:

_ O que e que você estar fazendo aqui ?
Eu estou trabalhando.
_Pois isto aqui não é lugar para você, não! Eu fui amigo do seu pai, conheço sua mãe, vá para casa.
Sai de lá correndo, cheguei em casa chorando. No final da tarde, seu pai foi lá em casa, conversar com mamãe:
_ Eu vim aqui, porque sua filha estava...
_ Eu sei Zé, mais ela foi enganada, eu também mandei enganada, o homem veio aqui dizendo que tinha um emprego. Nós estamos passando muita precisão, depois da morte do Julio.
_Estavam , porque agora Zé de Correinha chegou. Todo sábado, vá com sua filha lá no meu deposito, que eu vou lhes garantir o dinheiro da Feira.
E realmente, meu filho, por quase 2 anos , ele fez isso. Ate que um dia eu arranjei emprego, e fomos lá agradecer a ele, eu e minha mãe.
_ Não precisa mais não seu Zé, o senhor já fez muito, mas eu já estou trabalhando, dar pra nos andar com as próprias pernas, mas ficamos muito agradecida.
*****
Vereador, Marçon, Comerciante, Escrivão gostava de dizer: Meu filho ,quando eu for me sirva , que eu só vou, em ultimo caso.
Em política só tem dois partidos, os que tão roubando e os que tão com vontade de roubar.
Quem não serve ao pequeno, não serve pra ser grande.

Homenageados: José Correia Braga (Correinha Falecido a 29 abril de 1981)
Dejanira Correia Braga ( Missa de trigésimo dia , hoje na Igreja de Senhora Santana as 19hs )

Cícero Correia Lima.

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