CHICOTE

17 de mai. de 2012

“Não desespere. Se formos vencidos,não pense que a batalha esta perdida, que a fé está morta, que as trevas tomaram definitivamente conta do povo. Um sonho nasceu nos corações dos homens, e nem as chamas do inferno,  nem as câmeras de tortura conseguirão destruí-lo.Hoje talvez sejamos vencidos. Mas amanhã, porque há sempre um amanhã!  Nós venceremos!
(A Luz e as Trevas)

Foi costume no sertão, e ainda hoje se conta com orgulho em nossa terra  a historia do chapéu no mourão, resume-se a relatar a saga de milhares de nordestinos, destituídos da sorte, que após anos de trabalho em cima de um torrão inclemente, vê os frutos do seu trabalho, levantar a ganância no coração de um vizinho poderoso. Que logo determina-se a expulsar aquela família dali. Aumentando assim, sua propriedade. O sertanejo vê-se obrigado a buscar a interferência de um coronel poderoso, chefe político e grande latifundiário,  contando-lhe depois de dois ou três dias de cavalgada, o medo que tem de perder sua mulher, seus filhos e tudo que havia conseguido em muitos anos de trabalho escaldante, que se resumia, a sua roça. Se apadrinhado pelo chefe oligarca, recebia deste, como salva-conduta, o seu chapéu, com o seguinte conselho:
  _ Coloque o meu chapéu no mourão da cancela do seu sitio,  se não o respeitarem, é a mim que desmoralizam.
 Dali para frente, ate muriçoca contava ate dez, antes de roubar a paz daquela família.  Cresci ouvindo pela boca do meu povo, historias sobre a calçada do Dr. Gouveia, ou sobre a fazenda mata fresca do coronel Pedroca.  Embora em campos opostos, o respeito a estes dois nomes da política iguatuense, dividia, inaltecia e engrandecia o nosso iguatu. Hoje, politicamente, o Iguatu estar num  momento tão pobre, tão pequeno, que nem um nome, nós temos em quem nos afiar, em quem confiar. Um exemplo triste do que afirmo, consumou-se ainda a dez de abril, em dois momentos, o primeiro deles em seção da câmara municipal, quando o vereador Nelho Bezerra, em discurso eloqüente, enaltecia a grandeza do prefeito municipal e a sua gratidão em reconhecer a lealdade daquela casa aos seus oito anos de administração, tirando do legislativo, em meio aqueles vereadores, o nome do seu futuro candidato a prefeito. Sendo seguido do vereador das verduras, que embora não tenha a eloqüência, nem a desenvoltura do Nelho com as palavras, parodiou pobremente o vereador do Barro Alto, sendo aparteado no discurso pela oposição:
  _ Jarim! Já que vocês estão autorizados a afirmar quem é o candidato a prefeito do grupo do Agenor Neto, sendo que o João Alencar e vice-prefeito,  portanto, só resta o nome de Aderilo. Pergunto: Vocês já estão autorizados a dizer o nome do candidato e vice-prefeito?
_ O vice, só será anunciado, no ultimo dia, no dia da conversão, na ultima hora! Tendo o pleno e a galeria estremecido em homérica gargalhada. Naquela noite, tão  escura quanto a alma de Judas, no cocobo dos Dantas, na presença de mais de dois mil iguatuenses, que lá foram, para verem ovacionado o nome, que todos já sabiam  desde aquela tarde, quando os arautos do legislativo, propagaram para o mundo através da net, ser o do líder do prefeito na câmara o  Vereador Aderilo Alcântara,  assistiram estupefatos, boquiabertos, o estalar do chicote, o prefeito  que tanta gratidão tinha ao legislativo municipal desautoriza-lo de publico, adiando para uma outra data, a revelação do candidato. Colocando alem do nome do Aderilo, o João Alencar, o Dr. Joab e a secretaria de financias Francigleuba, como postulantes ao executivo iguatuense.
Rir melhor, quem rir por ultimo.
 Num sistema de descrédito moral movido pelo ódio e pela ambição, onde homenzinhos venais amam mais as suas mesquinhas almas do que o seu próprio povo, onde toda coragem, toda honra, toda dignidade e todo orgulho abandonaram os nossos lideres, em quem nos fiar em quem confiar.
 Ainda a 28 de abril, a revista Semanal, em sua pagina 11, publicou o nome dos novos secretários desta administração municipal “construindo o nosso futuro” e lá não se viu, o nome de nenhum dos quadros petista, apesar da insistência de articuladores políticos  como o Bandeira Junior, nós do PT nos mantivemos  firmes, em não indicar nem um nome, antes que o prefeito municipal Agenor Neto, mexe-se mais uma peça no tabuleiro político iguatuense. A nossa parte como partido, já havia sido feita, ainda a 19 de março, quando  o diretório municipal,  votou um indicativo de apoio, a um futuro candidato a prefeito apoiado pelo grupo do Agenor Neto. De lá para cá, temos  suportado todo tipo de criticas afrontosas, sem contudo, nos vergarmos, acredito ainda, na possibilidade de termos a vice na chapa majoritária da situação. Felizmente, respeitado o cronograma interno do Partido dos Trabalhadores e os prazos limites fixados pela executiva estadual, que segundo consta, vencerão a 27 de maio, temos não mais de vinte dias para realizarmos o encontro municipal, onde todo petista legalmente em dia com o partido, terá direito ao voto, onde decidiremos juntos os rumos políticos, tomados por esta sigla. Difícil acreditar num resultado favorável a decisão do diretório, no encontro municipal, quando o nosso principal trunfo, há vice, se encontra indefinido.
A continuar nesta indefinição, a empurrar com a barriga decisões que a outros são existenciais, corre o risco de terminar sozinho o Agenor Neto. Não formando o chicote dos Dantas, Homens como Mané Caipora, que no cerco a fazenda Guaribas,em Brejo dos Santos, de propriedade do Cel. Francisco Pereira de Lucena,  o Chico Chicote, morreu depois de intenso tiroteio com policia  da Paraíba, Pernambuco e Ceará,  liderados pelo tenente José Bezerra.
 Conta a historia, que ao ter sua residência cercada pela volante, o Cel. Chico Chicote, refugiou-se apenas com sua esposa, dona Geracina e sua filha Josefa, que ajudavam a recaregar as armas, alem do filho Vicente Inácio e os cabras Sebastião Canção e Mané Caipora, sustentando uma verdadeira chuva de bala de seus oponente.  Depois de 36 horas de intenso tiroteio, onde as baixas entre os militares chegou a 25 mortos, a munição estava minguando, então propõe o Cel. Chico Chicote, ao amigo Mané Caipora:
_ Meu compadre! E a mim que eles querem. Deus é grande, mas o mato e maior, caia dentro dele, talvez tenha alguma chance de sair daqui vivo.
 _ Um dia meu patrão, eu falei, que onde se estender o seu corpo, encontrarão o meu também. Chegou a hora de provar.  

Tenho dito
Cícero Correia Lima  
                                                                                            

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