“Não desespere. Se
formos vencidos,não pense que a batalha esta perdida, que a fé
está morta, que as trevas tomaram definitivamente conta do povo. Um sonho nasceu
nos corações dos homens, e nem as chamas do inferno, nem as câmeras de tortura conseguirão destruí-lo.Hoje
talvez sejamos vencidos. Mas amanhã, porque há sempre um amanhã! Nós venceremos!
(A Luz e as Trevas)
Foi costume no
sertão, e ainda hoje se conta com orgulho em nossa terra a historia do chapéu no mourão, resume-se a
relatar a saga de milhares de nordestinos, destituídos da sorte, que após anos
de trabalho em cima de um torrão inclemente, vê os frutos do seu trabalho,
levantar a ganância no coração de um vizinho poderoso. Que logo determina-se a expulsar
aquela família dali. Aumentando assim, sua propriedade. O sertanejo vê-se
obrigado a buscar a interferência de um coronel poderoso, chefe político e
grande latifundiário, contando-lhe
depois de dois ou três dias de cavalgada, o medo que tem de perder sua mulher,
seus filhos e tudo que havia conseguido em muitos anos de trabalho escaldante,
que se resumia, a sua roça. Se apadrinhado pelo chefe oligarca, recebia deste,
como salva-conduta, o seu chapéu, com o seguinte conselho:
_ Coloque o meu chapéu no mourão da cancela
do seu sitio, se não o respeitarem, é a
mim que desmoralizam.
Dali para frente, ate muriçoca contava ate dez,
antes de roubar a paz daquela família. Cresci
ouvindo pela boca do meu povo, historias sobre a calçada do Dr. Gouveia, ou
sobre a fazenda mata fresca do coronel Pedroca.
Embora em campos opostos, o respeito a estes dois nomes da política
iguatuense, dividia, inaltecia e engrandecia o nosso iguatu. Hoje,
politicamente, o Iguatu estar num
momento tão pobre, tão pequeno, que nem um nome, nós temos em quem nos
afiar, em quem confiar. Um exemplo triste do que afirmo, consumou-se ainda a
dez de abril, em dois momentos, o primeiro deles em seção da câmara municipal,
quando o vereador Nelho Bezerra, em discurso eloqüente, enaltecia a grandeza do
prefeito municipal e a sua gratidão em reconhecer a lealdade daquela casa aos
seus oito anos de administração, tirando do legislativo, em meio aqueles
vereadores, o nome do seu futuro candidato a prefeito. Sendo seguido do
vereador das verduras, que embora não tenha a eloqüência, nem a desenvoltura do
Nelho com as palavras, parodiou pobremente o vereador do Barro Alto, sendo
aparteado no discurso pela oposição:
_ Jarim!
Já que vocês estão autorizados a afirmar quem é o candidato a prefeito do grupo
do Agenor Neto, sendo que o João Alencar e vice-prefeito, portanto, só resta o nome de Aderilo. Pergunto:
Vocês já estão autorizados a dizer o nome do candidato e vice-prefeito?
_ O vice, só será anunciado,
no ultimo dia, no dia da conversão, na ultima hora! Tendo o pleno e a galeria
estremecido em homérica gargalhada. Naquela noite, tão escura quanto a alma de Judas, no cocobo dos
Dantas, na presença de mais de dois mil iguatuenses, que lá foram, para verem
ovacionado o nome, que todos já sabiam
desde aquela tarde, quando os arautos do legislativo, propagaram para o
mundo através da net, ser o do líder do prefeito na câmara o Vereador Aderilo Alcântara, assistiram estupefatos, boquiabertos, o estalar
do chicote, o prefeito que tanta
gratidão tinha ao legislativo municipal desautoriza-lo de publico, adiando para
uma outra data, a revelação do candidato. Colocando alem do nome do Aderilo, o João
Alencar, o Dr. Joab e a secretaria de financias Francigleuba, como postulantes
ao executivo iguatuense.
Rir melhor, quem rir
por ultimo.
Num sistema de descrédito moral movido pelo
ódio e pela ambição, onde homenzinhos venais amam mais as suas mesquinhas almas
do que o seu próprio povo, onde toda coragem, toda honra, toda dignidade e todo
orgulho abandonaram os nossos lideres, em quem nos fiar em quem confiar.
Ainda a 28 de abril, a revista Semanal, em sua pagina 11, publicou o nome dos novos
secretários desta administração municipal “construindo o nosso futuro” e lá não
se viu, o nome de nenhum dos quadros petista, apesar da insistência de
articuladores políticos como o Bandeira
Junior, nós do PT nos mantivemos firmes,
em não indicar nem um nome, antes que o prefeito municipal Agenor Neto, mexe-se
mais uma peça no tabuleiro político iguatuense. A nossa parte como partido, já havia
sido feita, ainda a 19 de março, quando o diretório municipal, votou um indicativo de apoio, a um futuro
candidato a prefeito apoiado pelo grupo do Agenor Neto. De lá para cá, temos suportado todo tipo de criticas afrontosas,
sem contudo, nos vergarmos, acredito ainda, na possibilidade de termos a vice
na chapa majoritária da situação. Felizmente, respeitado o cronograma interno
do Partido dos Trabalhadores e os prazos limites fixados pela executiva
estadual, que segundo consta, vencerão a 27 de maio, temos não mais de vinte
dias para realizarmos o encontro municipal, onde todo petista legalmente em dia
com o partido, terá direito ao voto, onde decidiremos juntos os rumos políticos,
tomados por esta sigla. Difícil acreditar num resultado favorável a decisão do
diretório, no encontro municipal, quando o nosso principal trunfo, há vice, se
encontra indefinido.
A continuar nesta
indefinição, a empurrar com a barriga decisões que a outros são existenciais, corre
o risco de terminar sozinho o Agenor Neto. Não formando o chicote dos Dantas,
Homens como Mané Caipora, que no cerco a fazenda Guaribas,em Brejo dos Santos,
de propriedade do Cel. Francisco Pereira de Lucena, o Chico Chicote, morreu depois de intenso
tiroteio com policia da Paraíba, Pernambuco
e Ceará, liderados pelo tenente José
Bezerra.
Conta a historia, que ao ter sua residência
cercada pela volante, o Cel. Chico Chicote, refugiou-se apenas com sua esposa,
dona Geracina e sua filha Josefa, que ajudavam a recaregar as armas, alem do
filho Vicente Inácio e os cabras Sebastião Canção e Mané Caipora, sustentando
uma verdadeira chuva de bala de seus oponente. Depois de 36 horas de intenso tiroteio, onde
as baixas entre os militares chegou a 25 mortos, a munição estava minguando,
então propõe o Cel. Chico Chicote, ao amigo Mané Caipora:
_ Meu compadre! E a
mim que eles querem. Deus é grande, mas o mato e maior, caia dentro dele,
talvez tenha alguma chance de sair daqui vivo.
_ Um dia meu patrão, eu falei, que onde se
estender o seu corpo, encontrarão o meu também. Chegou a hora de provar.
Tenho dito
Cícero Correia Lima
Cícero Correia Lima
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