Também conhecida por Maria Luiza,
ou Maria de Edgar, nascida no dia primeiro de abril de 1958, na cidade de Recife,
Pernambuco. Filha da Sra. Maria Firmino dos Santos. Chegou ao Iguatu quando contava
15 primaveras, com planos de logo voltar, mas conheceu o Edgar, por ele se
apaixonando, e nunca mais voltou, constituiu família e é mãe de três filhos, a
Edna Maria, Cícero Helder, Francisco Erivelton.
Quando nós se juntamos eu fui
morar mais a mãe dele, Maria Dorinha Costa. O Edgar trabalhava de sapateiro, a
sua mãe lavava roupas das famílias no rio, eu ficava em casa, um dia eu disse:
- Dona Dorinha, deixe eu ir
ajudar a senhora.
Ela respondeu:
- Pois vamos.
Botei uma trouxa de roupas sujas
na cabeça e segui com ela para o Bugi. Começava ali o meu trabalho, era bom,
muito bom, tantas amigas, muitas já se foram, outras ainda estão por aí, como a
dona Santinha.
Eu não tinha nenhuma experiência,
quando acreditava ter lavado uma peça de roupa, ela vinha, fiscalizava e dizia:
- Não tá bom, tire o resto do sabão,
lave de novo, depois bote pra quarar em cima daquelas pedras.
Foi assim, praticando, que
aprendi e me tornei uma lavadeira e engomadeira de roupas muito solicitada pelas
famílias, lavei muito e engomei para a família de Seu Bezerrinha da Loja Chic, Dr.
Francisco Neco, o marchante Pedro Romeiro, o comerciante Manuel Sobreira e Dona
Daura. Ali naquela 15 de novembro nós lavávamos roupas e engomávamos pra todo
mundo.
Um dia Dona Dorinha tomou a decisão
de ir morar em Fortaleza, acompanhando sua filha Elihar, e nós ficamos aqui
como que abandonados. Passamos muita fome, por volta da hora do almoço sempre
ia me encontrar com o Edgar debaixo do abrigo, onde ele trabalhava de engraxate,
então perguntava:
- O que é que nós vamos almoçar
hoje?
Ele perguntava:
- Tu arrumou algum tostão?
Então juntávamos o que tínhamos
ganho, comprávamos uma lata de quitute, quatro ou cinco pães, conforme fosse,
buscávamos um lugarzinho mais sossegado, ali na feira, e fazíamos o nosso
almoço.
A graça de Deus fez com que um
dia uma senhora por nome de Luíza, que estava a frente dos trabalhos do Sr. Bispo
Dom Mauro, visse meu sofrimento, lá na praça da Matriz e me perguntou:
- Minha filha, como é o seu nome
e o que está fazendo?
- Meu nome é Maria Luiza, sou do
Recife, mas casei com o Edgar Sapateiro, ando em busca de alguma ajuda, estamos
passando muita fome.
Ela então me disse:
- Toda tarde, por volta das seis
horas, vá lá na casa do bispo que eu vou preparar o jantar seu e do seu marido,
mas leve a vasilha.
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