A adutora, o rio Jaguaribe e o governador Camilo Santana

9 de ago. de 2022

E o sangue a correr pela artéria do rio Jaguaribe...

O sangue a correr...

Homens da pátria, ouvi

-Salvai o Ceará!

Homens-

O Ceará esta morrendo, está esvaindo-se em sangue...

Ninguém o escuta, ninguém o escuta e o gigante dobra a cabeça sobre o peito enorme

E o gigante curva os joelhos no pó da terra calcinada e nós últimos arrancos vai morrendo e resistindo , morrendo e resistindo, resistindo e morrendo.

                                                                                                                                        (Demócrito Rocha)

Tenho afirmado em minhas andanças pela ribeira do rio da onça, onde tenho levado, idosos, atletas do River Playt de futsal, alunos das escolas municipais, estaduais e particulares, autoridades como nosso bispo diocesano, prefeito municipal, presidente da câmara, maçonaria, União Artística Iguatuense e CDL... que se somos todos filhos da terra do Iguatu, temos por pai o rio Jaguaribe, pois é ele que se deita sobre nossa terra e a fecunda com suas barrentas águas. Nestas andanças já percorremos o Jaguaribe em toda sua extensão na terra da água boa, ora de ônibus, ora a pé, ora a cavalo, desde o sítio Quixoá no distrito do Gadelha, até o sítio Serrote já nas águas do nosso açude do Orós, conhecendo um patrimônio construído por presidentes como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, desde os canais no campo de irrigação Fenelón Lima, da vila operaria Valdemar José de Carvalho, no Gadelha, como os canais de irrigação e o patrimônio arquitetônico do Fomento agrícola, a ponte Demócrito Rocha (Ponte Rodoviária), a ponte férrea, o campo do Esso, o cacimbão da RVC que o poeta Quintino Cunha apelidou de rapariga velha e cansada, o cacimbão da CIDAO, o cacimbão do Kleiton, o cacimbão da casa de saúde e maternidade Santa Terezinha, o curtume de Antônio Lúcio, o antigo matadouro público, o prédio do Ministério da agricultura e os canais de irrigação do Bugi, até as águas do nosso açude do Orós, represadas na altura do sítio Tambiá, Jenipapeiro, Cavaco... Ora replantando a mata ciliar com mudas de nossa flora, ora retirando o lixo acumulado em suas margens, ora distribuindo mudas em reuniões com as comunidades ribeirinhas, ora ouvindo a comunidade e conhecendo a história de vida de tantos gigantes filhos da terra, na propagação de uma contra cultura do lixo, para que conhecendo possamos amar. Incansável como Orfeu tocando sua lira em toda a parte, estive no inicio do mês de agosto, em nossa capital, buscando o apoio, para esta faraônica causa, do governador Camilo Santana na oportunidade que este doava a várias escolas do estado 8000000 em instrumentos musicais e livros a gosto do aluno, apresentei-lhe a minha filha Teresinha (que tinha vencido um concurso do governo do estado na área de crônicas no projeto do governo, alunos que inspiram), na oportunidade presenteei-lhe com o livro 300 anos de Sant’Ana na terra da agua boa e dei-lhe uma camisa. Depois fui recebido pelo secretario de desenvolvimento agrário, De Assis Diniz, já parceiro de nossas lutas em edições anteriores, que me garantiu total apoio para a realização do Troféu Anteu neste ano em curso.

Já de  volta a terra da agua bom com meus filhos e meu neto, percebo uma movimentação não habitual no leito do rio Jaguaribe, mais precisamente na altura da ponte rodoviária, são homens e maquinas que cortam as veias do velho rio em busca de vida, funcionários da prefeitura de um novo tempo que com apoio do governador Camilo Santana que liberou mais de uma milhão de reais para a construção de uma adutora para livrar da sede toda a população iguatuense, e o velho pai, mesmo esquecido por todos, num gesto inigualável de doação, morrendo e resistindo, socorre com o seu sangue, com suas águas os amados filhos seus.

Tenho dito.

Vamos pro rio!

Cícero Correia Lima



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