Troféu Anteu
Ao gigante filho da terra do sítio Jenipapeiro
Ao ser honrado, honesto, humilde, hospitaleiro
Apoio: Associação de idosos de Santa Edwiges
Prefeitura de um novo tempo
Secretaria do desenvolvimento agrário (SDA)
Instituto Agropolos do Ceará
Agricultor Agenor Guilherme de Lima, filho do casal Francisco Guilherme de Lima e Maria José de Souza, nasceu no dia 23 de setembro de 1945, numa prole de 09 irmãos, Zilma, Cecilia, Zilda, Zilmar, Zenir, José (In memoriam), Antenor, José Carvalho (Zequinha) (In memoriam).
Casou-se com a Sra. Luzamira Gomes de Lima em 31 de julho de 1971, sendo pai de 10 filhos desta, criando-se 09, uma de quatro meses morreu daquelas doenças que dá em crianças, a Francineide. José Neto (Zé Neto) Francisco (Chico), Ari, Ailton, Arim (Pancú), Rogério, Francinilda, Maria, Cristina. Estão todos em São Paulo, aqui só a Maria Guilherme do sindicato dos trabalhadores rurais, que o senhor conhece, os outros não tão nem aí, de vez em quando um vem nós visitar, mas não passa um mês, voltam logo, já estão acomodados por lá, agora em Janeiro tá chegando um, dois, três, lá pra Março vem mais, apenas o Ailton está com 21 anos lá e nunca voltou para nós fazer uma visita, já veio um filho dele, mas ele não.
Herdei estas terras onde moro de meu avô materno, o José, conhecido por Patriarca. Com idade de 08 anos, papai ajeitava umas enxadinhas pra nós e ia eu e meus irmãos pra roça de feijão, milho, a roça mais perto ficava com as meninas.
Papai arredava terras no Tambiá, plantávamos de 60 tarefas de algodão, milho, feijão, sobrava chuva, milho maduro e caindo água, não tinha trator não, era no cavalo e no cultivador, não porque acabaram estes tempos, falando no desmatamento, no final da safra pra mais de 400 arrobas de algodão.
Quando jovem, plantei muita vazante nas barrancas do Jaguaribe, o rio em Setembro ainda dava com água na altura do meu peito, peixe? Hoje só se for comprado, naquela época, você queria um peixe, era só dar um arrasto com o galão pegava de meio saco de peixe, se no outro dia quisesse, era só voltar.
Construí a minha primeira casa em 1970, já pensando em me casar, como de fato, casei no ano seguinte, no mesmo local onde estamos hoje, debaixo deste alpendre, mas esta casa levantei depois, a primeira foi-se com as grandes águas da cheia de 1974, o rio passou com mais de metro, por aqui só se passava de canoa, a casa caiu, noutro tempo a gente cercava, fazia vazante dentro do rio, tirávamos arroz, melão, cada girimum caboclo que fazia gosto, hoje, o movimento que vemos no rio é só esta retirada de areia o dia todo, até no Domingo, estas caçambas não param. Nunca morei em terra de ninguém, nem em casa de ninguém, de tarde largava a enxada e vinha pra casa, mas trabalhei muito de alugado, a família muito grande, além do trabalho em nossa terra, ainda tínhamos que trabalhar de alugado, meus filhos não tiveram o mesmo destino, minha filha mais velha, a Francinilda casou com um rapaz aqui do Cavaco e foram morar em São Paulo, aí aqui em casa, quando um completava 16 anos, já ia pra casa da irmã, em busca do trabalho, enfim foram todos, aqui só eu e a mulher.
No ano de 1999 passei por uma cirurgia em São Paulo, lá fui desenganado pelos médicos, na UTI, o próprio médico que me operou, afirmou que foi Deus que me salvou, porque ele fez o trabalho, mas não acreditava que eu saísse da UTI. Está para 20 anos portanto, só tenho que agradecer a Deus e afirmo que sou feliz.
Lá não me faltou nada, carro pra ir e pra voltar do hospital, medicamento, assistência, os meus filhos lá nunca me faltaram.
Meus filhos são uma benção de Deus, não tem riqueza, mas tem com que viver.
Legitimo de Braga
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