7 de mar. de 2020


Legitimo de Braga
Gaia e Três dos seus filhos
“Tu não és minha mãe, velha nefasta! Com teu chicote frio de madrasta tu me açoitaste vinte e duas vezes...”
                                                                                                                                   (Augusto dos Anjos)

Manhã de 20 de Fevereiro do ano em curso, estou nas dependências do SESC, juntamente com o secretário do meio ambiente e urbanismo desta administração Iguatu de um novo tempo, Marcos Ageu, para recepcionar as onze instituições convidadas por esta secretaria e pelo Comitê de Sub Bacia hidrográfica do alto Jaguaribe a participarem, planejarem, orquestrarem um mutirão de limpeza as margens do nosso rio da onça (Jaguaribe) na área urbana do nosso Iguatu. Estou um pouco ansioso com o resultado do convite entregue por mim, em mãos, a todas as instituições religiosas, educacionais e administrativas que margeiam o grande rio, afinal o horário  firmado no convite era  09:00h  da manhã e o ponteiro do  relógio já marcava aquele horário,  a única instituição presente era o SESC na pessoa do Raimundo Neto, nosso anfitrião, que nos esperava em sua sala, aos poucos, outros foram chegando como o COGERH na pessoa do Anatarino, CORRAJ (Consorcio Regional de  resíduos sólidos do Alto Jaguaribe) na pessoa da Dra. Monaliza, a Ana Patrícia representando ali a Secretaria de agricultura  e pecuária, a Rosângela Maria presidente do comitê.09h40m o Raimundo Neto desce em busca de noticias:
- A reunião vai ou não vai acontecer?
Tomei à dianteira e respondi:
- Vai! Não com o brilho necessário a causa, não com as instituições religiosas e educacionais formadoras de opiniões presentes. Com as quais poderíamos envolver toda a sociedade na propagação de uma contracultura do lixo, contracultura elementar para salvação do nosso rio, da nossa terra.
   Deliberou-se então, que num outro instante, faríamos uma nova tentativa de envolver a sociedade civil organizada num grande mutirão de limpeza, conscientização e  replante da mata ciliar do nosso Jaguaribe.
   Saí, daquela reunião, angustiado e furioso qual o gigante Coto, afinal, esta era a segunda tentativa de envolver nossa sociedade nesta missão sublime e necessária de conscientização ecológica. Ainda em Novembro do ano passado estivemos enquanto Associação dos idosos de Santa Edwiges representada ali pelo seu presidente Dedé Davi e mais de 20 idosos, o bispo Homem Edson de Castro, juntamente com o Padre Roberto, o secretário de meio ambiente, Marcos Ageu, a secretaria de cultura Lucinha Felipe, embaixo da ponte férrea, onde acreditávamos dar inicio a um grande mutirão de limpeza do rio. Infelizmente, um ano de trabalho divulgando a causa em comunidades rurais (Troféu Anteu) em escolas que eram levadas as margens do rio para conhecerem sua realidade (Projeto Abaeté), em cavalgada levando os amantes da liberdade, foram suficientes para conscientizar nossa população de voltarmos a frequentar nosso rio e de sana-lo de maneira que possamos entregar aos nossos filhos e nossos netos o rio que tivemos em nossa infância. Lá só apareceram, enquanto povo, o Moésio com uma caçamba, seu filho com uma retroescavadeira e o André da Penha com outra maquina. Uma caçamba, num Iguatu onde centenas ganham seu sustento diário na exploração do rio Jaguaribe, retirando diuturnamente do seu leito centenas de caçambas com areia.
   Em verdade, esta luta de conscientização ecológica iniciada por mim no ano de 2010, na região do Baú, quando secretario do meio ambiente do Partido dos Trabalhadores, me tem obrigado a bater em muitas portas de pedras, em contrapartida, tem me aberto outras como o Lions Clube Centenário João Alves Bezerra, o CONDEMA (Conselho Municipal de defesa do Meio Ambiente ), o CMPDI (Conselho Municipal dos direitos da pessoa idosa), o Comitê de Sub Bacia Hidrográfica do alto Jaguaribe, Chefe do Núcleo de Conscientização ecológica desta administração Prefeitura de um novo tempo, Secretario da Associação dos Idosos de Santa Edwiges. Sempre com o discurso e a aparência furiosa do gigante Coto, chapéu de revoltoso, camisa aberta com o peito a mostra, o rosário de orelhas penduradas ao pescoço lembrando minhas vitorias nesta luta ecológica, o borno de cangaceiro a peitar esta sociedade, composta na sua maioria por homens “lúcidos”.
 Outro gigante que muito tem me fortalecido nesta luta, digno de ser cantado nesta coluna, é o Secretario do Meio Ambiente Marcos Ageu, vigoroso como o centimano Briareu, tem retirado mensalmente com seus mais de  cem braços 2.000L de óleo saturado, que antes contaminavam nossa terra, nosso lençol freático e hoje com o apoio do Sabão Juá, alimenta com uma sopa diária no final da tarde, as populações carentes do São Gabriel, Vila Moura, Vila Neuma, com o projeto óleo amigo.
 Com a criação do consórcio regional de resíduos sólidos do Alto Jaguaribe, um passo decisivo para o desaparecimento do nosso lixão da chapadinha.
 Regularizando e cadastrando a Lagoa da Bastiana no Cadastro Estadual de unidade de conservação, um registro de nascimento, diante do poder constitucional de direito, para que possa receber  todo e qualquer benefício financeiro para sua recuperação e tratamento.
Estudos hidrológicos da Lagoa do Cocobô ,da Lagoa do Julião que o permitirão entregar a APA (Área de Preservação Ambiental) da Lagoa do Cocobô, da Lagoa do Julião e da Serra do Morais. 
 Mesmo depois de tantas mostras do Vigoroso Briareu, a frente da Secretaria do Meio Ambiente, do furioso Coto a afrontar com seu discurso os “lúcidos” desta sociedade, não conseguimos convencer o terceiro Centimano Giges de grandes membros, com suas cinquenta cabeças, cem braços, representando aqui a totalidade desta sociedade, há abraçar esta causa, com monstruosidade abandonou nossa artéria fluvial maior a um destino vil.Recordei então as palavras de um selvagem ao presidente dos Estados Unidos da America: Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem a noite e rouba tudo quanto necessita. A terra não é sua amiga, e depois de exauri-la ele vai embora. Esquece os antepassados e o direito dos seus filhos. Sua ganancia empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos.  Foi então, que o próprio céu se compadeceu do seu filho o rio e acudiu-lhe com chuvas tantas, hoje o Jaguaribe faz, ele próprio, com o rigor de suas barrentas águas, a limpeza do seu leito e de suas margens.
 Ontem, mais uma reunião do COGERH, do Comitê de Sub Bacia, estavam presentes o DNOCS e o Secretario de Recursos Hídricos do Governo do Estado na cidade universitária, o Iguatuense  Aderilo Alcântara. Horas a fio, destilando índices, números e planilhas. As 13, 15 minutos o último participante está com o microfone à mão é o Prof. Horácio da Crede 16, do CONDEMA, do Encontro de Casais com Cristo. Quer fazer uma pergunta as autoridades. Infelizmente o auditório está quase vazio. Havia extrapolado o tempo, o evento era para ter sido finalizado às 13 horas.
 O Secretário de Recursos Hídricos Aderilo Alcântara havia se levantado, levando consigo um exército de bajuladores. Constatei então, que filho da terra, ou é gigante ou é minhoca.

 Tenho Dito.
 Cicero Correia Lima.

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