Legitimo de Braga
O corona vírus e o falar merda
“O homem branco também vai
desaparecer, talvez mais depressa que as outras raças, continua sujando sua própria
cama e há de morrer uma noite sufocado nos seus próprios dejetos.” (Cacique
Seattle)
Uma cultura inerente a toda
sociedade em qualquer época, é o falar merda, uma expressão genérica e ofensiva
que usam quando alguém afirma algo amorfo, descontextualizado, inconveniente.
Um exemplo claro disso nós dá a historia nos últimos dias do império do Brasil.
Procurado por um patriota, com a intenção de alerta-lo sobre fatos políticos
que estavam ocorrendo e que resultariam na proclamação da república, o
presidente do conselho de ministros do imperador Pedro II, visconde do Ouro
Preto afirmou: Os filhos dos nossos netos ainda serão governados pelos netos do
imperador.
Outro exemplo que nos lega a
historia conta do corvo pequeno, chefe dos Santees, tribo Sioux do continente
Norte Americano, que a 15 de Agosto do ano de 1862, reuniu-se a frente de
centenas de índios famintos com o chefe da agência do governo, Galbraith:
...
- Esperamos a muito tempo. O
dinheiro é nosso , mas não podemos recebe-lo, não temos alimento, mas aqui estão
estes armazéns cheios de comida, pedimos que você combine alguma coisa para que
a gente possa receber comida dos armazéns ou vamos dar nosso próprio jeito para
não morrer de fome. Quando os homens tem fome eles se arranjam.
Corriam rumores que o grande
conselho (congresso) em Washington
gastara todo o ouro deles lutando na grande guerra civil e não pode
mandar nenhum dinheiro para os índios. Galbraith se virou para os comerciantes
e perguntou o que eles fariam. O comerciante Andrew Myrick declarou com
desprezo:
- No que me diz respeito, se eles
estão com fome que comam capim ou sua própria merda!
Por um momento o circulo de índios
ficou em silêncio. Então houve uma explosão de gritos raivosos, e os Santees se
levantaram como um homem só e abandonaram a reunião. Depois de outros imprevisíveis
acontecimentos, Corvo Pequeno foi chamado por um dos bravos de sua aldeia de
covarde. No que respondeu:
- Corvo Pequeno não é covarde, e
não é tolo! Quando ele fugiu de algum inimigo? Quando ele deixou os seus bravos
para trás no caminho da guerra e voltou para sua tenda? Quando ele escapou dos
inimigos de vocês seguiu no rastro de vocês com a cara voltada para os inimigos
e os protegeu como uma ursa protege os filhotes! Corvo Pequeno não tem
escalpos? Olhem suas plumas de guerra! Vejam os cabelos dos escalpos dos seus
inimigos pendurados lá nos paus da tenda! Vocês dizem que ele é um covarde?
Corvo Pequeno não é covarde e não é tolo. Bravos, vocês parecem crianças, não
sabem o que estão fazendo, vocês estão cheios de água do demônio do homem branco. São como
cachorros na lua quente quando
enlouquecem e mordem a própria sombra. Somos apenas pequenas manadas de búfalos
espalhadas, as grandes manadas que antigamente cobriam as pradarias não existem
mais. Vejam! Os homens brancos são como gafanhotos quando voam, em tanta
quantidade que o céu inteiro vira uma nevasca. Vocês podem matar um, dois, dez,
sim, são inúmeros como as folhas da floresta lá adiante, e os irmãos deles não
vão sentir sua falta. Matem um, dois, dez e dez vezes dez virão matar vocês.
Fiquem contando nos dedos e os homens brancos com armas nas mãos virão mais depressa
do que vocês possam contar.
Sim, eles estão lutando entre si
lá longe, vocês ouvem o trovão das grandes armas deles? Não levaria duas luas
para chegar a onde eles estão lutando, e durante o caminho inteiro vocês
passariam por soldados brancos tão numerosos quanto os laricos nos pântanos dos
ojibways. Sim, eles estão lutando entre si, mas se vocês os atacarem se virarão
contra vocês e vão devorar vocês, suas mulheres e crianças como os gafanhotos
que se lançam nas árvores e devoram todas as folhas num só dia.
Vocês são tolos. Não veem o rosto
do seu chefe, estão com os olhos cheios de fumaça. Não ouvem a voz dele, estão
com seus ouvidos cheios de água rugindo. Bravos vocês são crianças, são
tolos. Vão morrer como os coelhos que os
lobos famintos caçam na lua rigorosa de Janeiro. Corvo pequeno não é covarde, ele
vai morrer com vocês.
Dez anos de humilhações e abusos
dos homens brancos perpassaram na mente de Corvo Pequeno, os tratados rompidos,
as áreas de caça perdidas, as promessas não cumpridas, as anuidades não pagas,
a fome enquanto os armazéns da agência transbordavam de comidas, os insultos de
Andrew Myrick, tudo isto junto o levou a ordenar o ataque imediato da Agência
do governo e a morte de todos os brancos.
Na manhã do dia 17 de Agosto,
dois dias depois, o ataque começou com a matança de muitos, um dos primeiros a
cair morto, foi o comerciante Andrew Myrick, o mesmo que havia recusado credito
aos índios com fome, pouco tempo antes quando lhe pediram alimento, ele disse:
- Se estão com fome comam capim
ou a própria merda!
Agora estava no chão, morto, com
a boca cheia de capim e os índios escarneciam:
- Agora é Myrick que está comendo
capim.
Corvo Pequeno estava lá,
dirigindo a operação.
Como podemos comprovar o falar
merda, apesar de ser uma cultura ordinária a todos os povos, em todas as castas
ou classes sociais, hoje ganhou mais força pelo poder da divulgação, de
propagação que alcançou no terceiro milênio, o poder da mídia através de fake News,
Facebook, Whatsapp, Instagram e demais meios de comunicação, como o rádio e a
televisão. Um exemplo notório destes fatos no nosso Iguatu é a maneira criminosa com que algumas “gralhas
orquestradas” que estão a frente dos
microfones de nossas emissoras, propagam mentiras e encobrem verdades , sem nenhum
compromisso com o povo de nossa terra, apenas com o intuito de bajular alguns
chefetes políticos, eternizando uma politicagem sebosa que nem num momento de
calamidade pública, como esta pandemia que agora fumina a humanidade conseguem
parar de sacrificar o povo, puxa sacos miseráveis que só pensam no próprio
bolso.
Em tempos de Pandemia duas coisas
estão se fazendo constantes em nossa sociedade, o COVID 19 e o falar merda, ao
ponto de estarem juntos em quase toda parte, quase todo tempo. O exemplo extremo
disto temos em nossa autoridade maior o presidente da república o Sr. Jair Bolsonaro que tem desprezado todo o conhecimento do
mundo cientifico em relação ao corona vírus e tem em oportunidades mil
incentivado a população a quebrar com o isolamento social, sendo o principal
aliado, principal cabo eleitoral desta pandemia no Brasil ao afirmar frases
tipo:
* No meu caso particular, pelo me histórico
de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus eu não precisaria me preocupar, nada sentiria,
ou seria quando muito acometido por uma gripezinha ou resfriadinho
* Tem a questão da corona vírus também que
no meu entender está sendo superdimensionado o poder destruidor desse vírus,
então talvez esteja sendo potencializado até por questões econômicas.
* Obviamente temos no momento uma crise,
uma pequena crise né, no meu entender muito mais uma fantasia a questão do
corona vírus que não é isto tudo...
* Depois da facada não vai ser uma
gripezinha que vai me derrubar
* O Brasileiro tem que ser estudado, ele
não pega nada, nem o cara pulando em esgoto ali, sai mergulha e não acontece
nada com ele...
* O vírus tá aí! Vamos ter que enfrenta-lo,
mas enfrentar como homem pô, não como moleque!
Quando o próprio Papa Francisco
dava o exemplo celebrando na praça de São Pedro , em Roma com a completa ausência
de fiéis, ele afirmou:
·
Tem gente que quer fechar igreja, o ultimo
refugio das pessoas, lógico, o pastor vai saber conduzir o seu culto; o pastor,
o padre, se a igreja estar muito cheia ele fala alguma coisa lá...
Acusado pelo seu ministro da
justiça Sergio Moro, ele reuniu todos os seus mais de 20 ministros para afirmar
diante de uma cadeia de rádio e televisão:
·
Fala-se em interferência minha na polícia
federal.... Quem mandou matar Bolsonaro!?... Chamei meu filho o zero 4:
- Abre o jogo
- Pai eu saí com
metade do condomínio, nem lembro quem ela é.
Interpelado pela grande mídia em
alguns momentos pelo assombroso número de Brasileiros mortos, afirmou em dois
momentos:
- E daí?
- Eu não sou coveiro.
Em coletiva com a intenção de
repelir as acusações do agora ex-ministro Sergio Moro, que afirmou ter ouvido
do presidente da necessidade de colocar na direção da policia federal, alguém
muito próximo a ele, para que pudesse lhe manter informado de tudo, em respeito
as investigações que o órgão estivesse a frente. Firmou para todo o Brasil, a
acusação do Sergio Moro, quando apontou o nome que este havia mencionado na sua
carta de renúncia, Alexandre Ramagem. Fazendo-me recordar, um momento ainda no período
eleitoral, quando já falava merda, com um ramo na mão na praia de Copacabana:
- Eleitor do Lula, como acabou a
mortadela sobrou capim aqui ô, pra vocês comer.
Agora novamente recorre a rama, ao Ramagem, enquanto, ate
hoje, só restou a 10.100 Brasileiros comer capim pela raiz, vitimas de sua
irresponsabilidade, cegueira e arrogância.
- Até quando Catilina, abusarás
de nossa paciência?
Neto Braga
Tenho dito
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