24 de jan. de 2020

Troféu Anteu
Ao gigante filho da terra do sítio Gameleira
Ao ser Honrado, Honesto, Humilde, Hospitaleiro.
Apoio: Associação dos idosos de Santa Edwiges
Prefeitura de um novo tempo
Secretaria de desenvolvimento agrário (SDA )
Instituto Agropolos Ceará

Vaqueiro Francisco Gonçalves de Oliveira, conhecido popularmente por Chico Tourinho, filho do casal Augustinho Gonçalves de Oliveira e Severina Bernardina Oliveira, nasceu em 11 de Janeiro de 1935, na cidade de Pombal, na Paraíba, numa prole de 12 irmãos: Luís, Maria, Manuel, Antônio, Bernadina, Cícero, Teresinha, Rita, Severina, Geraldo e Vicente Gonçalves de Oliveira.
_ Meu pai migrou para o Piauí, levando toda a família para trabalhar em um terreno próximo à cidade de Parnaíba, há convite de um irmão que já morava por lá, viagem longa, os mais novos iam montados em cima das tralhas no lombo de 02 burros, os mais velhos iam a pé, meus 02 irmão mais novos já nasceram lá. Região rica, muita chuva, muita terra boa, botamos muitas brocas grandes por lá, tinha muita mata, as chuvas pra lá são sempre acompanhadas de muitos raios. Com o tempo, bateu a saudade de casa, e voltamos para Pombal, plantar algodão mocó, sempre em terras alheias, trabalhando de alugado. Um senhor por nome de Zé Pereira, um dia convidou meu pai:
- Seu Tourinho, eu comprei um terreno no Ceará, o senhor quer ir com sua família tomar de conta dele? Papai aceitou e viemos todos morar no sítio Bravo, corria o ano de 1958, ano de uma seca muito grande, fomos todos trabalhar na construção da estrada de rodagem, ligando o Iguatu ao Icó, papai era o feitor, o acampamento era uns barracões, onde todos se abrigavam, lá na Cruz de Pedras, próximo ao Alencar, o trabalho era o dia todo no carrinho de mão carregando terra.
Casei-me no ano de 1959 com a senhorita Teodósia Venceslau Sales, conhecida por Dodó, que conheci no sítio São José, vizinho ao Bravo, ela é mãe de 04 filhos meus, uma menina morreu nos cueiros, os outros 03 se criaram, a Ana Cláudia mora conosco, o Francisco Junior um pouco ali pra baixo, só a Carolina que está morando em São Paulo, formou-se em enfermagem e está trabalhando lá.
Com o tempo fomos morar no sítio Tambiá, nas terras do Sr. Antônio Matos, chegamos na Gameleira no ano de 1966, trabalhar com o Zé Lobo, além da luta com o gado, tinha o trabalho nas vazante de arroz, o ano inteiro, terminando uma e começando outra, o terreno vai até a Varjota. Depois de uma vida toda minha e do meu pai migrando sempre, hoje tenho minha casa própria, moro em cima do que é meu, mas não posso negar que foi meu patrão, o Zé Lobo que me deu esse terreno e me ajudou muito na construção da casa, meu, só o trabalho como servente, o material foi de uma construção antiga que derrubamos, e as diárias do pedreiro Zé Maria, foi o Zé Lobo que pagou.
Eu nunca tomei um comprimido, quando era menino, mentia para meu pai, vendo os meus irmãos menores sem ir trabalhar, eu inventava que estava com dor de dente. Mas, tenho uma saúde de ferro, em visita a uns familiares que moram no Pará, inventei de trabalhar uns dias numa plantação de pimenta, enquanto liberava há passagem que o idoso tem direito. Os cabras novos diziam fazendo mangofa:
- Vô, o senhor vai levar cambão!
Deixei todos pra trás, me pediram os documentos, não acreditaram que eu tinha 80 anos.
Na festa da homenagem que o senhor nós fez, a Dodó, não pôde ir, com uma inflamação no pé, por causa da diabete, mas eu fiquei muito orgulhoso, fui com minha filha, meus netos, tenho 05, o Emanuel, o Mateus, a Lorena, a Camila e a Ana Kelly e com eles sou feliz!
Legitimo de Braga


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