13 de fev. de 2019


Troféu  Anteu
Ao gigante filho da terra
Apoio:
Secretaria do Meio Ambiente e Urbanismo – Dr. Marcos Ageu
Secretaria de Cultura e Turismo – Lucinha Felipe
Secretaria de Agricultura e Pecuária – Hildernando Barreto
Lions Clube Centenário João Alves Bezerra
Associação dos idosos de Santa Edwiges
Prefeitura de um novo tempo
Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Governo do Estado (SDA) – AGROPOLOS – De Assis Diniz.



Vila Cajazeiras.
“Com alegria vocês tirarão água
das fontes da salvação.”
Isaías 12:3
Socorro Cardoso de Araújo Alconforrado, filha do casal Luís Cardoso de Araújo e Maria Pereira da Silva, natural do sítio Cajazeiras, nascida há 27 de Outubro de 1945, tendo 14 irmãos a citar: Almiro, Adail, Aldira, Alcir, eu, Aldir, Francisco, Helena, Alcinete, Ana, Ivone, Almir, Audenira, Aldemir.
 Nasci e me criei ajudando meu pai a trabalhar na roça. Naquele tempo não tinha água encanada nem luz elétrica, eu carregava com meus irmãos e irmãs água do rio Jaguaribe em latas na cabeça, lavava as roupas no rio, no inverno, papai plantava milho , feijão, fava, algodão, naquela época era fartura, não tinha malfazejo, a gente dormia na vazante, ninguém fazia mal a ninguém, esperávamos o Aracati chegar, para balançar as nossas redes, vendo os pebas vim comer as batatas na nossa frente, furavam o Jerimum, também tinha muito peixe, duas vezes na semana papai ia  a noite para uma pescaria, muito peixe, muita fartura, poço das moitas, poço comprido, poços grandes, não faltava água pros animais tirava o ano todo, fosse a seca que fosse, no mês de Outubro a água fluía com mais força, o feijão plantado na vazante ficava com a rama na água.
 No mês de Setembro durante os festejos de N.S.P.S no Prado íamos para a rua  a pé, a lua clara, em casa ficava a porta amarrada no arame , no quintal galinhas, capote, perus, criação, vacas no curral, mas não sumia nada, era um tempo de tranquilidade, do amor ao próximo. Mamãe sempre deu conta das responsabilidades de casa, além disso, ajudava papai no curral tirando leite, na vazante, apanhando feijão, ia buscar lata d’agua na cabeça com um filho escanchado no braço, pilava o arroz, depois apareceu moageira, antes era tudo no pilão, o milho tinha o moinho, papai comprava o café em caroço, mamãe torrava e nós pilavamos.
 Casei-me no dia 05 de Outubro de 1963, com o Joaquim Vicente Alconforado, hoje falecido, tive com ele 05 filhos: Solange, Solineide, Solineuma, Francineuma e Ivan, hoje eu não posso afirmar que sou feliz, pois estou realizando um tratamento de saúde, mas ao mesmo tempo afirmo que sou, pois tenho meus filhos e nos meus 47 anos de viúva, nunca me deram desgosto, criei todos como fui criada por meus pais, na roça.
 Sempre depois da roça, pegávamos cada um a sua cadeirinha e íamos para a casa da Sra. Nair Ribeiro, minha primeira e única professora, uma competência, todos os meus irmãos aprenderam a ler e escrever com ela. Tenho 6 netos e 3 bisnetos. Papai dizia, aqui não tem diferença não, tanto faz Homem como mulher tem que trabalhar, não estando doente, tem que trabalhar. Mas, nunca nos faltou alimento, fosse  qual fosse o tempo mas sempre tivemos, ou bom ou rui, mas nunca dormimos com fome. Sempre lutando, ensinando e unindo.
Criei meus filhos todos trabalhando na roça, como qualquer cidadão, no tempo de colher, botava pra bater o arroz o resto era eu.

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