Troféu Anteu
Ao gigante filho da
terra
Apoio:
Secretaria do Meio
Ambiente e Urbanismo – Dr. Marcos Ageu
Secretaria de Cultura
e Turismo – Lucinha Felipe
Secretaria de
Agricultura e Pecuária – Hildernando Barreto
Lions Clube
Centenário João Alves Bezerra
Associação dos idosos
de Santa Edwiges
Prefeitura de um novo
tempo
Secretaria de
Desenvolvimento Agrário do Governo do Estado (SDA) – AGROPOLOS – De Assis
Diniz.
Sítio Cajazeiras
“Há um rio cujos canais
alegram a cidade de Deus, o Santo Lugar onde habita o Altíssimo.”
Salmos 46:4
Salmos 46:4
Valdo Cardoso de Araújo nasceu á 04 de Setembro de 1946,
filho do casal Joaquim Cardoso de Araújo e Antônia Alexandrina de Araújo numa
linhagem de 7 filhos José de Kinco (In Memoria), João, Otávio(In Memoria),
Afonso (In Memoria), Rosa (In Memoria) e Rocilda.
Meu pai Joaquim
Cardoso, conhecido por “Kinco” casou com uma prima sua, que veio a ser minha
mãe Dona Totonha, seus pais eram irmãos João José de Araújo e Pedro José de
Araújo. Papai foi vaqueiro do Sr. Alfredo Nogueira, no sítio Itans, naquele tempo não se falava em dinheiro, era por sorte, de
cinco uma. No final do ano se juntava o gado novo e se ferrava, cada qual com
sua marca ferro e fogo. As vacas não comiam ração era só na roça mesmo, mas era
uma fartura de leite, todo dia se tirava entre 70 a 80 litros de leite, ai
minha mãe fazia o queijo, a coalhada, o queijo de manteiga e se vendia a um
comerciante ali no Prado. Todo dia ia 10 L de leite para a casa do Sr. Alfredo
Nogueira, no Iguatu, quem ia deixar era Geraldo Cesário, uma rodilha forrando a
cabeça e um bule de 10L. Na minha infância o sítio Cajazeiras se resumia a umas
40 casas, na sua grande maioria de Taipa, se muito tivesse era 04, 05 casas de
tijolo. Energia elétrica não tinha em nenhuma, energia elétrica só no Iguatu e
a motor, o motor ficava onde hoje é o Mercado do Peixe, era só ate as 10:00 h
da noite. Aqui era só a lamparina, mas naquele tempo a luta era grande o povo
acordava cedo para o trabalho a noite já cansados, logo se apagava a lamparina
e íamos todos dormir. Nossa luta era pela madrugada, papai levava todos pro Curral,
depois um ou dois de nós íamos deixar o gado nas Itans, o resto ia para lavoura
de feijão, milho, arroz e algodão, trabalhávamos todos juntos para dentro de
casa, as meninas ficavam ajudando mamãe na luta com o leite outras tarefas
domesticas. Só plantei uma roça para mim, no ano que me decidi casar, tinha 22
anos e corria o ano de 1968. Naquela época havia muitos poços grandes da ponte
para cá, o poço comprido, o poço das moitas, o poço das caieiras, além de
outros poços menores, que tiravam o verão todo cheio, nem na época das duas
grandes secas de 1952 e 1958 estes poços secaram, ao contrario davam nado. Hoje,
a situação do rio Jaguaribe é outra, o desmatamento destruiu as barreiras e
aterrou o rio, por outro lado, vem cacimbeiros e retiram a areia até chegar no
salão do rio, destruindo por completo as veias d’agua e ainda trazem entulho de
construção civil para fazerem verdadeiras rodagens dentro do Jaguaribe, isto
tudo tem diminuído a nossa qualidade de vida e tem provocado muitos tipos de
doenças, acabando com a saúde de muitos, eu mesmo tenho tratado de um câncer,
mas graças a Deus fico bom.
Minha esposa se
chamava Raimunda Lucineide Duarte de Araújo, e é mãe de 3 filhos meus, a
Valdiluce Duarte de Araújo, Valdenir e Valberio estes já me deram 5 netos e 1
bisneto.
Minhas terras foram
de herança, terras poucas, mas criei meus filhos trabalhando na roça, na safra
de algodão colocávamos 40,50 arrobas dentro de casa. O legume era só para o consumo,
mas toda vida tiramos.
- O senhor se
considera um homem livre?
- Sou graças a Deus, nunca fiz desavença com ninguém, nunca
tive desamizade com ninguém, nunca nesta idade de 72 anos recebi uma intimação,
nem pra mim nem pra meus filhos. Graças a deus sou um Homem livre. Sou feliz,
graças a deus, nunca em 50 anos de casado, tive problemas com minha mulher,
nunca dormi uma noite fora de casa. Sou feliz!!
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