Troféu Anteu
Ao gigante filho da
terra
Apoio:
Secretaria do Meio
Ambiente e Urbanismo – Dr. Marcos Ageu
Secretaria de Cultura
e Turismo – Lucinha Felipe
Secretaria de
Agricultura e Pecuária – Hildernando Barreto
Lions Clube
Centenário João Alves Bezerra
Associação dos idosos
de Santa Edwiges
Prefeitura de um novo
tempo
Secretaria de
Desenvolvimento Agrário do Governo do Estado (SDA) – AGROPOLOS – De Assis
Diniz.
Sítio Cajazeiras
“No Éden nascia um rio
que irrigava o jardim, e depois se dividia em quatro.”
Gênesis 2:10
Gênesis 2:10
Socorro Cardoso de Araújo Alconforado filha do casal Luís
Cardoso de Araújo e Maria Pereira da Silva, natural do sítio Cajazeiras,
nascida há 27 de Outubro de 1945, tendo 14 irmãos, a citar: Almiro, Adail,
Aldira, Alcir, eu, Aldir, Francisco, Helena, Alcinete, Ana, Ivone, Almir, Audenira e
Aldemir.
Nasci e me criei
ajudando meu pai a trabalhar na roça. Naquele tempo não tinha água encanada nem
luz, eu carregava com meus irmãos e irmãs água do rio Jaguaribe em latas na
cabeça, lavava roupas no rio, no inverno papai plantava milho, feijão, fava,
algodão. Naquela época era fartura, não tinha malfazejo, a gente dormia na
vazante, ninguém fazia mal a ninguém, esperava o Aracati chegar, para balançar
a rede, vendo os peba vim comer batata na nossa frente, furavam o Jerimum. Também tinha muito peixe,
duas vezes na semana papai ia a noite para uma pescaria, muito peixe, muita
fartura, poço das moitas, poço comprido, poço grande, não faltava água pros
animais, tirava o ano todo, fosse a seca que fosse, no mês de Outubro a água
fluía com mais força, o feijão plantado na vazante, ficava com a rama na água.
No mês de Setembro
durante os festejos de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro no Prado, íamos para a
rua a pé, a lua clara, em casa ficava a porta amarrada no arame, no quintal
galinhas, capotes, pirus, criação de bode, vacas no curral, mas não sumia nada,
era um tempo de tranquilidade, do amor ao próximo. Mamãe sempre deu conta das
responsabilidades de casa além disto ajudava papai no curral tirando leite, na
vazante apanhando feijão, ia buscar lata d’agua na cabeça com o filho
escanchado no braço, pilava o arroz, depois apareceu moageira, antes era tudo
no pilão, para o milho tinha o moinho. Papai comprava o café em caroço, mamãe
torrava e nós pilavamos.
Casei no dia 5 de
Outubro de 1963 com Joaquim Vicente Alconforado, hoje falecido, tive com ele 5
filhos: Solange, Solineide, Solineuma, Francineuma e o Ivan. Tenho 6 netos e 3 bisnetos.
Papai dizia:
- Aqui não tem diferença, tanto faz homem como mulher tem
que trabalhar não estando doente, tem que trabalhar.
Mas, nunca nos faltou alimento, fosse qual
fosse o tempo mais sempre tivemos, ou bom, ou ruim, mas nunca dormimos com
fome. Sempre lutando, ensinando e unindo.
Criei meus filhos
todos trabalhando na roça, como qualquer cidadão, no tempo de colher, pagava
alguns trabalhadores para bater o arroz, o resto da luta era comigo.
- A senhora é uma mulher feliz?
- Eu não posso afirmar que sou feliz, pois estou realizando
um tratamento de saúde, mas no mesmo tempo afirmo que sou, pois tenho meus filhos e nos meus 47
anos de viúva, nunca me deram desgosto , criei todos como fui criada por meus
pais, na roça. Sempre depois da roça pegávamos cada um a sua cadeirinha e íamos
para a casa da Sra. Nair Ribeiro, minha primeira e única professora, uma
competência. Todos os meus irmãos aprenderam a ler e escrever com ela.
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