Troféu Anteu
Ao gigante filho da
terra
Apoio:
Secretaria do Meio
Ambiente e Urbanismo – Dr. Marcos Ageu
Secretaria de Cultura
e Turismo – Lucinha Felipe
Secretaria de
Agricultura e Pecuária – Hildernando Barreto
Lions Clube
Centenário João Alves Bezerra
Associação dos idosos
de Santa Edwiges
Prefeitura de um novo
tempo
Secretaria de
Desenvolvimento Agrário do Governo do Estado (SDA) – AGROPOLOS – De Assis
Diniz.
Vila Gadelha
“E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da
vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.”
João 6:35
Luís José de Oliveira (Luís do Boi) filho do casal José
Miguel de Oliveira e Maria Socorro de Oliveira, nasceu no dia 21 de Julho de
1958. Casando com a senhora Maria Carminha de Oliveira, no dia 24 de setembro
de 1977 tendo com ela 3 filhos: José Wilson de Oliveira, Wildean Luís de
Oliveira, o outro morreu aos 17 dias de nascido, chamava-se Manuel.
Tenho 10 irmãos:
Lindalva, eu, Marina, Joza, Evildo, Laene, Noene, Francisco, Edegildo, Gilson.
Nasci numa região
chamada de Panta, no município de Acopiara, uma vida muito dificultosa, meu avô
Marco Adriano, tinha nas águas do Orós, um sitio chamado córrego, município do
Quixêlo, vinha me buscar a cavalo para pastorar sua vazante de arroz, passava
de quatro, cinco meses lá, eu era o mais velho dos filhos homens, portanto, fui
o primeiro na luta, neste tempo a gente não tinha direito ao dinheiro, este era
passado para a mão do pai, tínhamos direito a uma roupinha e a um chinelinho.
Nunca estudei! Naquela idade a gente já sabia que tinha que ajudar papai, não
tinha de onde vim, era só nos mesmo, uma família grande. As meninas ainda
andaram estudando, sabem alguma coisinha, mas os Homens, o nosso destino era o
trabalho na roça mesmo. As terras de papai eram fracas pro algodão, na minha
juventude ele arrendou umas terras no Sítio Garrota, ali melhorou um pouquinho,
colhi muito algodão, bons tempos, em que eu comecei a pegar num dinheirinho. Ai
conheci a Maria, era o ano de 1976 e eu tinha 19 anos. Casei em Setembro de
1977, meu sogro o Sr. Lídio Clemente me deu
uma área de terra, assim de umas duas tarefas, ai construí minha casa, meus
três filhos nasceram ali, plantava o milho e o feijão, mas só pra comer em
casa, o trabalho maior era o algodão mesmo, arrendava terras e era aquela
beleza os campos de algodão. Quando o algodão se acabou, ai eu pensei que o
mundo ia se acabar mesmo. Foi nesta época que viemos pro Iguatu, meu sogro
comprou um terreno aqui no Gadelha, chegamos aqui no dia 04 de Janeiro de 1988.
Primeiramente, tentei a vida no Iguatu, mas como dizia meu pai: Na rua, ou
rico, ou pedindo esmola. Decidi então tentar a sorte com o arroz, já trazia
experiência das vazantes de vovô, minhas plantações, apesar da ajuda de meu
sogro que deixava que eu plantasse em suas terras, toda vida foram grandes,
plantava de oito, dez tarefas, ai tinha que arrendar as terras e contratar de
cinco a seis trabalhadores. A vida do pobre é sacrificada mesmo, quando a gente
menos espera se acaba tudo. A cultura do arroz acabou, lá vai eu pensar de novo
no que fazer. Só me restou a broca, muito sofrimento, mas tirava-se a estaca, o
estacote e com a lenha se fazia um
carvão, era com isto que eu tirava o
sustento da família.
Este meu apelido de
Luís do Boi, foi nos bons tempos do arroz, sobrava um dinheirinho, eu comprava
umas cabeças de gado e comecei a matar, aqui mesmo no Gadelha, ai o Zebinha me
deu este apelido. Mas com o desaparecimento das vazantes de arroz eu tive que
abandonar também este trabalho, pois só me restou dividas. Mas graças a Deus
paguei a todo mundo. Não devo um quilo de boi a ninguém.
- O Sr. Pode afirmar
ser um Homem livre?
- Acho que não! A pessoa para ser livre é muito complicado,
precisa de muita condição, e mesmo assim não consegue, a gente sempre tem que
precisar de alguém, portanto, não sou livre. Daqui uns 15, 20 dias, chega minha
aposentadoria ai vou me livrar da energia, da conta d’agua, da feira, mas mesmo
assim vou continuar dependendo de alguém, de alguma coisa. Acho mesmo que para
ser livre , só quando tiver dentro do caixão.
- O senhor é feliz?
- Graças a Deus, estou me achando feliz, estou com saúde.
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