21 de nov. de 2018



Troféu  Anteu
Ao gigante filho da terra
Apoio:
Secretaria do Meio Ambiente e Urbanismo – Dr. Marcos Ageu
Secretaria de Cultura e Turismo – Lucinha Felipe
Secretaria de Agricultura e Pecuária – Hildernando Barreto
Lions Clube Centenário João Alves Bezerra
Associação dos idosos de Santa Edwiges
Prefeitura de um novo tempo
Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Governo do Estado (SDA) – AGROPOLOS – De Assis Diniz.


 Vila Gadelha 

“E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.”

João 6:35
Luís José de Oliveira (Luís do Boi) filho do casal José Miguel de Oliveira e Maria Socorro de Oliveira, nasceu no dia 21 de Julho de 1958. Casando com a senhora Maria Carminha de Oliveira, no dia 24 de setembro de 1977 tendo com ela 3 filhos: José Wilson de Oliveira, Wildean Luís de Oliveira, o outro morreu aos 17 dias de nascido, chamava-se Manuel.
 Tenho 10 irmãos: Lindalva, eu, Marina, Joza, Evildo, Laene, Noene, Francisco, Edegildo, Gilson.
 Nasci numa região chamada de Panta, no município de Acopiara, uma vida muito dificultosa, meu avô Marco Adriano, tinha nas águas do Orós, um sitio chamado córrego, município do Quixêlo, vinha me buscar a cavalo para pastorar sua vazante de arroz, passava de quatro, cinco meses lá, eu era o mais velho dos filhos homens, portanto, fui o primeiro na luta, neste tempo a gente não tinha direito ao dinheiro, este era passado para a mão do pai, tínhamos direito a uma roupinha e a um chinelinho. Nunca estudei! Naquela idade a gente já sabia que tinha que ajudar papai, não tinha de onde vim, era só nos mesmo, uma família grande. As meninas ainda andaram estudando, sabem alguma coisinha, mas os Homens, o nosso destino era o trabalho na roça mesmo. As terras de papai eram fracas pro algodão, na minha juventude ele arrendou umas terras no Sítio Garrota, ali melhorou um pouquinho, colhi muito algodão, bons tempos, em que eu comecei a pegar num dinheirinho. Ai conheci a Maria, era o ano de 1976 e eu tinha 19 anos. Casei em Setembro de 1977, meu sogro o Sr. Lídio Clemente me  deu uma área de terra, assim de umas duas tarefas, ai construí minha casa, meus três filhos nasceram ali, plantava o milho e o feijão, mas só pra comer em casa, o trabalho maior era o algodão mesmo, arrendava terras e era aquela beleza os campos de algodão. Quando o algodão se acabou, ai eu pensei que o mundo ia se acabar mesmo. Foi nesta época que viemos pro Iguatu, meu sogro comprou um terreno aqui no Gadelha, chegamos aqui no dia 04 de Janeiro de 1988. Primeiramente, tentei a vida no Iguatu, mas como dizia meu pai: Na rua, ou rico, ou pedindo esmola. Decidi então tentar a sorte com o arroz, já trazia experiência das vazantes de vovô, minhas plantações, apesar da ajuda de meu sogro que deixava que eu plantasse em suas terras, toda vida foram grandes, plantava de oito, dez tarefas, ai tinha que arrendar as terras e contratar de cinco a seis trabalhadores. A vida do pobre é sacrificada mesmo, quando a gente menos espera se acaba tudo. A cultura do arroz acabou, lá vai eu pensar de novo no que fazer. Só me restou a broca, muito sofrimento, mas tirava-se a estaca, o estacote  e com a lenha se fazia um carvão, era com isto que  eu tirava o sustento da família.
 Este meu apelido de Luís do Boi, foi nos bons tempos do arroz, sobrava um dinheirinho, eu comprava umas cabeças de gado e comecei a matar, aqui mesmo no Gadelha, ai o Zebinha me deu este apelido. Mas com o desaparecimento das vazantes de arroz eu tive que abandonar também este trabalho, pois só me restou dividas. Mas graças a Deus paguei a todo mundo. Não devo um quilo de boi a ninguém.
 - O Sr. Pode afirmar ser um Homem livre?
- Acho que não! A pessoa para ser livre é muito complicado, precisa de muita condição, e mesmo assim não consegue, a gente sempre tem que precisar de alguém, portanto, não sou livre. Daqui uns 15, 20 dias, chega minha aposentadoria ai vou me livrar da energia, da conta d’agua, da feira, mas mesmo assim vou continuar dependendo de alguém, de alguma coisa. Acho mesmo que para ser livre , só quando tiver dentro do caixão.
- O senhor é feliz?
- Graças a Deus, estou me achando feliz, estou com saúde. 

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