Troféu Anteu
Ao gigante filho da
terra
Apoio:
Secretaria do Meio
Ambiente e Urbanismo – Dr. Marcos Ageu
Secretaria de Cultura
e Turismo – Lucinha Felipe
Secretaria de
Agricultura e Pecuária – Hildernando Barreto
Lions Clube
Centenário João Alves Bezerra
Associação dos idosos
de Santa Edwiges
Prefeitura de um novo
tempo
Secretaria de
Desenvolvimento Agrário do Governo do Estado (SDA) – AGROPOLOS – De Assis
Diniz.
Vila Gadelha
“Então o anjo me
mostrou o rio da água da vida que, claro como cristal, fluía do trono de Deus e
do Cordeiro.”
Apocalipse 22:1
Sebastião Arlindo da Silva
conhecido por Bastião,filho do casal Antônio Pedro da Silva e Maria Francisca da Conceição, tendo nove
irmãos , cinco homens e quatro mulheres:
José Carlos da Silva, José Neto, Francisco Marlos, Francisco de Assis Silva,
Paulo Ricardo, Laurenir, Sonia Maria, Maria Bonfim, Conceição Neta (Daiza),
Maria de Fátima (Do Carmo).
Nasceu em 04 de Outubro de 1961, casando com a
senhora Francisca Telma em 24 de Dezembro de 1988 na Igreja Matriz de Acopiara,
tendo com ela duas filhas as senhoritas Nayara Batista e Dandara Batista.
Nasci em São José de Piranhas no estado da Paraíba, desde que me entendi
por gente minha vida sempre foi acompanhar meu pai, tomar de conta das lutas. Meu
pai era vaqueiro, chamavam-no de Antônio Moreno, me acordava de madrugada para
o acompanhar dentro do curral, soltar os bezerros para ele tirar o leite,
limpar o curral, deixar o gado na roça. Meus três irmãos mais velhos iam pra
roça, papai arrendava dez tarefas de terra todo ano, plantavam milho, arroz,
algodão aqueles campos brancos que o bicudo acabou com tudo. A minha missão era
o curral. Com nove, dez anos eu já havia descoberto muitos segredos do curral,
o nó com que se amarrava o bezerro, sem ter o perigo de o enforcar, tirar o
leite. A primeira missão de um vaqueiro, e está eu aprendi com meu pai, e hoje
eu vejo muita gente que se diz vaqueiro e não sabe, é fazer um cabresto para o
seu animal, o segundo é fazer um jogo de peía para piá seu animal, era com isto
que se domava o burro brabo, depois de o laçar piava-se sua pata dianteira com uma traseira, ai podia o soltar na roça, no
outro dia ia busca-lo, já estava mais manso, ai você ia domando aos pouquinhos.
Hoje, se pega uma rés no campo aberto e se diz que é vaqueiro, naquele tempo
era o campo aberto, na jurema fechada, tínhamos a necessidade do chapéu, do
gibão, da perneira e de um cachorrinho achador de boi. Fiz muitas viagens acompanhando
meu pai na busca de gado, às vezes botávamos um pedacinho de queijo dentro do
alforje, às vezes não. No sertão as casas eram distantes uma das outras, sempre
de taipa, nós chegávamos, se alguém oferecia o que comer, ele dizia:
- Se tiver pro menino eu
agradeço. Aceito um café.
E com isto passava o dia todo, muitas vezes ao
chegarmos das lutas já era noite fechada. Mas, na madrugada já era para
estarmos dentro do curral. Naquele tempo era difícil se ver uma cerca de arame
farpado, cerca só de faxina e para as vacas de curral e os animais de campo, da
luta. O gado mesmo era criado solto, retirei muito gado daqui, da região de
Acopiara e algumas vezes até da região de Tauá, passava de quatro dias no lombo
de um burro, saiamos, eu, meu irmão Chico e mais um ajudante quando o sol
raiava, às vezes ainda no escuro, só parávamos para arranchar no finalzinho da
tarde.
Viemos
da Paraíba para Acopiara no ano de 1981, trabalhar nas terras de Capistrano, no
Iguatu chegamos no ano de 1991, trabalhar na chapada do moura com seu Elmo
Moreno, nesta época, meu pai adoeceu do coração, vindo a falecer no ano de
1994. Mas, ai ele já havia me ensinado
tudo na arte do vaqueiro, meu diploma ele me deu ainda na Paraíba, eu devia
andar lá pelos 15 anos, havia uma garrota que desgarrava do rebanho sempre que
nós trazíamos o gado pro curral. A mãe vinha, mas ela se embrenhava na mata, eu
disse:
- A garrota voltou!
Ele:
- Há no tempo que eu era Homem!?
Eu entendi o recado então disse:
- Me de seu cavalo que eu vou
buscar a garrota.
Ai soltei um cachorrinho bom de gado que eu
tinha e parti. O cachorro achou ela primeiro, dentro da mata de Jurema fechada,
botei o cavalo nela, quando emparedei com ela, soltei do cavalo, já pegado na
sua perna, derrubei, fiz um cabresto e a trouxe para o curral. Daquele dia em
diante, papai só me acompanhava pro curral, a luta no campo agora era minha
responsabilidade.
- O senhor se considera um homem
livre?
- Livre assim como, o senhor
diz!? Me sinto um homem assim sem problema,
sou feliz dentro de casa com minha esposa e filhas, sem problemas com os
vizinhos. Feliz! Você pode ter meio mundo de dinheiro , mas não teve felicidade
o que é que vale?
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