22 de nov. de 2018


Troféu  Anteu
Ao gigante filho da terra
Apoio:
Secretaria do Meio Ambiente e Urbanismo – Dr. Marcos Ageu
Secretaria de Cultura e Turismo – Lucinha Felipe
Secretaria de Agricultura e Pecuária – Hildernando Barreto
Lions Clube Centenário João Alves Bezerra
Associação dos idosos de Santa Edwiges
Prefeitura de um novo tempo
Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Governo do Estado (SDA) – AGROPOLOS – De Assis Diniz.





Vila Gadelha

“Então o anjo me mostrou o rio da água da vida que, claro como cristal, fluía do trono de Deus e do Cordeiro.”
Apocalipse 22:1
Sebastião Arlindo da Silva conhecido por Bastião,filho do casal Antônio Pedro da Silva  e Maria Francisca da Conceição, tendo nove irmãos , cinco homens  e quatro mulheres: José Carlos da Silva, José Neto, Francisco Marlos, Francisco de Assis Silva, Paulo Ricardo, Laurenir, Sonia Maria, Maria Bonfim, Conceição Neta (Daiza), Maria de Fátima (Do Carmo).
 Nasceu em 04 de Outubro de 1961, casando com a senhora Francisca Telma em 24 de Dezembro de 1988 na Igreja Matriz de Acopiara, tendo com ela duas filhas as senhoritas Nayara Batista e Dandara Batista.
  Nasci em São José de Piranhas no estado da Paraíba, desde que me entendi por gente minha vida sempre foi acompanhar meu pai, tomar de conta das lutas. Meu pai era vaqueiro, chamavam-no de Antônio Moreno, me acordava de madrugada para o acompanhar dentro do curral, soltar os bezerros para ele tirar o leite, limpar o curral, deixar o gado na roça. Meus três irmãos mais velhos iam pra roça, papai arrendava dez tarefas de terra todo ano, plantavam milho, arroz, algodão aqueles campos brancos que o bicudo acabou com tudo. A minha missão era o curral. Com nove, dez anos eu já havia descoberto muitos segredos do curral, o nó com que se amarrava o bezerro, sem ter o perigo de o enforcar, tirar o leite. A primeira missão de um vaqueiro, e está eu aprendi com meu pai, e hoje eu vejo muita gente que se diz vaqueiro e não sabe, é fazer um cabresto para o seu animal, o segundo é fazer um jogo de peía para piá seu animal, era com isto que se domava o burro brabo, depois de o laçar piava-se sua pata dianteira com  uma traseira, ai podia o soltar na roça, no outro dia ia busca-lo, já estava mais manso, ai você ia domando aos pouquinhos. Hoje, se pega uma rés no campo aberto e se diz que é vaqueiro, naquele tempo era o campo aberto, na jurema fechada, tínhamos a necessidade do chapéu, do gibão, da perneira e de um cachorrinho achador de boi. Fiz muitas viagens acompanhando meu pai na busca de gado, às vezes botávamos um pedacinho de queijo dentro do alforje, às vezes não. No sertão as casas eram distantes uma das outras, sempre de taipa, nós chegávamos, se alguém oferecia o que comer, ele dizia:
- Se tiver pro menino eu agradeço. Aceito um café.
 E com isto passava o dia todo, muitas vezes ao chegarmos das lutas já era noite fechada. Mas, na madrugada já era para estarmos dentro do curral. Naquele tempo era difícil se ver uma cerca de arame farpado, cerca só de faxina e para as vacas de curral e os animais de campo, da luta. O gado mesmo era criado solto, retirei muito gado daqui, da região de Acopiara e algumas vezes até da região de Tauá, passava de quatro dias no lombo de um burro, saiamos, eu, meu irmão Chico e mais um ajudante quando o sol raiava, às vezes ainda no escuro, só parávamos para arranchar no finalzinho da tarde.
  Viemos da Paraíba para Acopiara no ano de 1981, trabalhar nas terras de Capistrano, no Iguatu chegamos no ano de 1991, trabalhar na chapada do moura com seu Elmo Moreno, nesta época, meu pai adoeceu do coração, vindo a falecer no ano de 1994.    Mas, ai ele já havia me ensinado tudo na arte do vaqueiro, meu diploma ele me deu ainda na Paraíba, eu devia andar lá pelos 15 anos, havia uma garrota que desgarrava do rebanho sempre que nós trazíamos o gado pro curral. A mãe vinha, mas ela se embrenhava na mata, eu disse:
- A garrota voltou!
Ele:
- Há no tempo que eu era Homem!?
 Eu entendi o recado então disse:
- Me de seu cavalo que eu vou buscar a garrota.
 Ai soltei um cachorrinho bom de gado que eu tinha e parti. O cachorro achou ela primeiro, dentro da mata de Jurema fechada, botei o cavalo nela, quando emparedei com ela, soltei do cavalo, já pegado na sua perna, derrubei, fiz um cabresto e a trouxe para o curral. Daquele dia em diante, papai só me acompanhava pro curral, a luta no campo agora era minha responsabilidade.
- O senhor se considera um homem livre?
- Livre assim como, o senhor diz!?  Me sinto um homem assim sem problema, sou feliz dentro de casa com minha esposa e filhas, sem problemas com os vizinhos. Feliz! Você pode ter meio mundo de dinheiro , mas não teve felicidade o que é que vale?

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