Troféu Anteu
Ao gigante filho da
terra
Apoio:
Secretaria do Meio
Ambiente e Urbanismo – Dr. Marcos Ageu
Secretaria de Cultura
e Turismo – Lucinha Felipe
Secretaria de
Agricultura e Pecuária – Hildernando Barreto
Lions Clube
Centenário João Alves Bezerra
Associação dos idosos
de Santa Edwiges
Prefeitura de um novo
tempo
Secretaria de
Desenvolvimento Agrário do Governo do Estado (SDA) – AGROPOLOS – De Assis
Diniz.
Vila Gadelha
Maria Batista
Gomes (Mariquinha), filha do casal Geraldo Batista de Oliveira e Francisca
Acissa de Souza, sendo a segunda filha numa prole de quatro. Raimunda Nonata de
Souza, Geraldina Batista de Souza, Cicero Fernandes de Souza.
Nasci no ano de 1956, aos dois das do mês de
maio, na região dos Inhamus, nas proximidades da Aiuaba, me batizei numa capela
na comunidade de Pé Queimado. Sei disto, de ouvir contar pelo meu pai, mas
chegamos no Iguatu no ano de 1959, na região do Tanque, papai comprou uma
casinha e nos criamos por lá. Viemos para o Amapá no ano de 1971, trabalhar nas
terras do Doca Couras, ano muito difícil, choveu pouco, um verão grande, eu e
minha irmã mais velha ajudávamos papai na roça, milho, feijão e um arroz
plantado na lagoa, o pai ia pra serra roçar o algodão para nos manter, no
sábado ia a feira no Iguatu, mas foi só durante aquele ano. No ano de 1972
fomos trabalhar nas terras de Moises Rolim, lá as coisas melhoraram papai
plantava na seca e no inverno, situou umas duas tarefas de banana e lá
conseguiu dinheiro para comprarmos uma casinha aqui no Gadelha, era o ano de
1976, casa de taipa, mas nossa. Trabalhava a semana toda no Amapá, vinha para
casa no sábado. Minha primeira professora foi Guiomar Batista, quando ainda
morávamos no Tanque, depois eu e a Raimunda fomos estudar no Cardoso, lá a professora
era a Mundeza, fizemos lá o terceiro e o quarto ano, o quinto ano foi com a
professora Valderiza Antunes, recebi até diploma. Quando Elmo Moreno se elegeu
prefeito no ano de 1976 eu já morava no Gadelha, ouve um teste para professora,
fizemos eu e a Raimunda e fomos trabalhar como professora da Escola Manuel
Guedes de Carvalho aqui no Gadelha. Mas mesmo naquela época, não abandonei a
terra, trabalhava depois que saia da escola para seu Nené, fazia meia diária, era
pouco mas ajudava nas despesas. Nossa casa no Amapá, era no beiço do rio, uma
barreira muito alta, o rio ficava lá em baixo, lá tomávamos banho, lavávamos as
roupas e fazíamos uma cacimba de onde levávamos a água para colocar nos potes,
levávamos em lata na cabeça. Naquele tempo não tinha energia, a noite era uma
lamparina, a luz da lua, ou uma fogueira no terreiro.
Casei-me no ano de 1982, com o Claudiomar
Gomes da Silva, tinha então 26 anos e fomos para São Paulo, lá nasceu o Claudio
Roberto, meu primeiro filho, passamos por lá dois anos e dois meses, mas logo
voltamos, eu tinha saudade de nossa terra, eu tinha saudade de minha roça,
saudade do nosso povo. Eu não quero nem saber de São Paulo, se ele quiser me
ver que venha aqui.
Eu não
plantei este ano na seca, por que não tem mais água, o nosso cacimbão é no
leito do rio e lá os cacimbeiros estão tirando a areia toda pro comercio. À
proporção que vão tirando a areia vai se
sumindo as águas, antigamente as águas aqui iam até novembro, dezembro, hoje é
o mês de agosto e as aguas no cacimbão já estão sumindo. O Carlim já nasceu
aqui no Hospital Santo Antônio dos Pobres, no ano de 1985.
Sou
viúva desde o ano de 2004, mas criei meus dois filhos na roça, estão aqui do
meu lado, o Claudio com sua esposa Cícera e estes meninos que o senhor está
vendo, o Carlim com sua esposa Nadiele, ao todo são seis netos aqui no nosso
terreiro, sem contar as minhas duas netas do primeiro casamento do Claudio que
vivem com a mãe. Hoje sou aposentada mas continuo trabalhando na roça.
- A senhora é
uma mulher livre?
- Sim! Sou
livre e independente.
- A senhora é
feliz?
- Sou feliz!
Com meus filhos e meus netos aqui perto de mim sou feliz!
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