22 de nov. de 2018

Troféu  Anteu

Ao gigante filho da terra
Apoio:
Secretaria do Meio Ambiente e Urbanismo – Dr. Marcos Ageu
Secretaria de Cultura e Turismo – Lucinha Felipe
Secretaria de Agricultura e Pecuária – Hildernando Barreto
Lions Clube Centenário João Alves Bezerra
Associação dos idosos de Santa Edwiges
Prefeitura de um novo tempo
Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Governo do Estado (SDA) – AGROPOLOS – De Assis Diniz.


Vila Gadelha


 “Assim como a água reflete o rosto, o coração reflete quem somos nós”

Maria Batista Gomes (Mariquinha), filha do casal Geraldo Batista de Oliveira e Francisca Acissa de Souza, sendo a segunda filha numa prole de quatro. Raimunda Nonata de Souza, Geraldina Batista de Souza, Cicero Fernandes de Souza.
 Nasci no ano de 1956, aos dois das do mês de maio, na região dos Inhamus, nas proximidades da Aiuaba, me batizei numa capela na comunidade de Pé Queimado. Sei disto, de ouvir contar pelo meu pai, mas chegamos no Iguatu no ano de 1959, na região do Tanque, papai comprou uma casinha e nos criamos por lá. Viemos para o Amapá no ano de 1971, trabalhar nas terras do Doca Couras, ano muito difícil, choveu pouco, um verão grande, eu e minha irmã mais velha ajudávamos papai na roça, milho, feijão e um arroz plantado na lagoa, o pai ia pra serra roçar o algodão para nos manter, no sábado ia a feira no Iguatu, mas foi só durante aquele ano. No ano de 1972 fomos trabalhar nas terras de Moises Rolim, lá as coisas melhoraram papai plantava na seca e no inverno, situou umas duas tarefas de banana e lá conseguiu dinheiro para comprarmos uma casinha aqui no Gadelha, era o ano de 1976, casa de taipa, mas nossa. Trabalhava a semana toda no Amapá, vinha para casa no sábado. Minha primeira professora foi Guiomar Batista, quando ainda morávamos no Tanque, depois eu e a Raimunda fomos estudar no Cardoso, lá a professora era a Mundeza, fizemos lá o terceiro e o quarto ano, o quinto ano foi com a professora Valderiza Antunes, recebi até diploma. Quando Elmo Moreno se elegeu prefeito no ano de 1976 eu já morava no Gadelha, ouve um teste para professora, fizemos eu e a Raimunda e fomos trabalhar como professora da Escola Manuel Guedes de Carvalho aqui no Gadelha. Mas mesmo naquela época, não abandonei a terra, trabalhava depois que saia da escola para seu Nené, fazia meia diária, era pouco mas ajudava nas despesas. Nossa casa no Amapá, era no beiço do rio, uma barreira muito alta, o rio ficava lá em baixo, lá tomávamos banho, lavávamos as roupas e fazíamos uma cacimba de onde levávamos a água para colocar nos potes, levávamos em lata na cabeça. Naquele tempo não tinha energia, a noite era uma lamparina, a luz da lua, ou uma fogueira no terreiro.
  Casei-me no ano de 1982, com o Claudiomar Gomes da Silva, tinha então 26 anos e fomos para São Paulo, lá nasceu o Claudio Roberto, meu primeiro filho, passamos por lá dois anos e dois meses, mas logo voltamos, eu tinha saudade de nossa terra, eu tinha saudade de minha roça, saudade do nosso povo. Eu não quero nem saber de São Paulo, se ele quiser me ver que venha aqui.
  Eu não plantei este ano na seca, por que não tem mais água, o nosso cacimbão é no leito do rio e lá os cacimbeiros estão tirando a areia toda pro comercio. À proporção que vão tirando a areia vai  se sumindo as águas, antigamente as águas aqui iam até novembro, dezembro, hoje é o mês de agosto e as aguas no cacimbão já estão sumindo. O Carlim já nasceu aqui no Hospital Santo Antônio dos Pobres, no ano de 1985.
  Sou viúva desde o ano de 2004, mas criei meus dois filhos na roça, estão aqui do meu lado, o Claudio com sua esposa Cícera e estes meninos que o senhor está vendo, o Carlim com sua esposa Nadiele, ao todo são seis netos aqui no nosso terreiro, sem contar as minhas duas netas do primeiro casamento do Claudio que vivem com a mãe. Hoje sou aposentada mas continuo trabalhando na roça.
- A senhora é uma mulher livre?
- Sim! Sou livre e independente.
- A senhora é feliz?
- Sou feliz! Com meus filhos e meus netos aqui perto de mim sou feliz! 

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