29 de out. de 2018

Troféu Anteu
Ao gigante filho da terra
Apoio:
Secretaria do meio Ambiente e Urbanismo – Dr. Marcos Ageu
Secretaria de cultura e turismo – Lucinha Felipe.
Secretaria de Agricultura e pecuária – Hildernando Barreto
LIONS Clube centenário João Alves Bezerra.
Associação dos Idosos de Santa Edwiges.
Prefeitura de um novo tempo.
Sitio Cardoso III
“Pois derramei água na terra sedenta e torrentes na terra seca; derramarei meu espirito sobre sua prole e minha benção sobre teus descendentes.” Isaias ( 44:3 )
Agricultor Almir Alves de Lima nasceu a 04 de junho de 1967, filho do casal José Alves de Lima e Joana Alves de Lima, sendo o único filho do casal, possuindo 03 irmãs Rozalina, Socorro e Toinha.
Minha criação foi muito boa, meus pais sempre me davam conselhos pro bem. Com idade de 8 anos já trabalhava na roça mais meu pai, na madrugada levantávamos todos e íamos para a vazante de arroz , toda família. Mamãe tinha uma barraca lá, onde ela podia fazer as lutas, café, merenda, almoço, ate galinha mamãe criava na barraca. Minha missão era atirar pedra em passarinho para não deixar que destruíssem a safra de arroz. Os anos vão passando e a gente vai aprendendo mais um pouquinho, passei a plantar, aguar, naquele tempo não tinha motor, nem energia elétrica, aguávamos o arroz na lata, cavávamos um bojo, fazíamos o corredor e depois as marachas, ai era o tempo todo com as latas jogando água no bojo, quando ficava mais distante, cavava-se outro bojo. De primeiro as coisas eram difíceis demais, só saiamos de lá, eu e minhas irmãs, depois do almoço, direto para a escola que ficava lá no Quixoá, íamos a pé, a nossa professora era Dona Leônidas, a escola não passava de uma tapera de barro, uma casa de taipa, como era difícil e sofrida a vida. Uma boa lembrança da minha infância recorda do meu avô, que morava no sitio Cajazeiras, um divertimento que não estava em nossas condições era andar a cavalo, passávamos a semana inteira esperando vovô nos visitar no final de semana, chegava montado a cavalo, ai era uma festa só, todo mundo lá em casa queria montar, dar uma volta a cavalo. Sempre vovô trazia um mimo para mim, um pacote de bolachas, como era feliz naqueles momentos, ainda hoje quando estou aperreado, preocupado com alguma coisa, me isolo das outras pessoas da família e vou comer meu pacote de bolachas, acho que me leva ao passado, a momentos felizes da minha infância.
Comecei a namorar a senhorita Edineide Caldas Teixeira no final do ano de 1988, em 29 de junho de 1989 nos casamos no civil, passando ela a se chamar Edineide Caldas Teixeira Lima, no mês seguinte, a 29 de julho, nos casamos no religioso. Minha esposa trabalhava de agente de saúde lá naquele posto no final da Rua 13 de Maio no Iguatu, eu passava o dia na roça, trabalhando alugado, na diária, mas as 5 horas da tarde pegava a bicicleta aqui no Cardoso III e ia buscar ela, chegávamos em casa por volta das 8 horas da noite. Nós não vamos a festas, não bebo, não jogo baralho e ate um vicio do cigarro, deixei a pedido de um filho, ele tem muita vontade de se formar em medicina e me perguntou seu conseguia pagar a faculdade dele, eu disse:
_ Meu filho, enquanto a roça estiver dando e eu tiver saúde, a coragem não me falta.
Ate hoje estar dando, apesar destes quase 7 anos de seca. Já plantei muita batata, amendoim e feijão em vazantes no rio Jaguaribe, noutros tempos, na época do inverno era uma fartura de peixe, muito banho de rio com meus dois filhos o Pedro Henrique e o João Victor. O João estar no Maranhão trabalhando como vendedor da Flora Pura, tem nos ajudado na missão de formar o irmão em medicina, ele terminou o 2º grau, porem, gosta mesmo é de trabalhar. O Pedro Henrique desde menino que gosta muito de estudar, na escola sempre foi aluno nota 10, e sempre disse que iria ser medico. Estar a 2 anos no Paraguai, um dia me fez esta promessa:
_ Olhe velho, você estar fazendo muito por mim, mas um dia vou lhe ajudar, vou lhe dar tudo em dobro papai.
Nunca nenhum dos meus filhos me deu qualquer preocupação ou desgosto. Temos 29 anos de casados, mas nunca nos separamos, nem nunca vivemos se matando dentro de casa. Meus filhos nunca presenciaram uma discursão nossa. Vamos nos separar agora, a Edineide vai ao Paraguai visitar nosso filho, mas eu sei que vou chorar muito e comer muita bolacha.
Sou um homem livre, tenho o coração tranquilo e a consciência do dever cumprido. Sou um homem livre, livre e feliz.

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