2013, Thanatus e a caverna de Trofônio

26 de jan. de 2014

2013, Thanatus e a caverna de Trofônio

“Mors Ianus Vitae”
“ A morte é a porta da vida.”

Filho da noite e da escuridão thanatus é a personificação da morte, sendo seu aniversario o dia 5 de cada mês, dia considerado infausto. Como sua mãe Nix(a noite) e o seu irmão Hipno (o sono), a morte tem o poder de regenerar, por que a morte não e o fim em si, mas uma passagem. Toda iniciação é precedida pela morte, ou seja, uma finalização para se chegar a uma vida nova. Ela extirpa as forças negativas e liberta as energias (alma). Eu já tive a oportunidade de observar que o numero 22 tem uma importância transcendental em minha existência, 22 de janeiro dia que morreu meu pai, 22 de fevereiro dia que nasceu minha mãe, o principio e o fim o Alfa e o Omega. Como nos conta o escritor Humberto de Campos, em carta psicografada pelo médium Chico Xavier:
Aos meus filhos, venho falar a vocês como alguém que abandona-se a noite de Tirésias, no carro fulgurante de Apolo, subindo aos cumes dourados e perfumados de Hélicon. Tudo é harmonia e beleza na companhia dos numes e dos gênios, mas o pensamento de um cego, em reabrindo os olhos nas rutilancias da luz, é para os que ficaram lá longe, dentro da noite onde apenas a esperança é uma estrela de luz doce e triste.
Não venho de minha casa subterrânea de São João batista ( cemitério) como os mortos que os larápios, as vezes fazem regressar aos tormentos da terra, por mal dos seus pecados. Na derradeira morada do meu corpo ficaram os meus olhos enfermos e as minhas disposições orgânicas. Cá estou como se tivesse sorvido um néctar de juventude no banquete dos deuses
Entretanto meus filhos, levanta-se entre nós um rochedo de mistério e de silencio. Eu sou, fui o pai de vocês e vocês foram meus filhos. Agora somos irmãos. Nada há de mais belo do que a lei da solidariedade fraterna, delineada pelo criador, na sua gloria inacessível. A morte não suprimiu a minha afetividade e ainda possuo o coração do homem para qual vocês são as melhores criaturas do mundo.
Apesar de tê-lo como companheiro e amigo de toda uma vida, pois que seus livros superabundavam na estante de meu pai, não posso afirmar como o Irmão X, Humberto de Campos, terem ficado na derradeira morada do meu corpo (cemitério),por motivos obvios, todas as minhas enfermidades, nem me vejo aqui como o cego Tirésias, abandonando a caverna onde habitava, guiado por seu aprendiz, para dar satisfações, há algum Édipo de plantão (governante de Tebas). Mais afirmo sem um instante de suspeita, que o ano de 2013 foi a minha caverna, caverna em que passei por experiências terríveis, caverna que enfrentei perigos e exigências, caverna que me permitiu fazer‘’visita” ao mundo dos mortos, caverna da qual sai a 5 do mês desfigurado, triste,melancólico, caverna de Trofônio.

1. Em fevereiro, descobri que era diabético e hipertenso, doenças que segundo o medico, só me deixarão, na ultima morada do meu corpo físico

2. Em Setembro sofri um acidente de moto, fiquei oito dias internado, sob a ameaça de amputarem meu dedo mínimo do pé direito.

3. Em outubro, o aparecimento do cansaço físico e dores no peito, logo depois de qualquer esforço

4. Em Novembro, após um exame de esteira que deu positivo, a constatação que algo de maior gravidade minava meu coração.

5. No dia 5 de dezembro, já internado no PRONTOCARDIO em Fortaleza, aos 48 anos, submeto-me a um cateterismo, onde se constatou que duas artérias do meu coração estavam obstruídas, realizada a cirurgia, foram colocados dois stents no meu peito.

Já na saída, a recomendação medica de passar 30 dias de repouso absoluto, não pode subir escada, não pode se emocionar, não pode sentir raiva, não pode fazer movimentos bruscos, não pode nem sentir o cheiro do legume, nem passar perto, não pode isso, não pode aquilo. Na rodoviária, enquanto esperava o embarque, em uma banca de revistas, dou de cara com o meu companheiro e amigo de toda uma vida, Humberto de Campos, apesar de andar com pouco dinheiro, fiz um esforço, paguei sua passagem e trouxe-o comigo, enriquecendo a minha estante. Então fiquei sabendo que havia falecido a 5 de dezembro (dia infausto), após um colapso cardíaco ocorrido durante uma cirurgia aos 48 anos de idade. Foi então que abri os olhos para as mensagens do além, que havia recebido nos últimos dias:
Na quarta feira dia 4 de dezembro, já internado no PRONTOCARDIO, depois de feito a assepsia, me foi perguntado:
- O senhor já se alimentou hoje?
- Sim
- Há, então só poderá ir para a sala de cirurgia amanha!
A noite no jantar, um copo de mingau com quatro bolachas cream-cracker, depois o sono, acordei na escuridão, com o toque do meu celular, atendi, não era ninguém, apenas o numero do visor me alertava 22.22. Pensei no mesmo instante, o principio e o fim, o alfa e o Omega. Será que papai esta me avisando que eu vou morrer. Bom se meu pai esta aqui é para provar que a morte não existe, e em qualquer situação, eu vou viver. Já de alta, guiado pelo Marcos meu irmão, para o apartamento da Marízinha minha irmã, ao descer do taxi em frente ao edifício, seguia-o, nunca havia estado ali. Ao chegar no elevador, 22, estava ali, nas minhas ventas, o numero de andares do edifício. Foi assim, depois de passar trinta dias no mais absoluto repouso, que emergi da caverna deste celebre arquiteto grego, responsável pela construção do templo de Poseidon na Arcádia, o quarto nupcial de Alcamena, mãe de Heracles, o templo consagrado a Apolo na Beocia, onde esta escrito “ Homem corrigi a ti mesmo.” E segundo Pausânias, os que entrevam na caverna de Trofônio eram afetados de tal forma, que nunca mais sorriam, ficando taciturnos para o resto da vida. Neste estado de espírito encontrei a minha cidade exuberante, alegre, festiva em meio as comemorações do seu aniversario, a sensualidade de nossa terra fecundada pelas chuvas e de nossas mulheres. Por isso ouso dizer:

O atual prefeito Aderilo Alcântara esta animado evidentemente, de grandes e nobres idéias, visando modificar a fisionomia estética e social do Iguatu. Conhece o valor da renuncia e os méritos da moderação, lembrando-me Gaston Doumergue, que usando o atributo fisionômico do seu sorriso chegou a Presidência da Republica francesa, não tira nunca o sorriso dos lábios. A harmonia, a confiança, a segurança, a calma, que hoje goza o cidadão comum ao final deste primeiro ano de mandato (administração), deve toda a este homem publico amável, quase serviçal, o seu sorriso, o seu abraço que é sempre o primeiro a ser recebido por aqueles que sobem ao poder, o tornou quase uma figura humorística, pela mídia oposicionista local, durante o pleito eleitoral passado. Mais estes gestos de amizade não são unicamente para os poderosos, para aqueles que lhe podem prestar algum serviço imediato, é para todos os munícipes, sem distinção destes, pretos, pobres, putas. Ao romper politicamente com alguém, deixa sempre, com a continuação da amizade pessoal, o elemento necessário para uma oportuna reconciliação. Prudente e moderado, nunca protestou, nunca se revoltou, nunca se vingou de membros da imprensa que o tenha tratado descortêsmente , mesmo agora, prefeito. Conseguindo transformar o que parece renuncia, em conquistas, pela habilidade.

Habilidade esta, que não demonstrei ter eu, depois de três pleitos derrotados a vereança, depois de uma coluna política por dez anos na mídia local (Jornais, rádio e Revistas). Possuindo qualidades, que sendo virtudes pessoais, constituem defeitos políticos, não possui a serenidade, a brandura indispensável. De uma família de homens violentos, impetuosos, intransigentes, apliquei sempre ao meu trabalho junto a imprensa a coragem, o desassombro, a temeridade, não colhendo nas urnas em nenhum instante, o resultado de tal semeadura, isto prova que a política é muito mais complicada do que eu suponha. Não posso aqui eu, ser acusado de um homem que abandou as próprias idéias para carregar em triunfo as idéias alheias, ou de estar neste momento político partidário, cruzando os braços.
Eu não sou propriamente um homem de mídia, nem tenho autoridade para envolver-me, mesmo acidentalmente, em política eleitoral, mas como membro do Partido dos Trabalhadores, pertencendo a executiva local ( Secretario do Meio Ambiente ), posso aqui relatar algumas observações minhas:
Há entre os membros do Partido dos Trabalhadores local, alguns poucos, que acreditam somente eles decidirem acertadamente, esses que se julgam com uma inteligência superior a de todos, quando bem observados, não passam, individualmente, de um poço de vaidade. O homem prudente não se envergonha de colher ensinamentos, ou de não ser intransigente em demasia. O Partido dos Trabalhadores a frente do Governo Federal a doze anos, vem neste período através dos nossos campeões, Lula e Dilma Rousseff, derramando do imenso pote, mel em todos os rincões desta imensa pátria, do Oiapoque ao Chuí. A administração municipal de Iguatu é testemunha disto, o governo do PT não tem feito acepção, tem tratado a todos os municípios, grotões e chapadas, com benefícios nunca antes imaginados. Só nós do PT municipal, ainda não percebemos e como loucos imprevidentes que não reconhecem o valor deste liquido, quebramos o pote ( PT MUNICIPAL) e estamos cada um com o seu caquinho na mão, vangloriando-se de ser o dono do partido. Tenhamos humildade, sejamos prudentes, estamos em ano de eleições e eleição majoritária a Presidencial da Republica, tenhamos a humildade de fazermos um pote novo, em beneficio maior da pátria, esqueçamos as desavenças internas. A prudência é em muito, a base da felicidade. As palavras de altivez, ditadas pelo orgulho, acarretam, para os orgulhosos, os mais rudes golpes. Com os anos se aprende a ser prudente. Feliz 2014!
PARABÉNS IGUATU!
Tenho dito
Cícero Correia Lima

* 20 de Janeiro - 120 anos do nascimento do meu avô o velho Correinha
+ 22 de Janeiro - 28 anos do falecimento do meu pai José Correia Braga Filho

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