PROFETA

3 de ago. de 2012




                                                                                                   “  BRASIL ESPERA QUE CADA UM CUMPRA COM SEU DEVER ''




          Dever, obrigação... Maio de 2006, nossa terra acordou espantada com um crime atroz que encheu de horror e cobriu de vergonha e luto os iguatuenses, a carnificina da Varjota, com a execução sumaria de nove alimarias pelo delegado de Policia Civil desta urbe, Dr. Marco Sandro.
          Março de 2007, nossa terra acordou espantada com um crime atroz que encheu de horror e cobriu de vergonha e luto os iguatuenses, a execução sumaria de dois jovens irmãos, médicos, filhos de Mombaça, pelo capitão de Policia Militar Daniel Gomes.
          Em maio de 2006 escrevi uma crônica intitulada CENTAURO, onde afirmava a proximidade entre o homem e o cavalo e a monstruosidade praticada pelo delegado de policia civil, hoje sou obrigado a comprovar a proximidade, ontem o cavalo, hoje o homem, ontem e hoje a mesma estrada, entre a Varjota e o restaurante Wilson Grill's apenas dois km, entre os assassinos proximidade ainda maior, ambos fazem parte dos quadros responsáveis por nossa segurança ( quanta ironia ), ambos são graduados, estão em postos de comando, um delegado o outro capitão. O delegado, este nós já sabemos bem sua pena, nomeado delegado de Canindé e eleito o melhor delegado do ano. Quanto ao capitão Daniel Gomes, só um profeta para dizer seu futuro.
          Na terça-feira pela manhã, no mercado central, entre pessoas do povo que comentavam o sinistro, perguntei a um. Na tua opinião, quem é o culpado?
          _ A bruta da cachaça.
          A outro:
          _ A mulher.
          E outro:
          _ O capitão.
          Ví então o quanto é difícil praticar a justiça, porque se condeno a cachaça, absolvo a mulher e o capitão. Se condeno a mulher, absorvo o capitão e a cachaça e se condeno ao capitão, absorvo a cachaça e a mulher. Preferi então ir mais fundo no problema e culpar o Estado, ou antes as instituições falidas deste Estado, porque se o Estado tivesse cumprido o seu dever a sua obrigação na ocasião da carnificina da Varjota, expulsando dos quadros da Policia Civil e condenando com pena significativa o delegado autor de crime tão covarde, teria o capitão o imitado agora em covardia, na qual também estão próximos! Qual será a reação da instituição Policia Militar, ao analisar o ocorrido, sabendo que ainda a pouco mais de nove meses ( uma gestação ), um delegado de policia civil praticou monstruosidade a altura.Não irão se interrogar: Porque começarão a exemplar com o nosso Capitão? Porque não ontem, com o Delegado de Policia Civil? Não se levantara ai, o tão arraigado corporativismo?
          Chegam agora a minha memória versos de Jader de carvalho no poema Terra bárbara:
                                                                Na minha terra
                                                                O cangaceiro é leal e valente
                                                                Jura que vai matar e mata
                                                                Jura que morre por alguém e morre.

           Nestes versos, deixa o poeta transparecer algo de muito grave, que de fato vem ocorrendo e minando as estruturas deste Estado. A lealdade e a valentia que ele ali atribua ser do cangaceiro, deveria existir era no coração do Delegado, no coração do Capitão. Foram eles formados dentro de nossas instituições. O cangaceiro era pra ser vil, covarde, traiçoeiro, eram estas as mazelas do facínora. E quem é que nós hoje vemos de posse dessas mazelas? O Delegado Marco Sandro, O Capitão Daniel Gomes. É preciso aqui dizer, que na verdade cangaceiro para ser leal e valente, antes de tudo, era preciso ter sido filho, pai, irmão, marido, ofendido, espoliado, atraiçoado, preso... por este mesmo Estado, ou não é isso que nos conta Virgulino Ferreira da Silva '' Lampião'', que também era poeta.: 



                                                                Quando mataram meu pai 
                                                                Eu chamei pela justiça
                                                                Esta não quis me escutar
                                                                Me vali de um bacamarte
                                                                Vi este me auxiliar

                                                             No bacamarte encontrei
                                                             Leis que decidem questões
                                                             Que fazem melhores processos
                                                             Que os melhores escrivões
    
                                                            Minha justiça era pura
                                                            Minha prisão muito segura
                                                            Pois eu nunca vi de funto
                                                            Fugir de sepultura.
                                                          
 
As diversas manifestações de entidades em apoio a família de jovens irmãos médicos Marcelo e Leonardo Moreno Teixeira é sobre tudo louvável, mas sem a real intenção do Estado  em corrigir-se as suas instituições,voltando a formar o homem com H maiúsculo, antes de formar o engenheiro, o professor, o medico, o advogado temos que voltar a formar o Homem Honrado e Honesto. Temos que formar o capitão mais o homem capitão temos que formar o delegado mais homem delegado temos que voltar o advogado mais o homem advogado temos que ter o prefeito, mais o heme prefeito. Para tanto é só vermos o exemplo dado pelo rei Leônidas, com os seus 300 espartanos, em filme que esta agora sendo exibido no Brasil com a participação de Rodrigo Santoro, exemplos de lealdade e valentia, mas que não existiriam sem duvida se antes não tivesse o grande estadista Licurgo decidido que, a maior gloria de Esparta seria a sua militar grandeza.
Chegamos ao caos social e prosseguimos na marcha é não temer a desonra, a depravação, a destruição da família, e isto é uma loucura. Ou se fortalece a família e através dela, e depois dela as instituições, ou tudo estará perdido, teremos que continuar sendo vitimas destas mesmas instituições as quais por hipocrisia entregamos os nossos filhos para serem “boi de piranha” pois todos sabemos que não vem de hoje esses desmandos em nossa terra, o povo de Iguatu já cantava essa musica na primeira metade do século XX   

                              Tome cuidado
                              Preste atenção
                              Tome cuidado com passeio no pontilhão
                             
                              O tenente Alfredo Dias
                              E o Chico doze pão
                              Tira o povo da cadeia
                              Pra matar no pontilhão
                             
                              Tome cuidado
                              Preste atenção
                              Tome cuidado com o passeio
                              No pontilhão

                               Tenho Dito
                             


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