Legítimo de Braga

Legítimo de Braga
Troféu Anteu.


Ao Homem com H maiúsculo
Ao Homem Honrado
Ao Homem Honesto
Gigante, filho da terra.





Sítio Baixio dos Ferreira.

“As riquezas no Ceará, dos avós não chegam aos netos”.






Vaqueiro José Gonçalves de Oliveira, filho do casal Cirilo Pedro Gonçalves e Antonia Viera da Silva, naturais do sitio Retiro em Acopiara, sendo o único filho homem numa família de quatro irmãos, nasceu a 11 de janeiro de 1958, casou-se em 1987, com a senhora Josefa Bezerra dos Santos, tendo com esta um casal de filhos, José Cirilo Neto, Ana Paula Gonçalves dos Santos.
- Cheguei aqui no Baixio dos Ferreira, eu tinha vinte e cinco anos, estas terras me encantaram com os seus campos propícios ao algodão, mas não fui feliz, pois naquele ano chegou também o “bicudo” uma praga que por mais o homem se dedique, fica impossível uma boa safra, pois o “bicudo” acaba com o algodão, carrega demais, mais não segura o carrego. Lá para o início dos anos noventa, eu inventei de plantar um campim de algodão. Ao lado disso, tirava leite de uma vaca do compadre Canuto, ficava com o leite para a manutenção da casa, quando o bezerro apartava, ele arrumava outra vaca. Com a venda do algodão comprei uma sementinha de gado, uma bezerra do compadre Canuto. Lutei cinco anos com o gado do Valnei, hoje luto com um gadim meu mesmo. É melhor a gente criar pouco, vendo se criar nutrido, do que vê se criar morrendo de fome. Todo ano eu vendo um gadim, as terras são poucas, na luta, só eu, meu menino e a mulher, quando precisa ela também ajuda, ela já inventou até de passar ração, só não tirou leite ainda.
... Meu avô o velho Chico Pedro, do Retiro, era um grande produtor de algodão, vinha gente até do Juazeiro na época da safra, colher o algodão do meu avô. Ele criava de tudo, gado, porco, animal, tinha oito burros costeiros, de carga. Com a morte do meu avô, meu pai vendeu sua herança. Uma vez ele chegou por aqui me procurando, procurando por Zé de Cirilo? Como resposta ouviu: Rapaz, aqui não tem nem um Zé de Cirilo, não! Aqui tem um Zé, mas é Zé do Retiro.
- É esse mesmo, é o meu filho!
...
- O senhor é feliz?
- Sou, graças a Deus.