Legítimo de Braga
Troféu Anteu.
Ao Homem com H maiúsculo
Ao Homem Honrado
Ao Homem Honesto
Gigante, filho da terra.
Sítio Baixio dos Ferreira.
“O cajueiro floresceu quatro vezes depois que Martim partiu das praias do Ceará levando no frágil barco o filho e o cão fiel.
A jangada não quis deixar a terra onde repousava sua amiga e senhora.
O primeiro cearense, ainda no berço, emigrava da terra da pátria.
Havia ai a predestinação de uma raça?”
(Iracema).
Agricultor Egidio Feitosa Bezerra, apelido de Gino, filho do casal Antonio Feitosa de Oliveira e Maria Dariza Bezerra, tiveram oito filhos, sete homens e uma mulher, todos nascidos no sítio Galizia, município de Iguatu, com idade de vinte anos, mudou-se para Palestina com toda sua família, para as terras do Sr. Casimiro Pereira, casou-se com idade de vinte e quatro anos com a senhorita Creusa Feitosa, da Palestina, tiveram juntos nove filhos, três morreram crianças, criando-se seis, uma mulher e cinto homens.
-Só tenho um, morando aqui próximo, os outros cinto estão no sul, um deles foi embora em 1986, e nunca mais andou aqui. Graças a Deus estão bem de vida. Comecei a trabalhar era menino de seis anos, papai levava meus dois irmãos mais velhos e eu ficava chorando para ir também:
- Meu filho, você e muito pequeno, não sabe fazer nada não.
- Mas eu queria ir, eu vou arrancado o mato de mão.
Quando voltou da roça, ouviu orgulhoso, seu pai comentar com sua mãe:
- Olha Dariza, eu estava perdendo o trabalho do Gino, ele arrancou muito mato no pé do legume.
Daquele dia em diante, nunca mais larguei meu pai, toda hora que ia pra roça, eu estava ao seu lado, até no domingo.
O legume produzido com o trabalho era para garantir o sustento da família, já o algodão era vendido e com o dinheiro adquirido, comprava-se roupa, calçado e outras precisões. Naquela época, não se tirava madeira, no mês de julho derrubava-se a mata e lá para novembro, queimava-se, era um fogo só. Os anos de 71 e 72 foram sofridos, muitos dias, trabalhei com fome. Saia cedo a enfrentar a lida, em casa apenas um pouco de milho, a mulher perguntava:
- E você?
- Não se incomode, faça alguma coisa para você e as crianças, não se preocupe comigo.
Muitas vezes, na bodega do Chico Pinheiro, lá no Cipó, comprava um litro de farinha, e levava para casa, onde a mulher preparava um beiju, com que espantava a fome de todo um dia.
Em 1975, choveu pouco, só deu para pagar as contas, o trabalho meu e de dois filhos, não sobrou para comprar uma camisa. Em 1976 aumentei o campo para 40 tarefas, no final da safra, paguei as contas e recebi 5.551 contos de saldo, dinheiro para comprar duas vacas boas. Ao chegar em casa, a mulher e um filho estavam doentes, fretei um carro, fui ao Jordan no Cariús, gastei tudo com doença.
Apesar de toda uma existência voltada para terra, só construiu sua casa própria depois de aposentado, ele e sua senhora, juntos, fizeram um empréstimo no banco, então realizaram o sonho.
...
- O senhor é feliz?
- Pode falar alto, que ele é moco!
- O senhor é feliz?!
- Sim, sou graças a Deus!
- Em vista do que a gente já sofreu, hoje estamos é rico, graças a Deus, basta dizer que moramos no que é da gente, temos um dinheirinho para compra o necessário.
Palavras finais da consorte, Creusa Feitosa de Oliveira.
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