Legítimo de Braga
Troféu Anteu
Ao Homem com H maiúsculo
Ao Homem Honrado
Ao Homem Honesto
Gigante, filho da terra.
Sítio Raposa
“... Sabia que o “velho” desaparecia dois ou três dias, às vezes, procurando gado mais barato para fazer carne-seca, andava uma légua quando sabia da existência de uma vaca de peito perdido. Sabia que o índio era esperto, vivo, vivido, mas nunca um traidor, um homem de duas caras. Confiava nele cegamente”.
(Carcará).
Agricultor Antonio Alves Bezerra, conhecido Meton, filho do casal José Bezerra Filho e Ana Maria de Jesus, todos naturais da Raposa, de uma família de seis irmãos, nasceu a 23 de maio de 1939, cansando-se em 1956, a 25 de outubro, com a Sra. Ana Gonçalves Costa, dos dezenove filhos apenas oito se criaram, quatro homens e quatro mulheres.
- Eu não podia comprar uma chibanca, comprei um enchadeco mais em conta, amolei um machado velho, e comecei a desbravar a mata, doada pelo meu sogro, Antonio Gonçalves Costa, corria o ano 1956, brocava a mata para plantar uma roça no ano seguinte, para alimentar minha esposa e o filho que ela carregava na barriga.
No ano seguinte animando com o trabalho do genro sobre a terra o Sr. Antonio Gonçalves ofereceu um burro para aumentar sua roça. A resposta foi que não, pois não tinha arado e iria ficar difícil, o burro só não resolvia, podia pegar o arado do pai emprestado, mas era cobrir um santo e descobrir outro.
Ficando o sogro calado, dias depois voltando da cidade, seu sogro trazia um arado e lhe presenteava.
- Mas aprendi tudo com o meu pai, com idade de cinco anos já estava na roça, papai abria as covas e eu ia jogando as sementes de milho e mamãe vinha atrás, jogando o feijão e cobrindo as covas. Duma feita cheguei em casa chorando, mamãe quis saber o motivo, eu aos soluços:
- Papai brigou com eu, porque eu não sabia fazer corredor.
Na seca havia o DNCS, fazia a empeleita para a semana, tirava em um dia e voltava para casa, fazer cerca de faxina, do velho Tertuliano Vieira, duzentas braças de cerca.
- Lembrei agora de dois amigos de broca o Joaquim Gonçalves e o Raimundo Lima, nós três juntos, não ficava mata em pé, pau-de-ferro, mororó, mufumo, aroeira, unha-de-gato, caia tudo. Duma feita no ano de 58 brocamos trinta e seis tarefas de mata fechada de outubro ao comecim de dezembro.
...Em 1971, tirei mil e trezentas arroubas algodão, trabalho meu, com os filhos, filhas e esposa, com esse dinheiro comecei a negociar, comprava tudo que me aparecesse, arroz, milho, feijão, animal, gado, tinha época de ter três revolve na gaveta. Com este trabalho, juntei condições, e hoje tenho o meu transporte, minha residência tem água encanada, energia elétrica, meus filhos têm cada qual sua moto.
Mas tenho ciência que tudo devo a terra, a luta, aos calos nas mãos rachadas. Depois de quatro da madrugada, não me procurem mais em casa, estou no curral com um filho e um neto.
- O senhor é Feliz?
-Eu sou muito feliz, graças a Deus. Fiquei viúvo, dei muita cabeçada, mas por fim encontrei uma mulher que cuida de mim como minha mãe, Maria Mendes da Silva.
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1 comentários:
Meu tio, irmão de minha mãe Clara. Tinha o mesmo nome que seu cunhado, o meu pai!
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