23 de set. de 2011

Legítimo de Braga
Troféu Anteu.



Ao Homem com H maiúsculo
Ao Homem Honrado
Ao Homem Honesto
Gigante, filho da terra.



Sítio Água Branca

- Então, Arnaldo, como foi isto por cá, amigo? Seca muita, já se sabe!Olhe, diga vocês o que quiserem. Isto não é terra de cristão.
- De cristão é que ela é, Aleixo; pois ao cristão ensinou o divino mestre a paciência e o trabalho. Para quem não serve a minha terra e para aqueles que não aprendem com ela a ser fortes e corajosos.
- Pois é coisa que se aprenda, morrer de fome e de sede?
- Tudo aprende o homem, quando não lhe falta coragem.
(José de Alencar)

Agricultor Canuto Alves Bezerra, nascido há oito de outubro de 1935, filho do casal, José Pereira de Oliveira e Francisca Batista Vieira, sendo terceiro filho varão, numa linhagem de seis irmãos, casou-se a quatro de outubro de 1964 com Sra. Leonarda Gomes Bezerra, tento quatro filhos, três mulheres e um homem.
- Eu nasci e mi criei morando a favor, nois era obrigado a dar dois dias da semana, nós e nosso pai a patroa, senão ela botava nois pra fora do terreno, numa casa que quando chovia, a gente era obrigado a se levantar da rede e fica em baixo da mesa, por que chovia em toda parte. Uma currulepê de couro cru era meu único patrimônio, o tempo tá bom, eu tenho dito. Era difícil nos comer carne, arroz quando tirava um pouquinho, era pilado no pilão, o comum na casa do meu pai era feijão veio furado com farinha e rapadura, os pratos, era umas latinhas de doce que se arrumava na rua
A seca de 1958 foi muito grande, papai vendeu uma garrinha de terra que tinha de herança, a patroa comprou barato, e nós fomos fazer cerca de faxina pra patroa, morrendo de fome, eu não podia nem com a chibanca. Como forma, de pagamento a farinha, o feijão, o milho.
As vezes quando papai precisava de um tostão, era difícil..., mais a patroa arrumava. Se não trabalhasse, não comia. Duma feita, invadimos o Iguatu, se agarramos com uma banca de rapadura, nas proximidades da casas pernambucanas. No Angurí, com a chegada do Fiscal do Estado Bebim, vendo a exploração do povo faminto, pelo proprietário de um fornecimento, depois de ouvir o feitor, que lhe cantou, serem as coisas caras demais, ordenou aos casacos o quebra-quebra:
-Não é para levar nada não! Quebra tudo, quebra, quebra!
...
-O senhor e feliz?
-Na graça de Deus homem, sou muito feliz.

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