Legítimo de Braga
Troféu Anteu.
Ao Homem com H maiúsculo
Ao Homem Honrado
Ao Homem Honesto
Gigante, filho da terra.
Sítio Baú.
“O sol queimava. Três horas da tarde. O calor vinha do alto e vinha, também, da terra ardente, da poeira vermelha do caminho, que penetrava nas roupas, nos chapéus de couro, nas barbas, nas narinas, nos olhos, envolvendo, por sua vez, os animais numa massa marrom, espessa, ondulante, sinistra”.
(Ivan Bichara.)
Vaqueiro Davi Gonçalves da Costa, ele nasceu a 29 de dezembro de 1920, filho de João da Costa e Joana Dias, casou-se em 1944, com a Sra. Elisa, da freguesia de Acopiara.
05h53min min. da manhã, Sítio Baixio dos Ferreira, estou sentado numa cadeira de couro, na minha frente, o Sr. Davi Velho, homem escolhido pela associação do Sítio Baú, para representá-la, foi vaqueiro a vida toda ali, cuidava do gado do Sr. Porfírio Alves, do seu filho Cirilo e do genro Nestor Nogueira, todos juntos. Neste instante, levantasse com agilidade de um menino:
- O senhor fique ai, as minhas vacas estão saindo, vou botá-las na roça.
Pega uma corda, é seguido do cachorro Bodó. Sai a tanger o gado. Pego o telefone, confiro o relógio 05h53min, sento a registrar esse fato. São cinco vacas com bezerro, na minha frente, o Davi novo, pronto para desmuchar um gado.
Quando volta:
- Comecei a luta era nu, menino. Hoje não luto mais, porque estou cansado, o velho morreu (Porfírio Alves), os meninos..., o senhor sabe, a diferença é grande. Perdi meu pai aos quinze anos e passei a trabalhar com o padrinho Porfírio no Baú, para pagar uma conta que o meu pai ficou devedor. Aos dezesseis anos, perdi minha mãe, fiquei lutando com os dos padrinhos o Porfírio no Baú e o Joaquim Gonçalves no Baixio do Ferreiras, que também era vaqueiro do Porfírio. Foi nestes campos que me criei e passei toda uma vida. Com a morte do padrinho Joaquim Gonçalves, assumi as obrigações deste, junto ao Porfírio. Tangia gado do Catolé do Timóteo, Serrinha do André, Mala, Riacho do Sangue, Carrancuda. O gado todo, era para mais de duzentas rezes, nesta luta o vaqueiro Valentim, o Antonio Calisto, e o Cirilo que apesar de dono do gado, era vaqueiro por excelência.
...
- Aqui deu seca seu Zé, não foi brincadeira não, tanto morria gado como gente. Não tinha outro recurso, não existia resíduo, ia cortar rama, folha de pau, mandacaru sapecado. A seca maior aqui foi a de 32, eu estava com doze anos, a gente escapou comendo casca de pau, mandioca, croata, e mucuná.
- O senhor é feliz?
- Homem, eu não sou um desgraçado, não! Sou feliz, graças a Deus.
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