23 de set. de 2011

Legítimo de Braga
Troféu Anteu.


Ao Homem com H maiúsculo
Ao Homem Honrado
Ao Homem Honesto
Gigante, filho da terra.



Sítio Baú.
“ Cordulina assustou-se:
-Chico, que é que se come amanhã?
A generosidade matuta que vem na massa do sangue, e florescia no altruísmo singelo do vaqueiro, não se pertubou:
- Sei lá! Deus Ajuda!
Eu é que não havera de deixar esses desgraçados roerem osso podre...”
(Rachel de Queiroz)



Agricultor Francisco Barbosa de Oliveira, conhecido Nena, nascido a 19 de julho de 1956, filho do casal Alfredo Barbosa de Oliveira e Maria do Carmo da Conceição, naturais do Sítio Alto da Areia, município de Júcas. Com idade de quatorze anos teve que abandonar sua casa, na luta pela subsistência, começando a trabalhar nas terras do senhor Elizaudo, no Baú, dois anos depois, foi seguido pelo pai que também aqui se estabeleceu. Casou-se em dezembro de 1978 com a Sra. Rosanira Pereira de Oliveira, sendo pai de seis filhos, três homens e três mulheres, o primogênito deles, formado em agronomia, trabalha em Russas, os outros dois companheiros de luta no dia-dia da lavoura, mas estudam.
- Com idade de oito anos que eu me lembre, papai já nos levava para roça, estudamos todos, eu e meus irmãos, nunca terminamos um ano, porque papai nos tirava para ajudá-lo na roça. Mas nunca encontrei nada difícil, sempre tive coragem, uma levada, para aguar arroz, dentro de espinhos de jiquiri, foi o que ficou na minha lembrança, como serviço mais triste.
Segundo o filho Renato:
-Papai, só trabalha cantando.
É de sua esposa esse depoimento, onde se mistura orgulho, espanto e preocupação:
- Ave Maria Homem, tu vem da roça meio dia, com este sol quente na cabeça e ainda chega em casa assoviando, tu tá é doido.
Ele achando graça, com um feixe de lenha nos ombros:
- E ainda trouxe esse presente para você.
...
- Sempre fui um cabra satisfeito com minha vida, o Camponês do Baú me trouxe muitas alegrias como desportista, cheguei a viajar como atleta para o Piauí, Crateús, recebi proposta para treinar na seleção do Iguatu, infelizmente dado a dificuldade de locomoção, fui uma vez na garupa do cavalo do Elizaudo, outra vez de bicicleta, numa época, em que na estrada era muita lama, até trator atolava, terminei por desistir.
- O senhor é feliz?
- Eu sou graças a Deus, sou feliz.

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