Respeito ao Sangue
Eu em toda minha vida
Nunca fui cabra de peia
Antes de ser cangaceiro ,
Trabalhei e almoscrevei
Pro coronel Delmiro Gouveia
Quando mataram meu pai
Eu chamei pela justiça
Esta não quis me escutar
Me vali dum bacamarte
Vi este me auxiliar
No bacamarte encontrei
Leis que decidem questões
Que fazem melhores processos
Que os melhores escrivães
Minha justiça era pura
Minha prisão muito segura
Pois eu nunca vi defunto
Fugir de sepultura.
Como bem deixa transparecer Virgulino Ferreira, também conhecido como Lampião, não foi uma opção sua a vida no cangaço, antes, a única saída de continuar existindo, diante de um Estado falido, já que se tinha fiado nas leis, confiando na justiça, e tinha percebido ser esta uma teia de aranha que serve para pegar pequenos insetos,mas que se rompia ao impacto de algo “superior” , buscaria a vingança.
Mas quem se responsabilizou, pelo sangue que se derramou no sertão nordestino, depois desta arbitrariedade praticada pelo Estado. Sangue este que escreveu um dos períodos mais tristes e vergonhosos do sertão. Esta pergunta, parece ainda hoje, não encontrar resposta em nossas autoridades constituídas de direito, se não vejamos:
Na terça-feira, 02 de março, estive na cidade de Lavras da mangabeira, assistindo mais um capitulo do governo na minha cidade, do Sr. Cid Gomes. Durante o seu discurso o governador afirmou ser um homem de boa índole, que estava honrando todos os seus compromissos com o povo cearense, afirmando que, todas as perguntas sobre segurança publica que lhe fossem feitas, teriam dele o governador, a resposta.
Algumas funcionarias, passavam por entre o populacho, entregando formulários, onde as perguntas, deveriam ser feitas,de minha parte, formulei o seguinte texto:
Eu não vejo neste homem, crime algum. Foram estas as palavras do governador Poncio Pilatos, representante de Tibério Cesar na Judéia. Horas depois, a tortura, a humilhação, a crucificação, a morte do Cristo Jesus.
Eu não vejo nestes jovens, crime algum. Foram estas as palavras do policial plantonista na delegacia de policia de Iguatu. Horas depois, a tortura, a humilhação, o seqüestro dos 5 jovens.
Pergunta: O que o governo do Estado, tem a dizer sobre o fato de sua delegacia ter sido usada como trampolim para seqüestro e tortura?
Assim como eu, alguns iguatuenses ali presentes, formularam perguntas ao governador Cid Gomes,perguntas relacionadas ao seqüestro a tortura praticados em nossa terra.
O mestre de cerimônias, leu todas as perguntas feitas pelo povo de Lavras da Mangabeira, Cedro, Orós, Icó, Baixio, Juazeiro do Norte. As sobre seqüestro, sobre tortura no Iguatu, não foram nem ventiladas. Quando o mestre de cerimônia, afirmou ter terminado as perguntas, eu me levantei, estava em frente ao governador,a dois metros dele:
-Eu tenho uma, governador.
-O senhor, era para ter feito a pergunta escrita, perdeu a oportunidade.
-Eu fiz._ e apontando para o chefe do cerimonial - Ele foi quem não leu!
-Pois faça a sua pergunta.
Se a sua Real grandeza me permite, o microfone?
-Fale assim mesmo.
-Eu não vejo neste homem, crime algum.
-Quem é o homem?
-Foram estas as palavras do governador Poncio Pilatos, representante de Tibério Cesar, na Judéia. Horas depois, era a tortura, a humilhação, a crucificação, a morte do Cristo Jesus.
- E a ressurreição, e a vida.
- É vero. Eu não vejo nestes jovens, crime algum.Foram estas as palavras do policial plantonista na delegacia de Iguatu. Horas depois, o seqüestro, a humilhação, a tortura...
-Há, este cara ta querendo trazer política do Iguatu, aqui para Lavras, e jogando o microfone sobre a mesa. Tá encerrado o evento!
Vi então, o governador Pilatos Cid, a lavar as mãos :
-Nada tenho com o sangue deste justo .
Não foi isto, que entendeu Tibério Cesar imperador Romano, que o condenou a morte infame, decapitado. Seu corpo amarrado a uma pedra, atirado nas profundezas do rio Tibre.Então,os espíritos imundos fizeram morada naquele corpo, movendo-o nas águas , atraindo para ele raios e tempestades, trovões e granizos, trazendo grande temor aos habitantes , por isto os Romanos o retiraram do rio, e o levaram até Viena , que significa, caminho para o inferno,e o arremessaram nas profundezas do Ródano,também ali, os espíritos maus apareceram,fazendo as mesmas coisas, então a população, não suportando mais, uma invasão tão grande de demônios, atirou para longe aquele maldito fardo, e diligenciou para que recebesse sepultura no território de Lausane. Os habitantes desta região conturbados pelos demônios, livraram-se dele jogando-o num poço, longe, muito longe, numa região cercada de montanhas. Que segundo contam, ainda hoje é agitado por diabólicas maquinações.
Que fará o povo nas eleições de outubro, com todo o poder em suas mãos, para se livra de tão tristes, tão vergonhosos representantes?
Tenho dito
Cícero Correia Lima.
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