“Libertas quae sera tamem” 01
Alfa... Ômega. Princípio... fim. Doze de março de 2005 escrevi minha última coluna na Folha do Comércio. Dezessete de março de 2006, renascendo das cinzas qual Fênix, a minha coluna Legítimo de Braga neste semanário, não sem antes agradecer ao nosso editor-chefe Sr. Val Lima que me fez o convite. Logo aceito com apenas uma exigência, liberdade de opinião e expressão. Este sim um grande ponto e principal motivo de meu silêncio por um ano, mas como reza a própria escritura sagrada, existe a vez da honra e a vez da sensatez, a vez da coragem e a vez da retirada, a hora de lutar e a hora de fugir. Estou satisfeito com o especo que me foi oferecido e, só posso prometer aos leitores deste semanário, muito trabalho e desassombro moral para dizer verdades, sem temer ferir a gregos e troianos.
Quinze de março de 44 A.C., pelas ruas estreitas de Roma, carregado liteira por seus criados, Júlio César se encaminhava para o fórum, centro da vida pública romana. Aglomerados no caminho, populares os saudavam entusiasticamente. Naquele dia, porém, os louvores e aclamações eram presságios de acontecimentos trágicos.
Um adivinho havia dito a César para se prevenir contra forças sinistras: “Cuidado! Com os idos de Março.” Sua mulher, Calpúrnia, senhora que ele fora impiedosamente assassinado e suplicara –lhe que não saísse naquele dia. Embora claramente preocupado com tais presságios, César tinha decidido comparecer ao Senado de qualquer maneira. Depois de ter atingido pináculo do poder por sua própria força de vontade. Com sua coragem, malícia, ambição e orgulho, não se deixaria intimidar por meros sonhos e presságios. Também eu, tenho mulher e amigos que me aconselharam a declinar do convite temendo alguma força sinistra. Também eu, como César tenho meu orgulho, meus sonhos, minhas ambições e decidi prosseguir nessa luta. Quanto a César a história já foi escrita e todos sabemos como findou, atraiçoado pelos seus pares dentro do Senado, morto a punhal (arma símbolo da tradição). Ironicamente enquanto seus assassinos mergulhavam suas armas repetidas vezes no corpo de César, este defendia-se com a sua única arma, um estilete (usado para escrever). Este a de ser, a Graça de Deus, a única arma que usarei para defender, o sofrido povo da minha terra e assim viver a minha história, como um homem livre Senhor do meu corpo e do meu destino.
Tenho dito.
Cícero Correia Lima
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