Certo estrangeiro para ser agradável aos gregos, disse: - Na minha terra, todos me chamam de amigo dos gregos.
No que foi respondido por um cidadão de sisudez espartana: - Ser-te-ia muito mais honroso que, te chamassem de amigo dos teus concidadãos.
Eu tenho por habito, ligar o rádio por volta das 11:30 hs, daí em diante, fico buscando entre uma e outra emissora ( Rádio Jornal, Rádio Falsidade) alguma reportagem política, alguma informação, que me enriqueça o conhecimento , em busca da verdade. Na quarta-feira, ouvi o presidente do Legislativo Iguatuense, o sr. Aderilo Alcântara, e a sua firmeza em defender a administração “Trabalhando para Crescer”, o entusiasmo com que atacou o radialista e também vereador João Inácio, arauto das oposições. Lembrei o Conselheiro Gaspar da Silveira Martins: idéias, não são metais que se fundem. Com certeza, não comungo eu, com as idéias do Aderilo, apesar de um passado comum, pois que, nascemos no mesmo pedaço de chão (Tabuleiro) estudamos nos mesmos colégios, freqüentamos a mesma sala de aula(5ª série A) consolidamos amizades para toda uma vida como o Emilio, o Santiago, o Temístocles, o Gilson (Bigui), não comungamos as mesmas idéias, os mesmos ideais. Isto para mim, se tornou visível, em uma seção na câmara municipal, onde se discutia a problemática dos moto-taxista, a situação humilhante, vexatória em que à administração Trabalhando para Crescer, colocara aqueles pais de famílias, quando priorizou a cobrança de tributo naquela classe. A moto hoje, é o jumento do sertanejo, é nela que ele trás o leite do campo, vai buscar o capim no baixio, deixa o seu filho na escola, enfim, ganha o seu sustento diário. Esta classe, que secularmente vem sendo sacrificada por sicários, que tem na lei o seu escudo. Estes moto-taxistas, tem na sua maioria, como berço o campo e se hoje, estão aqui na cidade é por culpa, mais uma vez, da nossas autoridades, que nunca priorizaram a agricultura, nem o homem do campo. Naquela seção fui apontado pelos moto-taxistas para representa-los junto ao Legislativo. Primeiramente o Presidente Aderilo me vetou, argumentou que eu não era moto-taxista, mais os gritos do auditório: deixa o Braga! Deixa o Legitimo de Braga falar! O intimidaram, fez com que recuasse. Comecei assim a defesa.
- Nobre Presidente e amigo de quem fui colega no ginásio, Edis aqui presente (e voltando-se para os moto-taxistas), sofrido povo de minha terra, aqui é a casa do povo, portanto vocês estão em sua casa, e há uma lei antiga, escrita na região do Lacio, quando Roma ainda nem existia, que reza o seguinte: Pode tanto um homem dentro de sua própria casa, que até depois de morto é preciso de quatro para leva-lo. Portanto aqui, vocês podem tudo. (Neste instante o Presidente Aderilo se dirigindo a sala de imprensa ordenou).
- Corta a voz dele!
Pegando então o seu microfone, afirmou:
- Aqui, eles não podem tudo, não!
- Nobre Presidente, quando eu afirmei que eles aqui podiam tudo, eu afirmei antes, O Homem. Porque o homem não deprava, não prostitui, não desonra sua casa. Tudo! Dentro do direito.
- Ah! Dentro do direito, pode.
- Nobre Presidente, o senhor foi muito infeliz, quando afirmou no seu discurso que os moto-taxistas aqui presentes eram marginais.
- Corta a voz dele! Eu não afirmei isto, ninguém aqui ouviu isto, está tudo gravado.
- Nobre Presidente, o senhor afirmou, que estas leis, não foram feitas pelos senhores vereadores aqui, e sim pelos senadores e deputados federais lá em Brasília, que ninguém da administração tinha culpa, que se alguém era culpado, era os moto-taxistas que eram fora da lei. Fora da Lei, quando o senhor citou, Me veio logo a lembrança, aqueles filmes de faroeste americano, que nós assistíamos no Cine Alvorada, em nossa juventude, onde sempre víamos um cartaz com a fisionomia do procurado, em baixo relevo o valor da recompensa 10.000,00 , 20.000,00, 50.000,00 dólares e acima em letras garrafais: FORA DA LEI. Fora da Lei, senhor presidente, é quem vive a margem da lei, portanto o marginal.
Foi este o entrevero, que tive com o amigo Aderilo, no campo das idéias. Acredito eu, que naquele instante, como agora, sua obrigação era ficar do lado do povo que o elegeu e não defender uma administração que marginaliza o pequeno, como esta, “Trabalhando para Crescer”. Tal atitude, só se explica num compromisso de troca de proveitos, entre ele e o chefe do executivo local, na ânsia louca de perpetuação no poder.
Quanto a mim, fico do lado do povo e de suas provações, do seus sofrimentos, confiando também em Deus. Se duvidarmos deles nada poderemos fazer.
Tenho Dito.
Cícero Correia Lima
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