15 de abr. de 2009

OS 18 DO FORTE

-PARA ONDE VÃO?
-SALVAR O BRASIL.
-ENTÃO ME DÊ UM FUZIL!

Na terça feira pela manhã, tomei conhecimento que havia uma lista com nomes de 18 filhos do Iguatu, em instantes a mente me levou aos 18 do Forte de Copacabana. Jamais houve, na história política da nação brasileira momento que se equiparasse a esse. Eram 18 irrequietos oficiais, jovens tenentes, patriotas que renunciaram a tudo, inclusive a vida, numa lição de desprendimento, de coragem, de amor ao seu povo. Era madrugada ainda, quando no Forte, se soube que o levante havia fracassado nos demais quarteis. Os militares não haviam aderido contra as forças do atraso, da promiscuidade, da corrupção na coisa pública. Só restava a eles a rendição. Lá fora, todo o efetivo Exército legalista. Não existia outra alternativa. Quando alguém, congecturou:
-E se nós machassemos sobre a opressão, sobre a corrupção, sobre a tirania, sobre o esquecimento do nosso povo.
Não houve lágrimas, estavam entre brasileiros. Nos seus corações, todos já haviam deliberado sobre aquilo, macharíam para a morte.
Foi bonito de se ver, 18 jovens oficiais brasileiro, com fuzis prontos, abandonarem a segurança do Forte, aproximadamente as duas horas da tarde, a peito descoberto, para enfrentarem o inimigo, infinitamente superior, da opressão, corrupção, da tirania. Foi quando para glória nossa, do meio do povo, que assistia comovido, ouviu-se a voz de um civil:
- Para onde vão?
...
Para onde vão? Pergunto eu, a esta sociedade capitalista que agora impera. Para onde vão? Pergunto eu? Aos 18 homens públicos, filhos do Iguatu, que tiveram seus nomes citados pelo Tribunal de Contas do Município. Para onde vão? Pergunto eu, ao sofrido povo de minha terra.
Há um interessante episódio ocorrido logo após a implantação da República, com um dos seus fundadores e Ministro da guerra Bejamim Constant. Encontrava-se este, em um bonde, no Rio de Janeiro, triste, cabisbaixo, quando um, seu camarada, perguntou-lhe:
-Bejamim, agora que teu sonho de república realizou-se, deverias está feliz. Qual o motivo da tua tristeza?
-Eu acreditava, que os homens públicos que nos seguiam, tinham patriotismo, agora vejo que na realidade são pratiotas.
-Não estou te entendendo!?
Ora meu amigo, patriota é o amor incondicional a pátria, enquanto que pratiota, é uma palavra inventada por mim, para uso pessoal, a simples mudança do r da segunda para a primeira sílaba, é o amor incondicional ao seu próprio prato.
Sem querer aqui, cair na leviandade de citar nomes, pois creio mesmo, que entre tantos apontados, haverá alguns inocentes. Culpo o sistema Capitalista, que faz nascer a ganância desenfreada em nosso peito. E apelo aos homens de bem. Chamo-os a responsabilidade, para numa ação saneadora a 5 de outubro ( dia da eleição) tomarmos a pulso, fazermos a lição de casa, fazendo renascer aquele senso de dignidade de respeito pela coisa pública que fazia da política um verdadeiro sacerdócio ou já haverá chegado a hora extrema, que nos falava o grande Rui Barbosa:
-Chegará o dia, em que o homem de bem, terá vergonha de dizer que é honesto.


Tenho Dito
Cícero Correia Lima.

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