Ig Catu
Museu vivo
Nos trilhos da cultura
Edição 2022
“O problema cultural é de
importância fundamental para o nosso povo em geral, o qual deve refletir o
sentido e a finalidade de nossa existência. Só uma nação adulta medita sobre a
finalidade da existência da cultura, enforçando-se por ter dela um quadro
preciso e minucioso. Não há dúvida que a cultura é um imperativo categórico de
nossa grandeza, tanto no exame da profundidade como no de superfície. Nosso
país, mais do que qualquer outro povo necessita de uma “escola de grandeza”,
para não ser uma nação onde tudo é grande, menos o homem. A grandeza, de fato,
tem alto sentido cultural que se transmite a todos os valores. Na ciência, nas
artes, na moral, na filosofia... O seu conceito eleva a alma humana.
É necessário revisionar tudo.
A mediocridade rebaixou a cultura e até a negou. Esfacelou a ciência,
fechando-a em pequenos setores de especialização exagerada. Tirou à arte o seu
sentido de beleza e perfeição. Anarquizou a moral. Degenerou a política.
Deprimiu a filosofia e procurou arrasar a religião. Cultuar a grandeza, nestas
condições, seria para nós o mais sublime e verdadeiro patriotismo. Capaz de
salvar a pátria e combater o comodismo, o indiferentismo, o materialismo e a
corrupção. Um povo que não encontra sentido neste culto é um povo inferior, um
povo escravo, incapaz de exercer missão histórica ou papel na sua comunidade.
É do conhecimento geral que no
exterior fazem-se campanhas contra o nosso povo, afirmam que nosso país é uma
nação perdida, um grande hospital que abriga uma sub-raça vencida, da qual nada
de bom se espera, a não ser, pobreza, miséria, desonestidade e corrupção. Por
todas estas razões, faz-se mister criar em nossa comunidade, no seio de nosso
povo, uma atmosfera de grandeza que desperte sentimentos de admiração, simpatia
e respeito para com os nossos grandes homens, para com aqueles que, de fato,
são capazes de beneficiar e defender os interesses da coletividade, pois num ambiente
impregnado pelo despeito, inveja e ódio, não permite o aparecimento de gênios,
de líderes, da evidenciação de altos valores, reduzindo tudo a triste
mediocridade numa vida rasteira e vil. Nós necessitamos com urgência de
verdadeiros líderes para vencer a incrível anarquia e confusão do mundo
contemporâneo. Sim, de verdadeiros líderes, de mestres para educar o nosso
povo, formando-lhe uma mentalidade sadia, e orientar sua conduta. De
verdadeiros líderes para purificar o governo e a administração do país.
Ao ver e comentar esta
mocidade da atualidade, que levada pelos argumentos dos maléficos já aqui
comentados, dependendo sempre dos pais, tornando-se auto-parasitas, iludindo-se
tão cedo com as facilidades do sexo liberal da atualidade, não adquirindo nem
sabendo o que são valores da existência, numa indolência inquietante, será
certamente para um futuro nada promissor.
Quem sabe em alguma coisa
deste pequeno livro haja algo que possa fazê-los refletir, talvez ajuda-los, pois deles eu queria pedir um grande favor:
que escolhessem nossos futuros líderes, pessoas que por eles escolhidas, de
nossa cidade, pessoas que se forem “criadas”, “buriladas” por essa juventude
somente a ela e para ela é que terão a obrigação de se empenharem a fundo no
sentido de servi-la, de levar o progresso à nossa comunidade. Cabe a essa
juventude essa tarefa pois eles é que conviverão com os seus próprios líderes
durante suas vidas. O nosso eleitorado já tem número e condições de eleger dois
deputados estaduais e um federal.”
Reminiscências e
perspectivas
Sabino Antunes
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