Ig Catu Museu vivo Nos trilhos da cultura, Edição 2022

5 de abr. de 2022

 

Ig Catu

Museu vivo

Nos trilhos da cultura

Edição 2022

 

“O problema cultural é de importância fundamental para o nosso povo em geral, o qual deve refletir o sentido e a finalidade de nossa existência. Só uma nação adulta medita sobre a finalidade da existência da cultura, enforçando-se por ter dela um quadro preciso e minucioso. Não há dúvida que a cultura é um imperativo categórico de nossa grandeza, tanto no exame da profundidade como no de superfície. Nosso país, mais do que qualquer outro povo necessita de uma “escola de grandeza”, para não ser uma nação onde tudo é grande, menos o homem. A grandeza, de fato, tem alto sentido cultural que se transmite a todos os valores. Na ciência, nas artes, na moral, na filosofia... O seu conceito eleva a alma humana.

É necessário revisionar tudo. A mediocridade rebaixou a cultura e até a negou. Esfacelou a ciência, fechando-a em pequenos setores de especialização exagerada. Tirou à arte o seu sentido de beleza e perfeição. Anarquizou a moral. Degenerou a política. Deprimiu a filosofia e procurou arrasar a religião. Cultuar a grandeza, nestas condições, seria para nós o mais sublime e verdadeiro patriotismo. Capaz de salvar a pátria e combater o comodismo, o indiferentismo, o materialismo e a corrupção. Um povo que não encontra sentido neste culto é um povo inferior, um povo escravo, incapaz de exercer missão histórica ou papel na sua comunidade.

É do conhecimento geral que no exterior fazem-se campanhas contra o nosso povo, afirmam que nosso país é uma nação perdida, um grande hospital que abriga uma sub-raça vencida, da qual nada de bom se espera, a não ser, pobreza, miséria, desonestidade e corrupção. Por todas estas razões, faz-se mister criar em nossa comunidade, no seio de nosso povo, uma atmosfera de grandeza que desperte sentimentos de admiração, simpatia e respeito para com os nossos grandes homens, para com aqueles que, de fato, são capazes de beneficiar e defender os interesses da coletividade, pois num ambiente impregnado pelo despeito, inveja e ódio, não permite o aparecimento de gênios, de líderes, da evidenciação de altos valores, reduzindo tudo a triste mediocridade numa vida rasteira e vil. Nós necessitamos com urgência de verdadeiros líderes para vencer a incrível anarquia e confusão do mundo contemporâneo. Sim, de verdadeiros líderes, de mestres para educar o nosso povo, formando-lhe uma mentalidade sadia, e orientar sua conduta. De verdadeiros líderes para purificar o governo e a administração do país.

Ao ver e comentar esta mocidade da atualidade, que levada pelos argumentos dos maléficos já aqui comentados, dependendo sempre dos pais, tornando-se auto-parasitas, iludindo-se tão cedo com as facilidades do sexo liberal da atualidade, não adquirindo nem sabendo o que são valores da existência, numa indolência inquietante, será certamente para um futuro nada promissor.

Quem sabe em alguma coisa deste pequeno livro haja algo que possa fazê-los refletir, talvez ajuda-los, pois deles eu queria pedir um grande favor: que escolhessem nossos futuros líderes, pessoas que por eles escolhidas, de nossa cidade, pessoas que se forem “criadas”, “buriladas” por essa juventude somente a ela e para ela é que terão a obrigação de se empenharem a fundo no sentido de servi-la, de levar o progresso à nossa comunidade. Cabe a essa juventude essa tarefa pois eles é que conviverão com os seus próprios líderes durante suas vidas. O nosso eleitorado já tem número e condições de eleger dois deputados estaduais e um federal.”

 

 

Reminiscências e perspectivas

Sabino Antunes

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