Troféu Anteu
Ao gigante filho da terra do sítio Cruiri.
Apoio: Associação dos idosos de Santa Edwiges,
Prefeitura de um novo tempo,
Secretaria do desenvolvimento agrário (SDA),
instituto Agropolos do Ceará
Ao ser honrado, honesto, humilde, hospitaleiro
(In memorian)
Camponesa Maria Guilhermina de
Lima, nasceu no sítio Cruiri, no dia 10 de fevereiro de 1924, filha do casal
José Eloi de Lima e Josefa Gomes de Lima, numa prole de 10 irmãos, 02 homens e
08 mulheres, sendo que só resta uma irmã viva, a Maria Lurdes, que desde muito
tempo mora em São Paulo.
Minha tia, assim como todos os
seus irmãos e irmãs, foi criada na luta pesada, no trabalho na roça, dedicou
toda sua vida a família e a religião, nunca casou, envelhecendo dentro da casa
de seus pais, juntamente com a irmã, Maria Irineia, que escolheu o mesmo
destino. A primeira luta do dia era encher os potes, tínhamos três potes
fixados num quadrado feito de tijolos, cheio de areia do rio, a água ficava bem
fria, uma geladeira, e era trazida de um cacimbão em uma lata na cabeça da
propriedade da tia mocinha, avó da nossa
atual presidente da comunidade, a Ivaneide, a casa era de taipa, o fogão a
lenha, ia buscar o feixe de lenha na mata próxima ao rio Jaguaribe, cortando
entre os galhos secos da mata, não
tínhamos um jumento, trazia sobre os ombros, só depois destes trabalhos dentro
de casa, é que ia para a roça de milho, feijão, algodão, verdura. Trabalhou
muitos anos no terreno de Dona Conceição, esposa do seu Correinha Braga. Aos
domingos, sempre acompanhada de uma,
duas, três sobrinhas, filhas da sua irmã caçula, a Dorinha, iam para a missa na
catedral de senhora Santana no Iguatu, a pé. Na sua juventude foi catequista e
participava do grupo católico chamado “Filhos de Maria”, se mostrando sempre
atuante e obediente aos ensinamentos da Igreja Católica. Não bastasse isso,
ainda arranjava tempo para lavar roupas de algumas famílias, do Iguatu,
geralmente quando vinha de lá, não perdia a viagem e já trazia uma “trouxa” de
roupas na cabeça, para lavar no rio Jaguaribe, aqui mesmo, no poço do Zé da
Constância, no poço do Uru, na propriedade do Sr. Alfredo Barbosa. Sempre
voltada a fazer o bem, ajudava a todos da forma que podia, mãe dedicada e
delicada da sobrinha Adilucia, que a adotou como tal.
Já na velhice ainda encontrou
forças para cuidar da irmã Irineia, vítima de uma trombose, invalida em uma
cadeira de rodas. Morreu no dia 28 de setembro de 2001, como pediu sempre a
virgem Maria, sem se prostrar, vitima de um infarto fulminante.
Legítimo de Braga
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