21 de dez. de 2019


Troféu  Anteu
Ao gigante filho da terra do sítio Cruiri.
Apoio: Associação dos idosos de Santa Edwiges,
Prefeitura de um novo tempo,
Secretaria do desenvolvimento agrário (SDA),
instituto Agropolos do Ceará
Ao ser honrado, honesto, humilde, hospitaleiro
(In memorian)




Camponesa Maria Guilhermina de Lima, nasceu no sítio Cruiri, no dia 10 de fevereiro de 1924, filha do casal José Eloi de Lima e Josefa Gomes de Lima, numa prole de 10 irmãos, 02 homens e 08 mulheres, sendo que só resta uma irmã viva, a Maria Lurdes, que desde muito tempo mora em São Paulo.
Minha tia, assim como todos os seus irmãos e irmãs, foi criada na luta pesada, no trabalho na roça, dedicou toda sua vida a família e a religião, nunca casou, envelhecendo dentro da casa de seus pais, juntamente com a irmã, Maria Irineia, que escolheu o mesmo destino. A primeira luta do dia era encher os potes, tínhamos três potes fixados num quadrado feito de tijolos, cheio de areia do rio, a água ficava bem fria, uma geladeira, e era trazida de um cacimbão em uma lata na cabeça da propriedade da  tia mocinha, avó da nossa atual presidente da comunidade, a Ivaneide, a casa era de taipa, o fogão a lenha, ia buscar o feixe de lenha na mata próxima ao rio Jaguaribe, cortando entre os galhos secos da mata,  não tínhamos um jumento, trazia sobre os ombros, só depois destes trabalhos dentro de casa, é que ia para a roça de milho, feijão, algodão, verdura. Trabalhou muitos anos no terreno de Dona Conceição, esposa do seu Correinha Braga. Aos domingos, sempre  acompanhada de uma, duas, três sobrinhas, filhas da sua irmã caçula, a Dorinha, iam para a missa na catedral de senhora Santana no Iguatu, a pé. Na sua juventude foi catequista e participava do grupo católico chamado “Filhos de Maria”, se mostrando sempre atuante e obediente aos ensinamentos da Igreja Católica. Não bastasse isso, ainda arranjava tempo para lavar roupas de algumas famílias, do Iguatu, geralmente quando vinha de lá, não perdia a viagem e já trazia uma “trouxa” de roupas na cabeça, para lavar no rio Jaguaribe, aqui mesmo, no poço do Zé da Constância, no poço do Uru, na propriedade do Sr. Alfredo Barbosa. Sempre voltada a fazer o bem, ajudava a todos da forma que podia, mãe dedicada e delicada da sobrinha Adilucia, que a adotou como tal.
Já na velhice ainda encontrou forças para cuidar da irmã Irineia, vítima de uma trombose, invalida em uma cadeira de rodas. Morreu no dia 28 de setembro de 2001, como pediu sempre a virgem Maria, sem se prostrar, vitima de um infarto fulminante.


Legítimo de Braga

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