Legitimo de Braga
Troféu Anteu
Ao gigante filho da terra
Sítio Cardoso III
Troféu Anteu
Ao gigante filho da terra
Sítio Cardoso III
“Nem muitas águas conseguem apagar o amor, os rios não conseguem leva-lo na correnteza.” (Cânticos 8:7)
Vaqueiro José Eliomar Bastos, nasceu em 07 de outubro de 1951. Filho de José Bezerra Bastos e Maria Pia de Jesus, numa família de oito irmãos, cinco homens e três mulheres.
Meu avô materno o juiz de paz Antônio Alves de Andrade é natural de Cariús e fixou-se aqui no Cardoso III, depois de comprar estas terras. A primeira coisa que tenho a dizer é que desde menino meu pai me deu responsabilidade, a luta com a criação era minha, buscar e deixar na roça, dar água. Aos 13 anos já estava dentro do curral tirando leite das vacas, tinha uma parte do serviço que era na roça, eu ia buscar o animal, arriava, colocava no cultivador, montava e ia aprumando o animal, com outro trabalhador segurando o cultivador. Durante o período das cheias no Jaguaribe, a única canoa que fazia a travessia nesta região até o Cardoso II, pertencia ao meu pai, o pessoal dos sítios 3 irmãos, Ganga, Quixoá, vinham com cargas sobre as montarias, em sua grande maioria burras, estes passavam a nado, mas a mercadoria papai passava com minha ajuda na canoa, pois o acesso à cidade era impossível, graças ao volume das águas no riacho dos defuntos. Aliás, sobre o nome deste riacho, tenho a dizer que meu avô, Antônio Alves cantava que no ano de 1914, aconteceu ali próximo, um tiroteio muito grande entre as forças militares que vinham de Fortaleza com ordem de destruir o Juazeiro e arrancar a cabeça do meu padrinho Cicero, com as forças do povo de Juazeiro que vinham em defesa do meu padrinho. Foram tantas as mortes, que com os dias o riacho se cobriu de urubus comendo as carnes dos defuntos. Desde aquele tempo, que o nome do riacho é riacho dos defuntos. Meu pai foi um professor grande para mim, ainda pequeno aguava o feijão na vazante, as leiras de batatas , as cercas dentro do rio protegendo a vazante, eram feitas de ramas da própria mata. Fui carvoeiro, aprendi com meu pai, levava pra Iguatu o carvão numa carroça. No ano de 1980, juntamente com meu irmão Raimundo Bastos, compramos um trator, trator usado, e começamos a fazer o preparo das terras, cortar as terras, nossas e de outros particulares.
Casei-me com a senhorita Maria Amorim Costa, em 13 de Janeiro de 1983, depois de ter namorado com ela por 18 anos depois de ouvir uma conversa desta com sua mãe Dona Mariquinha. Era o dia do meu aniversario e eu fui à casa de minha namorada, entrei na sala como de costume e ouvi a conversa das duas na cozinha:
- Oque é este pacote?
- É um presente pro Eliomar, um perfume da Avon, o nome é tempo.
Ouvindo a resposta desta:
- E bote tempo, já são 18 anos.
Ela é mãe de três filhos meus, o Marcos André, a Ana Camila e o Francisco Raimundo. Minha vida hoje, como pobre, vivo satisfeito, dando continuidade ao que aprendi com meu pai, em cima de nossa terra, sou um homem livre, livre e feliz.
Neste momento, o neto Gustavo chega com uma baladeira na mão senta no seu colo e convida:
- Vovô, vamos derrubar o inchuir
Meu avô materno o juiz de paz Antônio Alves de Andrade é natural de Cariús e fixou-se aqui no Cardoso III, depois de comprar estas terras. A primeira coisa que tenho a dizer é que desde menino meu pai me deu responsabilidade, a luta com a criação era minha, buscar e deixar na roça, dar água. Aos 13 anos já estava dentro do curral tirando leite das vacas, tinha uma parte do serviço que era na roça, eu ia buscar o animal, arriava, colocava no cultivador, montava e ia aprumando o animal, com outro trabalhador segurando o cultivador. Durante o período das cheias no Jaguaribe, a única canoa que fazia a travessia nesta região até o Cardoso II, pertencia ao meu pai, o pessoal dos sítios 3 irmãos, Ganga, Quixoá, vinham com cargas sobre as montarias, em sua grande maioria burras, estes passavam a nado, mas a mercadoria papai passava com minha ajuda na canoa, pois o acesso à cidade era impossível, graças ao volume das águas no riacho dos defuntos. Aliás, sobre o nome deste riacho, tenho a dizer que meu avô, Antônio Alves cantava que no ano de 1914, aconteceu ali próximo, um tiroteio muito grande entre as forças militares que vinham de Fortaleza com ordem de destruir o Juazeiro e arrancar a cabeça do meu padrinho Cicero, com as forças do povo de Juazeiro que vinham em defesa do meu padrinho. Foram tantas as mortes, que com os dias o riacho se cobriu de urubus comendo as carnes dos defuntos. Desde aquele tempo, que o nome do riacho é riacho dos defuntos. Meu pai foi um professor grande para mim, ainda pequeno aguava o feijão na vazante, as leiras de batatas , as cercas dentro do rio protegendo a vazante, eram feitas de ramas da própria mata. Fui carvoeiro, aprendi com meu pai, levava pra Iguatu o carvão numa carroça. No ano de 1980, juntamente com meu irmão Raimundo Bastos, compramos um trator, trator usado, e começamos a fazer o preparo das terras, cortar as terras, nossas e de outros particulares.
Casei-me com a senhorita Maria Amorim Costa, em 13 de Janeiro de 1983, depois de ter namorado com ela por 18 anos depois de ouvir uma conversa desta com sua mãe Dona Mariquinha. Era o dia do meu aniversario e eu fui à casa de minha namorada, entrei na sala como de costume e ouvi a conversa das duas na cozinha:
- Oque é este pacote?
- É um presente pro Eliomar, um perfume da Avon, o nome é tempo.
Ouvindo a resposta desta:
- E bote tempo, já são 18 anos.
Ela é mãe de três filhos meus, o Marcos André, a Ana Camila e o Francisco Raimundo. Minha vida hoje, como pobre, vivo satisfeito, dando continuidade ao que aprendi com meu pai, em cima de nossa terra, sou um homem livre, livre e feliz.
Neste momento, o neto Gustavo chega com uma baladeira na mão senta no seu colo e convida:
- Vovô, vamos derrubar o inchuir
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