Eminencias Pardas
“Monsenhor de Pacilli sabia que só existem duas espécies
de homens cujas convicções não podem ser facilmente abaladas: Os idiotas e os
sábios. Os idiotas não tem capacidade para combater os argumentos e nem para
refletir. Os sábios são, geralmente, por demais egocêntricos, para aceitar a
logica de um argumento contrario ao resultado final de duas exaustivas
pesquisas”
(A luz e as trevas)
Humberto de Campos, faz referencia em uma de
suas incontáveis crônicas, ao nosso complexo de vira lata, e exemplifica,
contando de um jovem fidalgo vindo da corte portuguesa para esses sertões,
passar uma temporada na casa de algum parente ilustre, e que aqui chegando,
encontra o ambiente belicoso, uma contenda entre dois chefes políticos locais.
Na fazenda, exige participar de uma ação armada, que se preparava contra o chefe
politico adversário, para “sentir mais de perto o cheiro da pólvora”, e é a
muito custo e com receio, aceito pelos “cabras”, obedecendo ordens do seu
Coronel, para ficar de olho no menino. Durante a refrega cai este morto. Na volta
para a fazenda, apesar de vitorioso na empreitada, o chefe do grupo armado,
comenta para o bando:
- Como é que vamos explicar isso
ao Coronel! Se fosse um de nós, ate a gente se ria, do susto na hora da morte,
da maneira como caiu do cavalo. Mas este rapaz, vindo de além do mar, fidalgo e
homem de fino trato, vai ser difícil...
Esse complexo, porém, vai muito além da peça
Homem, pois que em nossas escolas aprendemos desde cedo a historia de Napoleão
Bonaparte, Alexandre “O grande” , Aníbal, Pedro de Alcântara, príncipe
Português que deu o grito de Independência do Brasil as margens do Riacho Ipiranga
onde havia parado para defecar, riacho esse, hoje transformado em esgoto da
grande metrópole paulistana. Esquecendo porém, de contar aos nossos filhos a
historia das lutas pela liberdade de nosso povo, a historia de Tristão Gonçalves
de Alencar Araripe, morto nas barrancas do Jaguaribe, em Santa Rosa, defendendo
os ideais republicanos da Confederação do Equador. O nosso grande rio da onça,
porém, como nossa artéria fluvial maior, não merece o destino que a grande
metrópole paulistana deu ao seu famoso riacho Ipiranga. Temos que lutar contra esse complexo
de inferioridade, salvando o Jaguaribe, salvando também a nós.
Voltando a peça Homem e ao complexo de
inferioridade, que a grande metrópole portuguesa cultivou em nosso povo,
avaliemos por um instante, os nossos homens públicos: Quem é hoje o presidente
da Câmara Municipal, eleito pelo grupo politico que faz oposição à
Administração Municipal e ao deputado Agenor Neto? Quem é hoje, o candidato
dessa mesma oposição, a enfrentar nas urnas o prefeito Aderilo Alcântara, nas
eleições que se aproximam? Rubenildo Cadeira, Ednaldo Lavor, nasceram todos no
mesmo berço esplendido, para não fugir ao hino, nas entranhas do Agenor Neto.
Ao deitar mais a lupa sobre esse apodrecido cadáver, que se tornou a
politica, esquecendo por um instante, a politica nacional, estadual ou
municipal e avaliando bem de perto a politica partidária, mas precisamente a do
Partido dos Trabalhadores, ao qual sou filiado, quero de publico aplaudir o
gesto altivo do Dr.Romualdo Lima. Que em momento tempestuoso, em que alguns
pretensos campeões do partido já abandonaram o navio (Marconi Filho e Romulo
Fernandes), tem ele a audácia, altives, coragem de saltar dentro do barco. Dai,
a entregar a ele o timão do navio, em detrimento de outros valentes, que estão
no barco há mais tempo, enfrentando a tormenta com desassombro e o esquecimento
da própria vida, em beneficio maior da politica libertaria do Partido dos Trabalhadores,
ai já é negar a nos mesmos.
Em meio a este mar de incertezas, o Prof.
Vandeilton Sucupira, que esteve filiado por 10 anos no Partido dos
Trabalhadores, e que por duas eleições teve o seu nome preterido pelo partido
em beneficio de outros nomes, sonha firmar seu nome na disputa a prefeito neste
ano de 2016, desta vez filiado ao PRTB, depois de ancorar em vários portos, que
não lhes pareceu seguro, vem agora a frente do PRTB, buscar uma coligação com o
seu antigo partido de lutas o PT, pareceu-me mais o Vandeilton Sucupira, o rio
Camaquã, cheio de voltas. Mas, isto nele é meritório, num contexto em que se
prende a muitos com a coleira do salario, e o pão da escravatura, amarga. Tenta
ele conservar a sua liberdade. Antes os espinhos da liberdade do que as flores
da escravidão.
Tenho Dito.
Cicero Correia Lima.
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