Troféu Anteu
Ao Homem com H
maiúsculo, Honrado, Honesto.
Ao Gigante filho da
terra.
“... O conselheiro fez um discurso
enciclopédico a respeito da arte da culinária, comparando entre si as maneiras
de se preparar os manjares usados pelas diversas nações.”
O juiz municipal, sentado de fronte de Mário,
tinha travado conversação com ele e, saltando de um a outro assunto, dizia-lhe
naquele momento:
- O Doutor naturalmente volta para a corte?
- Não sei nada. Respondeu Mário.
- Com seu talento e seus conhecimentos não
deve enterrar-se na roça. Seria estragar um belo futuro.
(O Tronco do
Ipê – José de Alencar)
Agricultor Francisco Candido Lavor, conhecido por
Chico-Juca, nasceu a 02 de agosto de 1925, filho primogênito, do casal José
Candido de Lavor e Petronila Cândida de Lavor, tendo uma irmã por nome de
Maria, que migrou para o Pará e um irmão caçula o Edilson.
- Herdei todas as terras de meu pai, ele era natural do sítio Estrada
e mamãe das Aroeiras, morreu no dia 16 de fevereiro de 1934, eu tinha 9 anos.
Mamãe ia pra roça, eu a acompanhava. Ela limpando o legume com a enxada e eu
limpando de mão. Desde aquele tempo, eu acho bom! Nunca abandonei a roça.
Plantava algodão, milho e feijão. A maior miséria do mundo foi o algodão ter
acabado, o povo fazia suas contas e pagava com o algodão, sobrava o milho, o
feijão.
Quando Elmo Moreno
foi prefeito, me colocou como fiscal de águas do Açude do Governo. Plantei
muito arroz com águas do Açude do Governo em terras do Paulo Holanda Lavor,
Maninho Holanda Lavor.
- O povo diz que
ninguém faz nada na agricultura, mas eu, toda vida, fiz muito!
Em 1958 houve aquela
seca muito grande. Eu criei um filho da comadre Rita Salvino, lá do Catolé dos
Justino, eles estavam passando fome. Veio morar, mais eu, só saiu daqui depois
que casou. Morreu em Fortaleza, livrou duas crianças de serem atropeladas por
uma caçamba, mas foi morto por esta. Mas era um homem trabalhador, me ajudou
muito, chamava-se Etiene Salvino, perdi mais dois filhos de maneira trágica,
mas eu tenho 37 netos e 22 bisnetos dos meus 9 filhos, com esta mulher na sua
frente, Maria Zulene de Lavor.
- Comecei a trabalhar
na Escola Agro Técnica Federal, do dia 16 de julho de 1970. O compadre Zé
Bezerra, da Penha, comprou uma roça lá, no aberto, a Dona Elza Montenegro. Ela
me mandou chamar:
- Chico Juca, tu vai
tomar de conta disto daqui, eu vou abrir uma escola.
Ate 1974, ano
daquela inundação que ouve no Iguatu, lá só tinha dois vagões, construídos por
Dr. Gouveia, colocaram naquele ano 102 pessoas lá, toda noite eu ia mais dona
Elza e o Hiromaza, com alimentação para aquele povo. O Normando também foi um
diretor muito bom.
- O Dijauma Honório na minha época era professor, trabalhei
35 anos lá, ele é um rapaz bom, sua mãe era da Malhada Limpa. Acho muito
importante este reconhecimento que ele, como diretor, esta fazendo a nós da
roça.
Mas nunca fui
funcionário da Escola, eles não assinavam a carteira de pessoas com mais de 40
anos. Plantava lá e plantava aqui na Carnaúba. Eu só andava a cavalo, em burro.
Ia os cinco dias da semana, beirando a Linha Férrea, pelo leito do rio, às
vezes, ate no sábado ou no domingo, se precisa-se de aguação, tirava em 55
minutos.
- O senhor se
considera um Homem livre ?
Eu me considero um
Homem Livre. E tem uma coisa, nunca matei, nunca roubei, nunca enganei ninguém. Ate hoje não tem um comercio no
Iguatu que em que eu deva nada.
0 comentários:
Postar um comentário