Êxodo

27 de mai. de 2015

Êxodo

 Ontem pela manhã, já final do programa do Honório Barbosa, na antena sul FM, este anunciou a participação, por telefone do Deputado Federal Odorico Monteiro, direto de Brasília. Fiquei de orelha em pé, atento, ao discurso do nosso campeão petista, que no congresso Federal, tem dado mostras de compromisso, com os deserdados da sorte, com o povo nordestino, com o governo do partido dos trabalhadores. Entre as palavras que saíram de sua boca, tomei nota desta frase:
- A CIDAO que deixou de ser uma usina processadora de mamona, algodão, oiticica. Hoje transformada em cidade universitária, processará conhecimento.
 Conhecimento, conhecimento, conhecimento. Estava ali, sentado em minha frente na pessoa do Sr. Luís Braga, chegara do amazonas, há onde foi levado pelo seu pai Chico Braga, no ano de 1944, juntamente com sua mãe e mais oito irmãos, trazia-me o conhecimento:
 - Papai contava, que quando no amazona chegamos, Manaus era um porto de lenha. Sempre sonhou em um dia voltar para casa, morreu em 1962, sem conseguir seu intuito. Meu velho era um guerreiro, se preocupava muito com a família. Quando saudosista, lembrava, os tios Correinha, Vicente Braga, o inverno, as delicias do sertão cearense. Eu lhe perguntava:
- Então porque deixamos o Ceara?
Ele amargurado, recordava a seca, a fome, a miséria, e me afirmava:
- Meu filho, nós viemos até aqui com promessa de melhoras.
  Na edição da revista veja, datada de 20 de maio, na página 28, facultada ao leitor, o diretor do centro cultural da FEB, Mauricio de Queiroz, queixa-se do esquecimento do semanário, ao esforço feito pelo Exército Brasileiro, durante o reinado de Adolf Hitler, na Europa:
- Eu me surpreendo com uma super reportagem sobre os setenta anos da vitória aliada contra o nazismo na II guerra mundial, na qual não é dita sequer uma palavra sobre a força expedicionária Brasileira, tão pouco sobre os feitos dos nossos pracinhas em terras italianas... Exatamente no dia 08 de maio, data em que se comemora o fim da II guerra Mundial. Exatamente nesse dia de glorias para o nosso pais, a falta de uma única linha ou palavra sobre os combatentes... e as grandes batalhas... Montese, Castelnuovo, Soprassasso, Monte Castelo, Fornovo de tiro, onde o regimento Ipiranga, de Caçapava, São Paulo, aprisionou milhares de soldados alemães...25.334 soldados brasileiros que enfrentaram o risco de morrerem congelados, ou serem baleados... e os 443 soldados brasileiros mortos em combate!?

  Agora ali em minha frente o Sr. Luís Braga, ladeado pelo seu filho Theomario, setenta anos depois de ter mergulhado no inferno verde do Amazonas, juntamente com seus pais, irmãos e mais de cinquenta mil nordestinos, com promessas de melhoras, por parte do governo federal. Melhoras!? Manter a máquina de guerra americana, era a única meta do governo brasileiro, assisti-los com a borracha, necessária ao grande conflito mundial. Em contra partida o governo de Getúlio Vargas, era beneficiado com os acordos de Washington, assinados com os americanos e ingleses, tornando realidade o projeto de desenvolver a indústria do aço, financiando a construção da companhia siderúrgica nacional (CSN), a usina de Volta Redonda, a companhia do Vale do Rio Doce. Mais de 25.000 nordestinos, morreram nesta grande guerra, tirando o látex para indústria de guerra dos Ianques, sucumbiram vítimas de mordida de cobras, da malária, e outras febres, levados até ali, com promessas de melhoras por parte do governo Federal.
  Conhecimento, promessas, verdade é isto que de fato esperamos, hoje do governador petista Camilo Santana no nosso Iguatu, que com a inauguração da Cidade Universitária, deixemos ser o bode expiatório do Sul e do Sudeste brasileiro, tenhamos o direito a verdade. A verdade sobre a companhia nordestina Agro Fabril Mercantil, pertencente ao Coronel Delmiro Gouveia, fabricante das linhas Estrela para o Brasil e Barrilejo, para o resto da América Latina, que em 1916 produziu mais de 500.00 carteis de linha por dia, que foi destruída suas maquinas, demolidos seus prédios e lançados os escombros no rio São Francisco, tudo para que a linha Inglesa Corrente, tivesse o mercado livre na América Latina, o próprio Cel. Delmiro assassinado, no alpendre de sua casa, isto tudo, num completo mutismo do governo brasileiro, logo depois do final da 1ª guerra mundial. Verdade de Tristão Araripe, morto as margens do rio Jaguaribe em Santa Rosa, na luta pela liberdade de Antônio Conselheiro, de Virgulino Ferreira, de Padre Cicero Romão, de Francisco Braga da Silva, que 70 anos depois de abandonar as terras do Iguatu, volta para casa nas pessoas do seu Filho Luís Braga, e de seu Neto Theomario.

E que estas verdades sejam contadas em todos os órgãos da imprensa, rádios, jornais, revistas, mídia eletrônica, mas também nas escolas, púlpitos religiosos, calçadas, numa tentativa de resgatar nossa cultura, tão tristemente enterrada pelo interesse estrangeiro. Viva o governo do PT!!!
Viva o Partido dos Trabalhadores!!!
Viva o Povo Nordestino!!!

 Tenho Dito

 Cicero Correia Lima.   

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