Quinta-feira, 7:40 da manhã, rua José de Alencar, próximo a Bezamotos. Um casal, ele
vestindo uniforme da Mart Center, ela do Constshop Lafaiete, foram impedidos de prosseguir para
os seus respectivos compromissos, pelo DEMUTRAN, dois funcionários deste órgão, em um
carro, trancaram a moto que conduzia o casal.
- Desce! Documento da moto, carteira de habilitação. Tu desrespeitou autoridade!
- Rapaz, nós não somos vagabundos, não! Nós estamos indo para o nosso trabalho. Isto é
retaliação, você não aceita crítica, está me humilhando, eu pago impostos, tenho meus direitos.
Enquanto o Gerry verberava em busca de serenidade na autoridade do transito, este ao
celular fazia algumas ligações. Em segundos, a viatura da Guarda Municipal, com três
componentes, a Hilux do 2° BPM, com mais três militares. Três viaturas, oito autoridades,
cercando aquele casal de trabalhadores, um reboque foi chamado, levaram a moto embora. Uma
centena de pessoas nas calçadas, presenciando aquela cena patética, aquela demonstração de
força, de arrogância, de irresponsabilidade do Poder Público Municipal. Porque o crime do Gerry,
foi observar, minutos antes, quando na Adeodato Matos, ao motorista da viatura do DEMUTRAN,
que ele estava cometendo uma infração penal:
- O senhor estar conduzindo o veículo, com o celular no ouvido! O senhor, tem que dar o
exemplo.
Foi seguido por este, de nome Giliard, acompanhado do Ribeiro. Então proporcionaram,
aquela cena lamentável, digna de seus patrões. O casal, seguiu cabisbaixo, rumo ao centro da
cidade, diante de duas centenas de olhos assombrados, sem que uma única voz fosse ouvida,
na sua defesa, sem moto, a pé . Escravidão e escoria.
Ah! Iguatu, sem lei é sem Honra, sem água nas Queimadas, sem defesa na câmara
municipal, sem ouvidos no Judiciário, sem assistência nos postos de saúde, sem atendimento no
Hospital Regional, sem pano para enxugar gelo, sem respeito aos filhos teus. Quem me ajuda a
contar os Cem, sem segurança para a imprensa, sem voz no legislativo estadual, sem esperança
de futuro...Cem dias do sequestro, Cem dias da tortura...
CEM
Meu nome é Pedro Cem , que ontem tinha e hoje não
tem.
(Cordel)
Tenho dito.
Cícero Correia Lima.
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