Anteu
“Filho da Terra ou é gigante, ou é minhoca”
Tributo a Senhora Teresinha Ferreira da Silva, esposa do saudoso Estácio
o conhecido Padeiro
Famílias criam projetos para evitar êxodo rural, foi este o título da reportagem
publicada no caderno regional do diário do Nordeste datado de 21 de mês
de Junho; no mesmo jornal na coluna de Neno: Condição, tema por demais
polêmico, a pena de morte no renomado advogado Evaristo de Moraes Filho
um dos mais ferrenhos adversários. Ele defende que para aplicar a pena
capital, a sociedade deveria ostentar a autoridade moral de não ter contribuído
em nada para fabricar esse criminoso.
Fiquei a divagar sobre os dois assuntos, tão próximos como as duas faces
de uma só moeda, as informações que chegaram, casas de trabalho em
condições de escravidão, depoimentos como do Senhor Cícero de Oliveira:
Era quase o ano todo fora de casa, na fadiga do trabalho extremamente
puxado, em que cheguei a ver gente morrer abraçado a um pé de cana. Ou o
do presidente da Associação de Agricultores do Sítio Coité, Francisco Antonio
Bernardo, onde deixa ver o sofrimento e a ameaça de destruição das famílias:
No dia da viagem é uma grande tristeza. Todos se reúnem e saem do Distrito
de Arajara. É um choro só.
Dos filhos destes solo és mãe gentil, pátria amada Brasil, uma ma mãe gentil
de 20 filhos, não parte um solo, seja ele de que tamanho for, e divide-o em
dois ou três pedaços para alguns poucos privilegiados, não! Ela alimenta
a todos os filhos, em iguais proporções, de oportunidades de trabalho, de
saúde, de segurança, de vida. Então porque, vemos reportagens como estas?
Por que a Terra apesar de mãe de gigantes tem como o advogado Evaristo
de Moraes Filho, que defende o seu povo e sua terra do interesse estrangeiro.
Também e mãe de minhocas, vermes formados pelo estado capitalista, que só
pensam nos seus próprios bolsos (a avareza é a ferrugem do coração e aquele
que se deixa dominar por ela, nunca mais recupera a liberdade) e terminam
crucificando a todos inclusive os seus e a si próprio, no momento em que
degeneram, isto é, deixam de ser aquilo que era natural que fossem, filhos e
netos de homem, portanto, nada mas simples e verdadeiro que ser honrado,
ser honesto como a criatura moldada do barro a sua imagem e semelhança,
pelo bom Deus Jeová, senhor de tudo que via, gigante, mas por não haver
pensado bem por isto decidido mal, degenerou, tornando-se uma minhoca
defendendo o interesse de multinacionais, que financiam suas campanhas
eleitorais, todas milionárias.
E são essas minhocas, que foram levados ao poder, pelo voto popular e hoje
desfilam enlamassadas, pela augusta casa do senado e pela câmara alta
da nação. São esses senadores e deputados Federais, rendidos ao capital
estrangeiro, que votam leis, impossibilitando a criação do homem em nossa
pátria. Daí o êxodo rural, daí as afirmações do renomado Anteu judiciário. Falta
autoridade moral aos nossos representantes seja em que nível for executivo,
legislativo, judiciário.
Veja o que afirma outro gigante de nossa literatura; Franklin Távora sobre a
pena de morte; ainda no Império do Brasil:
“Registramos este acontecimento com a mágoa que sói causar àqueles que
amam a pátria e a humanidade a continuação entre nós da bárbara pena de
morte, que infamando, nem ao menos corrige”
Arrastam os delinqüentes à barra dos tribunais ou ao pé dos juízes para serem
interrogados sobre as circunstancias dos crimes que cometeram. Não devia
ser assim. O Interrogatório principal devia ter por objeto os precedentes do
culpado, o grau da sua instrução literária, a sua educação, os seus teres.
À pobreza, que é na realidade uma desgraça deve a sociedade atribuir o maior
número dos crimes que pune, dos erros e faltas que não se julga como o direito
de punir. À pobreza nunca foi nem será jamais um elemento de elevação; ele
foi e será sempre um elemento de degradação social.
A riqueza, meu amigo, é um dos primeiros bens da vida.
Quando ela resulta de um trabalho honesto, e servido por uma ambição nobre
e ponderada, não podem dela redundar males. A reverso, de uma riqueza
assim adquirida, prevêem quase sempre benefícios não só aqueles que a
possuo, mas também para a sociedade.
Quando o êxodo rural vem em decorrência da ausência de políticas agrárias,
pois o que o Homem do campo precisa antes de tudo é terra para cultivar, água
para irrigar, energia barata para trabalhar, preço justo e garantido para suas
safras, tudo isto junto, faria renascer o amor do homem pela terra, veríamos
findar o êxodo rural em nosso sertão, veríamos as famílias prosperarem, a
fartura prevalecer.
Como já mostrei aqui falta autoridade moral, ser ou não ser eis a questão.
Tenho Dito
Cicero Correia Braga
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