A dialética é a argamassa do debate, um elemento e outro sozinho, é igual a nada.
A terceira lei desta ciência é a da Negação da Negação.
Embora sejam pertinentes deixamos as duas primeiras de lado e nos agarramos à terceira. Ela fala da tese, da antítese e sínteses. Para exemplificar esta questão recorremos à dicotomia da galinha e do ovo; neste caso, parece-me que a tese fala da primogenitude da galinha, já antítese diz que o direito à primogenitura pertence ao ovo, de modo, que até então, ainda não temos uma síntese elaborada para resolver tal problema.
No Ceará, precisamente na bela cidade de Iguatu temos um homem que é cientista, filósofo, orador, folclórico e escriba ao mesmo tempo. Esse homem ao longo de muitos anos vem realizando um magnificentíssimo trabalho ambiental que visa, em primeira mão, cuidar do rio Jaguaribe e também promover educação na referida área. Falo aqui do senhor Neto Braga, que para mim é um gigante e para muito é apenas um ser invisível! Aos que pensam assim, eu os chamo de ignorantes ou imbecis.
Tenho notícias de que nos últimos meses foram discutidos alguns projetos inerentes ao usa da água no Ceará; o grupo elaborou uma proposição, pela qual fora estabelecida uma ordem de prioridades, o que é normal e imperioso em qualquer planejamento.
Entretanto, incluiu uma proposta advinda do senhor Neto Braga, coma baixa prioridade, coisa que rendera uma longa e ruidosa batalha de idéias. Acreditem que a proposta pugnava pela educação ambiental e ainda assim houve divergências. Nos dias atuais dar para acreditar que educação ambiental não está na primeira linha de prioridade em qualquer que seja o lugar do mundo?
Pois então vejam: a presidenta do Comitê da Sub Bacia Hidrográfica do Alto Jaguaribe, vereadora Rosângela Maria Lucas Teixeira, infelizmente foi uma das que tentou justificar a não prioridade. Compreendemos que ela não o fez por maldade, mas sustentamos que a senhora presidenta do Comitê está completamente errada. Pretendo provar o que digo por meio da dialética, vejamos algumas teses sobre o tema em questão:
Ainda em 1832, no livro: Os Miseráveis, Victor Hugo escreve:
“Joguem isso no grande cadinho; sua abundância virá dali. A nutrição dos campos produz o alimento dos homens.
Cada um é mestre em perder essa riqueza, e ainda por cima podem achar que sou ridículo. Essa seria a obra-prima de sua ignorância.
A estatística calculou que a França, sozinha, joga no Atlântico, pela boca de seus rios, quinhentos milhões. Notem isso: com esses quinhentos milhões pagaríamos a quarta parte das despesas do orçamento. A habilidade do homem é tanta que ele prefere livrar-se desses quinhentos milhões na sarjeta. É a própria substância do povo que é levada, aqui, gota a gota, ali em ondas, pelo miserável vômito dos nossos esgotos nos rios, e pelo gigantesco vômito dos nossos rios no oceano. Cada golfada das nossas cloacas custa-nos mil francos. O que produz dois resultados: a terra empobrecida e a água contaminada. A fome saindo dos sulcos e a doença saindo do rio.”
A China, mais ou menos na mesma época, fez um grandioso programa de tratamento de fezes humana, transformando a imundice que iria para os rios em adubo para fertilizar os campos. Não é à toa, que esse país é nos dias atuais a economia mais sólida do mundo; isso se dar porque usa a razão e a ciência em seu beneficio ao contrário da ignorância do Brasil, por exemplo. Aqui nos petrificamos através dos dogmas ou nos desmoralizamos pelo lucro que são as duas formas mais eficiente para transformar um povo em mero ajuntamento de miseráveis.
Na França como vimos, faz 191 anos que se levantou preocupação em relação à saúde dos rios e porque não dizer, com a falta de consciência ecológica, mas apesar do tempo, no Brasil ainda hoje políticos e sociedade cível se debatem procurando uma resposta para o grave problema da destruição do meio ambiente. Quanta incapacidade!
Fazendo-se uma analogia entre o problema da galinha e do ovo é também necessário indagar sobre o que deve vir primeiro. Se a distribuição de água ou a educação ambiental.
Vejamos: De toda água existente na terra, apenas 3% é doce e menos de 1% é própria para o consumo humano, portanto, a situação é gravíssima, e, além disso, temos outros problemas que derivam da irresponsabilidade e ignorância do homem, pois, à medida que jogamos lixo, esterco e diversos produtos químicos nos rios e nos mares, contaminamos o planeta, multiplicamos as bactérias e colocamos em risco à saúde coletiva.
E agora; qual será a sínteses?
Indubitavelmente a educação vem em primeiro lugar; mesmo porque no Brasil ao longo de sua história se desprezou a educação. No tempo do império, o rei proibiu os negros de frequentarem as escolas, a infame ditadura militar de 1964 prendeu Paulo Freire e outros educadores, além de matar estudantes, e agora na semi ditadura do verme ignorante que teve início em 2018 e fora derrotada em 2022 se fez uma reforma privilegiando a formação profissional, ou seja, o apertar parafuso para produzir mais riqueza para quem já é rico.
Para finalizar, penso que é chegado o momento de se pensar uma educação para a vida, pela qual se aborde prioritariamente valores fundamentais, como: ética, solidariedade, no princípio da distribuição equitativa das riquezas produzidas pelo trabalho humano, nos direitos humanos, no respeito à vida, ao meio ambiente e outros.
Penso que cada vereador e cada deputado e também os senadores que servem para quase nada, deveriam pelo menos aprovarem uma lei obrigando a educação ambiental em todas as escolas de ensino fundamental e médio no Brasil; antes que os ignorantes e os desmoralizados pelo lucro acabem com essa terra tão grande e geograficamente bonita.
Inverno de 2023
Antonio Ibiapino da Silva Bertoldo
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