LEGITIMO DE BRAGA
A minha Mãe.
“a ignomía tem sede de consideração’
‘
’’Manhã de domingo em minha calçada,
estou sentado em uma cadeira de balanço, os pés levantados sobre uma cadeira de
couro, tento por ordem em alguns fatos acontecidos, mensagens, pensamentos.
Levantamos cedo todos em casa, tínhamos um compromisso com a memória de dois
Franciscos em nosso lar, de minha parte os pensamentos voltavam-se para o
espírito do meu irmão falecido a 15 anos, Chico Braga, ontem divulguei crônica
no programa do Cavalcante Neto, na Mais FM em sua homenagem, o Zé Roberto me
garantiu espaço no jornal A Praça, com o mesmo intuito. A missa em recordação a
sua alma, deixamos para o domingo dia 16, neste dia a 16 anos, faleceu o avô
dos meus filhos, pai da minha esposa Maiza, o Sr. Chico Alves, assim no popular
acertaríamos ‘dois coelhos com uma só cajadada’’. Ao entramos na igreja de São
José, nos dirigimos os quatros para o centro da catedral, sentamos em um banco
próximo a entrada que da acesso aquela parte da casa de Deus. Ao levantar
os olhos, de relance, percebi que uma anciã caia nos degraus que dão acesso
aquela porta, um braço estendido na direção de uma palmeira anã do jardim ao
lado. Num instante, duas ou três passadas mais graves, estava segura por mim,
que a apoiava, para que vencesse o pequeno trajeto, entrando em segurança para
assistir a missa:
_ Eu tropecei!
_ Pensei que a senhora estava
desmaiando.
_ Mamãe! O que aconteceu!? Eu
sai de perto da senhora só para pegar o jornalzinho.
Era a filha que chegava nervosa. (Valdenice
e Fatima Alves)
_ Não foi nada, ela tropeçou, mas já
estar bem.
Quando voltei ao banco, junto com a
família, uma critica da mulher:
_ Eu não sei o que fazer mais! Você
não toma jeito. O medico afirmou que não era para você fazer nenhum esforço
mais brusco, você dar um pilo deste.
_ Sinal que estou vivo, que estou
pronto!
A missa começou e logo no inicio as
palavras:
...Hoje o Senhor nos convida a fazer
as escolhas certas na vida, pois ao nosso alcance estão tanto a felicidade
quanto a infelicidade... Jesus tem para nós proposta de vida que supera as
antigas normas;... Diante de ti ele colocou o fogo e a água , para o que
quiseres, tu podes estender as mãos.
Chamei a atenção dela para as
palavras, dizendo-lhe ter tomado a decisão correta. Que em verdade, aquilo era
um teste, que o Senhor Jesus, ou algum espírito de luz, menos graduado lá em
cima, teria me feito. Não sabia diagnosticar o que estava acontecendo comigo,
mas desde a angioplastia feita no Prontocardio em Fortaleza a 73 dias,
que estava recebendo mensagens espirituais na intimidade do meu lar, não atinava
o motivo das mesmas, mas compreendia que algo de maior relevância estava para
concretizar-se.
A alguns dias tinha ido a chapadinha,
deixando a minha filha Teresinha, responsável pelo comercio de pré-moldados.
Quando voltei, estava sentada na calçada deste, lendo uma revista espírita:
_ Papai, o senhor pode compra este
livro para mim?
Observei a propaganda na capa da
revista.
_ Minha filha, eu tenho um livro com
o mesmo tema. Irei buscá-lo para você ler.
Quando o encontrei, tirei-lhe a
poeira que o encobria, dado o meu afastamento destes, agora convalescente. E
fui entrega-lhe. Ao abrir o livro, na primeira pagina uma dedicatória: THe
22,...,.
Se eu voltasse lá, busca-se naqueles
outros mil livros expostos, com certeza não acharia mais outro, com aquele numero
na primeira pagina.Chamei a atenção da Teresinha para aquilo, com certeza, não
tinha nenhuma coincidência, era algo cabalístico. Ela impressionada,
perguntou-me:
_ Papai é verdade?
_ O que minha filha?
_ Aquela historia que o senhor
publicou contando que a noite no hospital, antes da cirurgia o celular tocou e
quando o senhor atendeu, não era ninguém, apenas o painel piscando o numero
22:22?
_ Ô minha filha, teu pai não tem ti
dado tantos exemplos. Já não lhe falei, que quando a verdade faltasse entre
nós, já não seriamos pai e filha?
_ Eu sei, me desculpa.
À noite, estava escrevendo em minha
cama entre travesseiro, lençóis, livros e papeis, quando Teresinha entra
trazendo um copo com água e um comprimido. Senta ao meu lado e fica
acompanhando o meu trabalho. Quando o celular toca, não consigo localizá-lo em
meio aquela bagunça, quem tem êxito nisto é ela. Quando atende, não era
ninguém, apenas no painel os números 22- 22-22. Mostrou-me:
_ Teresinha, você estar de
brincadeira comigo? Foi você que fez isso, através dos seus conhecimentos em
informática, estar querendo me impressionar!?
_ Não papai! Eu juro! Não tenho nada
com isso.
_ Então, de onde apareceram estes
números?
_ Não sei!
_ Eu sei! É uma resposta a sua
desconfiança hoje pela manhã. Antes, eu vi 22:22, era uma coisa entre mim e meu
pai. Agora é a resposta dele a você, portanto 22-22-22. Agora somos nós três.
Saiu em silencio, me deixando com
meus devaneios. Volta mais tarde:
_ Papai, eu fui pesquisar no Google,
digitei: números repetidos 22:22 no espiritismo. Sugiram vários sites,
cliquei em um, apareceu: Perto de ti estarás quem
ama
Sexta-feira 16:30 hs. Estou sentado na mesma cadeira de balanço, os
pés ainda levantados sobre a cadeira de couro, desta vez, na calçada em frente
ao meu comercio, tenho que ir ao centro, comprar umas flores para mamãe, amanhã
22 de fevereiro é seu aniversario, tenciono acordá-la com flores, ladeado do José
e da Teresinha. Sigo a pé ate o Anderson Importados, nas proximidades do
Mercado Publico. Quando estou escolhendo os arranjos para fazer um belo buque,
escuto alguém me chamar pelo apelido:
_ Neto Braga!
Era o Diretor do Instituto Federal do
Ceara (Campus Iguatu).
_ Professor! O senhor por aqui. Agora
vai me ajudar na confecção deste buque, presente de aniversario para minha mãe.
_ Neto Braga, Eu me elegi Diretor do
I.F. e você não me fez uma visita?
_ Neto Braga, Neto Braga é pequeno
Dijauma, para que você iria precisar de uma visita minha.
_ Não. Era importante que você
tivesse me prestigiado.
_ Pois eu vou lá! Você estar me
convidando.
_ Vai nada!
_ Vou!
_ Vá, que o I.F. tem uma proposta
para você.
_ Não, agora você estar me deixando
ansioso. O que é que o Instituto Federal pode querer com Neto Braga. Eu
coloquei dois stentes no peito, não posso me emocionar. Adiante alguma coisa?
_ Você sabia que eu sou seu leitor
assíduo?
_ Não, Mas muito obrigado.
_ Aqui não é lugar para isto, você
tem que ir lá no Instituto Federal. Mas o Instituto já publicou três livros.E
nós temos todas as condições de editar um livro seu.
_ Pois juntou a fome com a vontade de
comer. A onze anos que divulgo crônicas na mídia local. E tenho sonhado de
muito, em publicar um livro.
A visita aconteceu logo em seguida,
ansioso para escutá-lo, conhecer mais do projeto, arregaçar as mangas
para concluí-lo. Depois disto, mergulhei fundo em arquivos já amarelados
pelo tempo, publicados em jornais como: A Folha do Comercio, Agora, A Folha, A
Praça, revistas Semanal, Nova Palavra. Neste trabalho, encontrei uma
intitulada: Os Ciganos, publicada logo depois das eleições de 2004, nela este
pequeno trecho:
...Talvez ai neste numero esteja a
resposta do meu pai, dizendo-me que o caminho não é este da política. Há
sentenças lavradas no céu para serem executadas na terra, e que os homens
teimam em não quererem ler... Talvez o caminho seja este da escrita, se tivesse
condições financeiras para editar um livro. Estou a divagar..., o titulo seria:
A face obscura do Cel. Correia Lima, mas isto estar além, muito além de minhas
poucas forças.
Em verdade, foi este fato ocorrido em
outubro de 1999, cuja mídia do Piauí e do Brasil inteiro propagou como a queda
do crime organizado no Piauí, levando a prisão de quatro dos meus sete irmãos,
o Cel. Correia Lima, Carlos Alberto, Carlos Augusto e o José Correia Braga
Neto, além da preventiva contra o Marcos Antonio, que o levou a ficar foragido
por um determinado período de tempo. O meu irmão Chico Braga já havia falecido
em fevereiro daquele ano, o Paulo Roberto amargava já, desde outubro de 1983, a
maior de todas as penas, preso a uma cadeira de rodas, depois de assaltado e
baleado as margens de nossa Perimetral. Em nossa casa, testemunhando o maior
dos sofrimentos em minha mãe, vendo transformados pela imprensa falada, escrita
e televisionada, os filhos que antes ela via chegarem em casa autoridades,
agora em bandidos. Eu o fim de rama, o ultimo dos filhos do meu pai, não
tive duvidas, a minha hora havia chegado, afiei a espada, azeitei a pistola e
com esta que agora ainda trago na mão, sai a defender os meus da condenação
preventiva das multidões, nascendo ali, a coluna Legítimo de Braga.
Sou profundamente grato ao I.F, em
especial ao seu Diretor Dijauma Honório Nogueira, a quem a Mariazinha acusou de
Pé de Valsa, sabendo ela dançar como as folhas da carnaúba nas asas do vento,
têm autoridade para tanto, na noite do lançamento do seu livro: Farpas e
Pétalas.
No seu discurso naquela solenidade o
Diretor Dijauma afirmou que, o Instituto Federal estava alavancando sonhos de
muitos iguatuenses, tendo publicado já: Paginas Outonais, do Prof. Ivan
Holanda, Abstrato da Ana Regina, Manual de elaboração cientifico, dos professores Joaquim Branco e Antonio Nunes, Farpas e Pétalas da Professora Maria Lopes e que outros estavam em
formatação, como o do poeta Murilo de Barroso e o do Colunista Neto Braga.
Depois deste compromisso publico do
Sr. Diretor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceara (
Campus Iguatu ), em publicar o livro Legítimo de Braga em Iguatu Amiúde, tomei
a liberdade de escrever esta crônica.
Aqui vai meu pai o trabalho
despretensioso do teu filho, Homem rude do sertão do Ceará, que tu bem criaste.
As feridas feitas nos teus pela pontuda lamina de aço do punhal, não doeram menos
das que eu abri em muitos com esta caneta. Apenas, para honra tua, os teus
continuam todos de pé.
Recebe mamãe, este presente do céu a
todos nós. A redenção de nossa casa.
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