a minha mãe

22 de mai. de 2014

LEGITIMO DE BRAGA

A minha Mãe.
“a ignomía tem sede de consideração’
                                                                        ‘
’’Manhã de domingo em minha calçada, estou sentado em uma cadeira de balanço, os pés levantados sobre uma cadeira de couro, tento por ordem em alguns fatos acontecidos, mensagens, pensamentos. Levantamos cedo todos em casa, tínhamos um compromisso com a memória de dois Franciscos em nosso lar, de minha parte os pensamentos voltavam-se para o espírito do meu irmão falecido a 15 anos, Chico Braga, ontem divulguei crônica no programa do Cavalcante Neto, na Mais FM em sua homenagem, o Zé Roberto me garantiu espaço no jornal A Praça, com o mesmo intuito. A missa em recordação a sua alma, deixamos para o domingo dia 16, neste dia a 16 anos, faleceu o avô dos meus filhos, pai da minha esposa Maiza, o Sr. Chico Alves, assim no popular acertaríamos ‘dois coelhos com uma só cajadada’’. Ao entramos na igreja de São José, nos dirigimos os quatros para o centro da catedral, sentamos em um banco próximo a entrada que da acesso  aquela parte da casa de Deus. Ao levantar os olhos, de relance, percebi que uma anciã caia nos degraus que dão acesso aquela porta, um braço estendido na direção de uma palmeira anã do jardim ao lado. Num instante, duas ou três passadas mais graves, estava segura por mim, que a apoiava, para que vencesse o pequeno trajeto, entrando em segurança para assistir a missa:
_ Eu tropecei!
_ Pensei que a senhora estava desmaiando.
 _ Mamãe! O que aconteceu!? Eu sai de perto da senhora só para pegar o jornalzinho.
Era a filha que chegava nervosa. (Valdenice e Fatima Alves)
_ Não foi nada, ela tropeçou, mas já estar bem.
Quando voltei ao banco, junto com a família, uma critica da mulher:
_ Eu não sei o que fazer mais! Você não toma jeito. O medico afirmou que não era para você fazer nenhum esforço mais brusco, você dar um pilo deste.
_ Sinal que estou vivo, que estou pronto!
A missa começou e logo no inicio as palavras:
...Hoje o Senhor nos convida a fazer as escolhas certas na vida, pois ao nosso alcance estão tanto a felicidade quanto a infelicidade... Jesus tem para nós proposta de vida que supera as antigas normas;... Diante de ti  ele colocou o fogo e a água , para o que quiseres, tu podes estender as mãos.
Chamei a atenção dela para as palavras, dizendo-lhe ter tomado a decisão correta. Que em verdade, aquilo era um teste, que o Senhor Jesus, ou algum espírito de luz, menos graduado lá em cima, teria me feito. Não sabia diagnosticar o que estava acontecendo comigo, mas desde a angioplastia feita no Prontocardio  em Fortaleza a 73 dias, que estava recebendo mensagens espirituais na intimidade do meu lar, não atinava o motivo das mesmas, mas compreendia que algo de maior relevância estava para concretizar-se.
A alguns dias tinha ido a chapadinha, deixando a minha filha Teresinha, responsável pelo comercio de pré-moldados. Quando voltei, estava sentada na calçada deste, lendo uma revista espírita:
_ Papai, o senhor pode compra este livro para mim?
Observei a propaganda na capa da revista.
_ Minha filha, eu tenho um livro com o mesmo tema. Irei buscá-lo para você ler.
Quando o encontrei, tirei-lhe a poeira que o encobria, dado o meu afastamento destes, agora convalescente. E fui entrega-lhe. Ao abrir o livro, na primeira pagina uma dedicatória: THe 22,...,.
Se eu voltasse lá, busca-se naqueles outros mil livros expostos, com certeza não acharia mais outro, com aquele numero na primeira pagina.Chamei a atenção da Teresinha para aquilo, com certeza, não tinha nenhuma coincidência, era algo cabalístico. Ela impressionada, perguntou-me:
_ Papai é verdade?
_ O que minha filha?
_ Aquela historia que o senhor publicou contando que a noite no hospital, antes da cirurgia o celular tocou e quando o senhor atendeu, não era ninguém, apenas o painel piscando o numero 22:22?
_ Ô minha filha, teu pai não tem ti dado tantos exemplos. Já não lhe falei, que quando a verdade faltasse entre nós, já não seriamos pai e filha?
_ Eu sei, me desculpa.
À noite, estava escrevendo em minha cama entre travesseiro, lençóis, livros e papeis, quando Teresinha entra trazendo um copo com água e um comprimido. Senta ao meu lado e fica acompanhando o meu trabalho. Quando o celular toca, não consigo localizá-lo em meio aquela bagunça, quem tem êxito nisto é ela. Quando atende, não era ninguém, apenas no painel os números 22- 22-22. Mostrou-me:
_ Teresinha, você estar de brincadeira comigo? Foi você que fez isso, através dos seus conhecimentos em informática, estar querendo me impressionar!?
_ Não papai! Eu juro! Não tenho nada com isso.
_ Então, de onde apareceram estes números?
_ Não sei!
_ Eu sei! É uma resposta a sua desconfiança hoje pela manhã. Antes, eu vi 22:22, era uma coisa entre mim e meu pai. Agora é a resposta dele a você, portanto 22-22-22. Agora somos nós três.
Saiu em silencio, me deixando com meus devaneios. Volta mais tarde:
_ Papai, eu fui pesquisar no Google, digitei:  números repetidos 22:22 no espiritismo. Sugiram vários sites, cliquei em um, apareceu: Perto de ti estarás quem ama                                        Sexta-feira   16:30 hs. Estou sentado na mesma cadeira de balanço, os pés ainda levantados sobre a cadeira de couro, desta vez, na calçada em frente ao meu comercio, tenho que ir ao centro, comprar umas flores para mamãe, amanhã 22 de fevereiro é seu aniversario, tenciono acordá-la com flores, ladeado do José e da Teresinha. Sigo a pé ate o Anderson Importados, nas proximidades do Mercado Publico. Quando estou escolhendo os arranjos para fazer um belo buque, escuto alguém me chamar pelo apelido:
_ Neto Braga!
Era o Diretor do Instituto Federal do Ceara (Campus Iguatu).
_ Professor! O senhor por aqui. Agora vai me ajudar na confecção deste buque, presente de aniversario para minha mãe.
_ Neto Braga, Eu me elegi Diretor do I.F. e você não me fez uma visita?
_ Neto Braga, Neto Braga é pequeno Dijauma, para que você iria precisar de uma visita minha.
_ Não. Era importante que você tivesse me prestigiado.
_ Pois eu vou lá! Você estar me convidando.
_ Vai nada!
_ Vou!
_ Vá, que o I.F. tem uma proposta para você.
_ Não, agora você estar me deixando ansioso. O que é que o Instituto Federal pode querer com Neto Braga. Eu coloquei dois stentes no peito, não posso me emocionar. Adiante alguma coisa?
_ Você sabia que eu sou seu leitor assíduo?
_ Não, Mas muito obrigado.
_ Aqui não é lugar para isto, você tem que ir lá no Instituto Federal. Mas o Instituto já publicou três livros.E nós temos todas as condições de editar um livro seu.
_ Pois juntou a fome com a vontade de comer. A onze anos que divulgo crônicas na mídia local. E tenho sonhado de muito, em publicar um livro.
A visita aconteceu logo em seguida, ansioso para escutá-lo, conhecer mais do projeto, arregaçar  as mangas para  concluí-lo. Depois disto, mergulhei fundo em arquivos já amarelados pelo tempo, publicados em jornais como: A Folha do Comercio, Agora, A Folha, A Praça, revistas Semanal, Nova Palavra. Neste trabalho, encontrei uma intitulada: Os Ciganos, publicada logo depois das eleições de 2004, nela este pequeno trecho:
...Talvez ai neste numero esteja a resposta do meu pai, dizendo-me que o caminho não é este da política. Há sentenças lavradas no céu para serem executadas na terra, e que os homens teimam em não quererem ler... Talvez o caminho seja este da escrita, se tivesse condições financeiras para editar um livro. Estou a divagar..., o titulo seria: A face obscura do Cel. Correia Lima, mas isto estar além, muito além de minhas poucas forças.
Em verdade, foi este fato ocorrido em outubro de 1999, cuja mídia do Piauí e do Brasil inteiro propagou como a queda do crime organizado no Piauí, levando a prisão de quatro dos meus sete irmãos, o Cel. Correia Lima, Carlos Alberto, Carlos Augusto e o José Correia Braga Neto, além da preventiva contra o Marcos Antonio, que o levou a ficar foragido por um determinado período de tempo. O meu irmão Chico Braga já havia falecido em fevereiro daquele ano, o Paulo Roberto amargava já, desde outubro de 1983, a maior de todas as penas, preso a uma cadeira de rodas, depois de assaltado e baleado as margens de nossa Perimetral. Em nossa casa, testemunhando o maior dos sofrimentos em minha mãe, vendo transformados pela imprensa falada, escrita e televisionada, os filhos que antes ela via chegarem em casa autoridades, agora em bandidos. Eu  o fim de rama, o ultimo dos filhos do meu pai, não tive duvidas, a minha hora havia chegado, afiei a espada, azeitei a pistola e com esta que agora ainda trago na mão, sai a defender os meus da condenação preventiva das multidões, nascendo ali, a coluna Legítimo de Braga.
Sou profundamente grato ao I.F, em especial ao seu Diretor Dijauma Honório Nogueira, a quem a Mariazinha acusou de Pé de Valsa, sabendo ela dançar como as folhas da carnaúba nas asas do vento, têm autoridade para tanto, na noite do lançamento do seu livro: Farpas e Pétalas.
No seu discurso naquela solenidade o Diretor Dijauma afirmou que, o Instituto Federal estava alavancando sonhos de muitos iguatuenses, tendo publicado já: Paginas Outonais, do Prof. Ivan Holanda, Abstrato da Ana Regina, Manual de elaboração cientifico, dos  professores Joaquim Branco e Antonio  Nunes, Farpas e Pétalas da Professora  Maria Lopes e que outros estavam em formatação, como o do poeta Murilo de Barroso e o do Colunista Neto Braga.
Depois deste compromisso publico do Sr. Diretor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceara ( Campus Iguatu ), em publicar o livro Legítimo de Braga em Iguatu Amiúde, tomei a liberdade de escrever esta crônica.
Aqui vai meu pai o trabalho despretensioso do teu filho, Homem rude do sertão do Ceará, que tu bem criaste. As feridas feitas nos teus pela pontuda lamina de aço do punhal, não doeram menos das que eu abri em muitos com esta caneta. Apenas, para honra tua, os teus continuam todos de pé.
Recebe mamãe, este presente do céu a todos nós. A redenção de nossa casa.

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