Traição

14 de set. de 2012


                                        
Conto I

“Jamais digas nos dias de
ventura, que de outro coração tua alma
é dona. Lembra-te sempre que na
noite escura ate tua própria sombra te abandona.”

Corria o ano eleitoral de 2004, o partido progressista, no qual era filiado, havia fechado apoio ao PMDB local, que estava sobre a direção do prefeito Edilmo Costa, quando uma tarde, estando no IF (Instituto Federal) juntamente com a secretaria do PP, Mariazinha, atendo telefonema de correligionário, informando-me que Dr. Edilmo Costa, estava na galeria das variedades, mas precisamente, no escritório do Dr. Miguel Felipe, queria me falar com urgência. Ao chegar na  ante-sala do escritório, já constado pelo aglomerado de bajuladores, a presença do rei, alguns destes, para se mostrarem solícitos, apontaram-me a porta e afirmaram ao mesmo tempo:
       - O prefeito quer lhe falar!
       Entrei, o escritório estava fervilhando de candidatos a vereadores, secretários  da administração, coordenadores da campanha. O Dr. Edilmo, foi me falando:
- Neto Braga, eu tenho uma proposta para lhe fazer. São 16 os nossos candidatos a vereadores, cada uma vai abdicar de 500,00, da R$8.000,00, um salário  retroativo no valor de R$600,00, você já pode ir amanhã na prefeitura, receber o mês passado, e garanto isso, nos próximos quatro anos, nos vamos ganhar essa eleição. E uma mota para você não sair dessa eleição a pé.
- E o que é Dr.Edilmo que eu tenho que fazer para aceita proposta tão boa?
- Só desisti, dizer que não é mais candidato a vereador.
- Mas eu não estou entendendo o alcance desta proposta?
O Airton Lavor interfere:
- Você não tem voto para se eleger, onde é seu curral eleitoral?
- Airton, ate este instante, os teus votos são iguais aos meus, ou seja, nenhum. Voto, só depois de apurado.
- Legitimo! Afirma Dr. Edilmo. A proposta é essa, é precioso de uma resposta agora, sim ou não?
- Doutor! Eu sou filho de Zé de Correinha, e não sou puta, pra ta recebendo cantada! Eu vou as urnas, em busca de força pra defender os meus irmãos, o sofrido povo de minha terra.


Vereador Neto 13234 Legítimo de Braga
Um povo que não tem virtude acaba por ser escravo.

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