Conto I
“Jamais digas nos dias de
ventura, que de outro coração tua alma
é dona. Lembra-te sempre que na
noite escura ate tua própria sombra te abandona.”
Corria o ano eleitoral de 2004, o partido progressista, no
qual era filiado, havia fechado apoio ao PMDB local, que estava sobre a direção
do prefeito Edilmo Costa, quando uma tarde, estando no IF (Instituto Federal)
juntamente com a secretaria do PP, Mariazinha, atendo telefonema de correligionário,
informando-me que Dr. Edilmo Costa, estava na galeria das variedades, mas
precisamente, no escritório do Dr. Miguel Felipe, queria me falar com urgência.
Ao chegar na ante-sala do escritório, já
constado pelo aglomerado de bajuladores, a presença do rei, alguns destes, para
se mostrarem solícitos, apontaram-me a porta e afirmaram ao mesmo tempo:
- O prefeito
quer lhe falar!
Entrei, o escritório
estava fervilhando de candidatos a vereadores, secretários da administração, coordenadores da campanha. O
Dr. Edilmo, foi me falando:
- Neto Braga, eu tenho uma proposta para lhe fazer. São 16
os nossos candidatos a vereadores, cada uma vai abdicar de 500,00, da
R$8.000,00, um salário retroativo no
valor de R$600,00, você já pode ir amanhã na prefeitura, receber o mês passado,
e garanto isso, nos próximos quatro anos, nos vamos ganhar essa eleição. E uma
mota para você não sair dessa eleição a pé.
- E o que é Dr.Edilmo que eu tenho que fazer para aceita
proposta tão boa?
- Só desisti, dizer que não é mais candidato a vereador.
- Mas eu não estou entendendo o alcance desta proposta?
O Airton Lavor interfere:
- Você não tem voto para se eleger, onde é seu curral
eleitoral?
- Airton, ate este instante, os teus votos são iguais aos
meus, ou seja, nenhum. Voto, só depois de apurado.
- Legitimo! Afirma Dr. Edilmo. A proposta é essa, é precioso
de uma resposta agora, sim ou não?
- Doutor! Eu sou filho de Zé de Correinha, e não sou puta,
pra ta recebendo cantada! Eu vou as urnas, em busca de força pra defender os
meus irmãos, o sofrido povo de minha terra.
Vereador Neto 13234 Legítimo de Braga
Um povo que não tem virtude acaba por ser escravo.
Vereador Neto 13234 Legítimo de Braga
Um povo que não tem virtude acaba por ser escravo.
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