Num dia de terça-feira
Do ano 1964
A 29 de outubro
Foi o maior desacato
Assassinaram Esaú
Trancado dentro dum quarto.
Foi nos dias que antecederam as eleições de 2008, estávamos em uma das mesas do Gula-Gula, em frente a Sede do Partido dos Trabalhadores, na praça da Matriz. Lá o Sr. Bomfim Holanda, explanava sua teoria de que o Homem era o câncer do universo, que já conseguirá destruir as florestas, apodrecer os rios, prostituir os mares, assolar a terra, desvirginar os céus e que nada nem ninguém conseguiria por fim a isto. Que entre os candidatos não havia nenhum digno da confiança do eleitorado. Quando calou-se, rebati a altura, afirmei que quem sai aos seus não degenera, que o homem que ele ali falava, era o degenerado, ou seja, não era mas a criatura que o bom Deus criou a sua imagem e semelhança, o homem honrado, o homem honesto, o homem com H maiúsculo... Quando terminei de fazer a defesa o Ex- vereador Chico Neto, levantou-se e afirmou:
- Tem razão Braga, estou contigo. Vou contar aqui a história de três Homens com H maiúsculo. Lá pelo o início dos anos 50 , num dia de feira aqui na cidade, os cabras de Belchior, comandados por Luís Vaqueiro, passaram o dia bebendo cachaça, sempre tendo a Policia Militar nos calcanhares, por este motivo, transcorreu tudo sem alteração. Ao crepúsculo, resolveram voltar a Mata-Fresca (propriedade do Cel. Pedroca), pela estrada da velha Maru. Ao cangaço uniu-se o Sr. Adeodato das meninas, que ia para casa na Barra. Foram surpreendidos, tocaiados pelo Cap. Edgar. Um dos primeiros a cair sem vida, foi o Adeodato das meninas, confundiram-lhe com Belchior, outro que foi trazido pela polícia e jogado como morto, na cadeia velha, foi o Luis Vaqueiro. Quando a notícia se espalhou, saiu daquela casa (apontando o antigo consultório do Dr. Agenor Gomes) saiu daquela casa, Dr. Agenor Gomes, João Coelho Lima Verde (Coelhinho) e José Correia Braga Filho todos de revolver 38 na cintura, se encaminharam a cadeia, tomaram o Luís Vaqueiro das mãos da polícia e levaram para tratá-lo, como a qualquer cristão.
Um dos membros da Família Honório Cavalcante, o Senhor Esaú, veio a queixar-se ao Dr. Gouveia pela morte do Adeodato, um homem pacato, arrimo de família, responsável por 7 irmãs ainda crianças; e como resposta, ouviu deste:
- Quem se acompanha, de bandido, é o mesmo bandido!
Fazendo nascer daí uma enrasca que afastou politicamente a família Cavalcante, do Gouveia.
Com o tempo, um senhor de nome Zé Cardoso, que vivia no Hospital Santo Antonio dos Pobres, dando proteção ao Dr. Gouveia, contou-lhe, ter recebido uma proposta de C$5.000,00, feita por Esaú, para matá-lo. O Boato se espalhou, Esaú negou ter feito, tal proposta, mas a enrasca continuou.
O ano de 1955 fez o encontro dos dois, Esaú e Zé Cardoso, lá na Gameleira, na bodega do Antão, se enfrentaram a verdade e o boato, e Esaú matou de faca, Zé Cardoso.
Esaú era um moço.
Que andava bem trajado
Vivia da Agricultura
E gostava do agrado.
Também era negociante,
Comprava e vendia gado.
Um tarde lá na barra, Esaú recebeu a visita do taxista Edmilson da Bertioga, filho do velho Lopes, e seu sobrinho. Contou ter sido desmoralizado pelo guarda de transito Nicolau, que lhe tomou a Carteira de Habilitação. No mesmo instante Esaú vai a casa do Ribamar e juntamente com Zé Lima e Adeodato e outros, partem para a cidade em uma rural, com o intuito de conversarem com o Nicolau, tentar receber a Carteira do Edmilson de volta. Encontra-o sentado na calça do Hotel do Belo, próximo a Estação Ferroviária. Saem da rural em alvoroço; O Nicolau vendo a proximidade de tantos homens, entra hotel a dentro, na direção do seu quarto, é seguido por todos . Quando de repente um disparo.
Esaú estava morto.
O resto da história, eu vou deixar na lenda, para quem quiser desafio.
Tenho dito,
Cícero Correia Lima.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário